Guaçatonga: para que serve e como fazer o chá

Revisão clínica: Manuel Reis
Enfermeiro

A guaçatonga é uma planta medicinal rica em flavonoides, saponinas e alcaloides, compostos bioativos com ação gastroprotetora e anti-inflamatória, sendo muito usada no tratamento de mau hálito, aftas, herpes labial, estomatite, gastrite e úlceras.

Além disso, a guaçatonga, conhecida também como guaçatunga, língua-de-lagarto, bugre ou cafezinho-do-mato, contém taninos, compostos com propriedades cicatrizantes e antissépticas que ajudam na cicatrização de feridas. Conheça outros cicatrizantes naturais.

A guaçatonga é geralmente encontrada em lojas de produtos naturais, podendo ser usada na forma de tintura, chás e compressas. Além disso, essa planta também pode ser encontrada em farmácias, na forma de sabonetes, géis ou cremes.

Imagem ilustrativa número 3

Para que serve

A guaçatonga é uma planta medicinal com ação cicatrizante, anti-inflamatória, antisséptica, antiofídica, analgésica e gastroprotetora, sendo usada para complementar o tratamento de:

  • Herpes labial, já que essa planta possui ação cicatrizante, antioxidante e analgésica;
  • Aftas, gengivite, estomatite e mau hálito, pois tem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antimicrobianas;
  • Dispepsia, gastrite e úlceras no estômago, por conter sesquiterpeno e casearinas, compostos bioativos cicatrizantes e que diminuem a acidez do estômago;
  • Reumatismo,  por apresentar efeitos analgésicos e anti-inflamatórios;
  • Feridas, micose e eczemas, porque possui atividade antibacteriana, antisséptica e cicatrizante;
  • Picadas de cobra, já que essa planta inibe a ação do veneno das cobras nos músculos e no sistema nervoso.

Além disso, a guaçatonga também é usada para ajudar a aliviar o inchaço, a febre e a diarreia, já que também possui propriedades diuréticas, antipiréticas e antiespasmódicas.

Como usar

A guaçatonga pode ser usada na forma de chás, compressas e tinturas, que são preparados com as folhas frescas ou secas dessa planta:

  • Chá de guaçatonga: ferver 1 xícara de água e apagar o fogo. Após, adicionar 1 colher de sobremesa (2g) de folhas secas de guaçatonga na água. Tampar, deixar descansar por 10 minutos, coar e beber até 3 xícaras por dia, antes das principais refeições;
  • Compressa: ferver 500ml de água e, após apagar o fogo, adicionar 3 colheres de sopa (9g) de folhas secas de guaçatonga na água. Tampar e deixar repousar por aproximadamente 10 minutos. Coar e aplicar essa infusão, com um pedaço de algodão ou gaze, de 2 a 3 vezes ao dia no local das lesões;
  • Tintura: diluir de 30 a 40 gotas em 1 copo com água e beber 2 vezes ao dia, antes das refeições.

Além disso, a guaçatonga também é usada na fabricação de sabonetes e cremes para ajudar no processo de cicatrização de feridas e no tratamento da herpes labial.

Possíveis efeitos colaterais

O consumo de grandes quantidades de guaçatonga pode causar vômitos ou diarreia. Essa planta não deve ser usada por mais de 3 meses, pois pode causar hemorragias.

Por isso, é aconselhado usar a guaçatonga somente sob orientação de um médico ou outro profissional de saúde especializado no uso de plantas medicinais.

Quem não pode usar

O uso da guaçatonga não é recomendado para mulheres grávidas ou que estejam em período de amamentação. Além disso, essa planta não é indicada para crianças com menos de 12 anos.

Pessoas que usam remédios anticoagulantes não devem usar a guaçatonga, já que essa planta pode potencializar a ação do medicamento, causando hemorragias.

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Escrito e atualizado por Karla S. Leal - Nutricionista, em setembro de 2022. Revisão clínica por Manuel Reis - Enfermeiro, em setembro de 2022.

Bibliografia

  • CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS. 2019. Disponível em: <http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/PlantasMedicinais.pdf>. Acesso em 28 set 2022
  • SILVA, Rodrigo Adalberto. Casearia sylves tris Sw.: uma planta brasileira de interesse do SUS. Tese de conclusão de pós-graduação, 2016. Fundação Oswaldo Cruz: Farmanguinhos.
Mostrar bibliografia completa
  • ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: SECRETÁRIA DE SAÚDE. Cartilha das plantas medicinais da Política Intersetorial de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Rio Grande do Sul. 2021. Disponível em: <https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202112/23154715-cartilha-das-pm-da-pipmf-projeto-aplpmfito-rs-2021.pdf>. Acesso em 28 set 2022
  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Plantas medicinais nativas de uso popular no Rio Grande do Sul. 2019. Disponível em: <https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/346/2019/12/Cartilha-Plantas-Medicinais.pdf>. Acesso em 28 set 2022
  • AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. Formulário de fitoterápicos: farmacopéia brasileira 2ª edição. 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/formulario-fitoterapico/arquivos/2021-fffb2-final-c-capa2.pdf>. Acesso em 28 set 2022
Revisão clínica:
Manuel Reis
Enfermeiro
Pós-graduado em fitoterapia clínica e formado pela Escola Superior de Enfermagem do Porto, em 2013. Membro nº 79026 da Ordem dos Enfermeiros.

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