Fenitoína: para que serve, como usar e efeitos colaterais

Atualizado em novembro 2023

A fenitoína é um remédio antiepiléptico usado no tratamento da epilepsia tônico-clônica. Além disso, esse medicamento também pode ser indicado para tratar e prevenir convulsões que começam durante ou após as cirurgias no cérebro e no tratamento da enxaqueca.

Este medicamento age diminuindo a atividade elétrica excessiva no cérebro e deve ser prescrito pelo neurologista, que pode indicá-lo na forma de comprimidos de 100 mg, suspensão oral de 20 mg/mL, ou injeção intravenosa de 50 mL/mg, que deve ser aplicada em ambiente hospitalar.

A fenitoína é obtida em farmácias mediante a apresentação de receita médica e e a retenção de uma via da receita pela farmácia, podendo ser encontrada com o nome genérico "fenitoína sódica” ou com pelos nomes comerciais, de Hidantal, Epelin, Fenital e Unifenitoin, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

A fenitoína é indica para o tratamento de:

  • Epilepsia;
  • Crises convulsivas, crises tônico-clônicas generalizadas ou crise parcial completa;
  • Prevenção de convulsões durante ou após as cirurgias no cérebro ou no sistema nervoso

Além disso, a fenitoína também pode ser indicada para neuralgia do trigêmeo, que é uma alteração num nervo da face que causa dor intensa, tipo um choque, ao tocar o rosto, comer ou sorrir. Conheça mais sobre a neuralgia do trigêmio.

A fenitoína também pode ser prescita para o tratamento da enxaqueca, alguns casos de delírios e alucinações, algumas alterações do ritmo do coração, e na intoxicação por ingestão de digitálicos, são medicamentos que são utilizados no tratamento de alguns problemas cardíacos.

Como usar

A forma de uso e a dose de fenitoína indicados variam conforme a idade da pessoa e o problema a ser tratado.

1. Comprimidos de fenitoína de 100 mg

A fenitoína deve ser tomada com pelo menos meio copo de água, durante ou após as refeições.

  • Adultos: 1 comprimido de 100 mg, 3 vezes por dia, para o tratamento de crises convulsivas durante ou após neurocirurgia, crises tônico-clônicas generalizadas e crise parcial complexa. A de manutenção é de 300 a 400 mg/dia, onde a dose máxima é de 600 mg/dia. Já na manutenção do estado de mal epiléptico em adultos, a dose indicada é de 100 mg de fenitoína a cada 6 a 8 horas;
  • Crianças com mais de 6 anos e adolescentes: para prevenir crises convulsivas durante ou após neurocirurgia, a dosagem indicada é de 5 mg/kg de peso corporal por dia, divididos igualmente em 2 ou 3 administrações, com o máximo de 300 mg por dia. A dose de manutenção usual é de 4 a 8 mg/por kg de peso corporal por dia.

Para pessoas idosas, geralmente é indicado começar o tratamento com 3 mg/Kg de peso corporal por dia de fenitoína, em doses divididas, aumentando-se de acordo com as concentrações desse medicamento no sangue e com a resposta da pessoa.

2. Suspensão oral de fenitoína de 20mg/mL

Em adultos que não receberam tratamento prévio com fenitoína, é recomendado iniciar o tratamento com 5 mL, 3 vezes ao dia. Se necessário, a dose diária pode ser aumentada para 500 mg/dia. 

Já em crianças, a dose indicada é de 5 mg/ Kg de peso corporal por dia, que deve ser dividida em 2 a 3 doses iguais e não deve ultrapassar a dose máxima de 300 mg/dia. Geralmente, a dose diária de manutenção é de 4 a 8 mg/Kg de peso corporal por dia.

3. Injeção de fenitoína 50 mg/mL

A injeção de fenitoína deve ser aplicada diretamente no músculo ou na veia pelo enfermeiro, no hospital, sob supervisão médica. Em crianças a fenitoína não deve ser aplicada no músculo.

A fenitoína injetável é indicada para adultos ou crianças, e as doses devem indicadas pelo médico de forma individualizada de acordo com a condição a ser tratada.  

Possíveis efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns da fenitoína são náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, prisão de ventre, dor de cabeça, falta de apetite, cansaço ou gengivas inchadas.

Em alguns casos a fenitoína também pode provocar alergia, causando erupções cutâneas, febre e aumento dos gânglios linfáticos, que devem ser imediatamente comunicados ao médico.

É fundamental também consultar o médico na presença de confusão mental ou transtorno mental grave, já que isso pode indicar que níveis elevados deste fenitoína no sangue.

A fenitoína pode causar sonolência, tonturas, confusão mental, tontura, distúrbios visuais ou na atenção, o que pode prejudicar a capacidade de conduzir ou operar máquinas.

Quem não deve usar

A fenitoína é contraindicada para mulheres grávidas ou que estejam amamentando, e para pessoas com alergia às hidantoínas ou a um dos componentes desse medicamento.

Esse remédio também não deve ser usado por pessoas em tratamento com delavirdina para o HIV, ou que usam erva-de-são-joão ou remédios anticoncepcionais, analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos, anticonvulsivantes, antineoplásicos, entre outros. É importante sempre informar ao médico todos os remédios que são utilizados.

Além disso, pessoas com diabetes, problemas na tireoide, hipotensão, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, doenças no fígado ou rins ou porfiria, ou que consomem bebidas alcoólicas, só devem tomar a fenitoína sob a recomendação de um médico.

Pessoas de origem japonesa, tailandesa ou malaia não devem tomar fenitoína, pois estudos científicos demonstraram que possuem uma mutação genética que está relacionada ao metabolismo de alguns medicamentos, incluindo os anticonvulsivantes.