Estenose: o que é, tipos, sintomas (e tratamento)

A estenose é um termo médico que indica o estreitamento anormal de uma passagem, vaso sanguíneo ou canal no corpo, interferindo no fluxo de substâncias, como sangue, ar ou urina.

Existem diferentes tipos desta condição, conforme a região afetada, como estenose aórtica, mitral e cranio-facial, por exemplo. A pessoa com estenose pode apresentar sintomas como dor no peito, pernas ou braços e dificuldade para respirar e para engolir, por exemplo.

Assim, na presença de sintomas sugestivos de estenose, é recomendado consultar o clínico geral ou pediatra, para que seja feito o diagnóstico correto e indicado o tratamento, que pode ser feito com o uso de remédios, fisioterapia e cirurgia.

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Os principais tipos de estenose, sintomas e tratamentos são:

1. Estenose aórtica

A estenose aórtica acontece quando a válvula aórtica do coração fica estreita ou bloqueada, dificultando o fluxo de sangue normal para fora do coração.

Isso faz com que o coração trabalhe mais, podendo causar danos cardíacos, problemas de saúde graves e até óbito.

Esta condição pode ser causada por diversos fatores, como doenças congênitas, calcificação, doença reumática, lúpus eritematoso sistêmico, hiperlipoproteinemia tipo II homozigótica e doenças metabólicas como a doença de Fabry, por exemplo.

Sintomas de estenose aórtica: falta de ar ao fazer esforço físico, fadiga, dor no peito, insuficiência cardíaca e síncope, desenvolvem-se gradualmente após um longo período sem sintomas de 10 a 20 anos.

Tratamento: em casos de confirmação pelo médico, o tratamento pode ser feito a substituição da válvula aórtica, por meio de cirurgia ou abordagem percutânea.

Em pessoas sem sintomas, o médico pode recomendar o uso de medicamentos e o monitoramento com exames de acompanhamento.

Leia também: Estenose Aórtica: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/estenose-aortica

2. Estenose mitral

estenose mitral corresponde ao estreitamento da válvula mitral no coração, que separa o átrio esquerdo do ventrículo esquerdo.

Esse estreitamento impede que uma quantidade normal de sangue passe da câmara superior para a câmara inferior do lado esquerdo do coração.

A causa mais comum da estenose mitral é a febre reumática. Outras causas menos comuns incluem doença cardíaca congênita, endocardite infecciosa, lúpus eritematoso sistêmico, doença de Whipple, doença de Fabry e artrite reumatoide, por exemplo.

Sintomas de estenose mitral: falta de ar principalmente à noite ao deitar ou se exercitar, acordar com falta de ar depois de 1 ou 2 horas de sono, que melhora ao sentar, inchaço nas pernas ou pés e dor no peito são alguns possíveis sintomas.

Tratamento: o médico pode indicar o uso de remédios betabloqueadores, antagonistas do cálcio, diuréticos e anticoagulantes, por exemplo.

Em casos mais graves, o médico pode recomendar a realização de cirurgia para reparo ou substituição da válvula mitral.

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3. Estenose cranio-facial

A estenose crânio-facial é uma deformidade no crânio do bebê devido ao fechamento das suturas cranianas antes do tempo certo. Conheça melhor sobre a estenose cranio-facial.

Essa condição pode estar relacionada a fatores como mutação genética, idade dos pais avançada, tabagismo e disfunção tireoidiana materno, e uso de medicamentos específicos como ácido valproico, nitrofurantoína e sertralina, por exemplo.

Sintomas de estenose cranio-facial: os sintomas podem incluir cabeça do bebê longa e estreita, achatada e larga, torta ou em formato de triângulo, atraso no desenvolvimento e perda auditiva.

Tratamento: o tratamento da craniossinostose é principalmente por meio da cirurgia para desbloquear as suturas, garantir o desenvolvimento cerebral irrestrito e corrigir deformidades, sendo indicada geralmente antes de 1 ano da criança.

4. Estenose uretral

A estenose uretral, também conhecida como estenose de uretra, é o estreitamento de qualquer parte da uretra, que é o canal que transporta a urina para fora do corpo.

Existem 2 tipos de estenose uretral, a meatal e a uretral posterior. A estenose uretral meatal é o estreitamento da abertura da ponta do pênis, enquanto a uretral posterior corresponde ao estreitamento da uretra posterior, que é a parte mais perto da bexiga.

Sintomas de estenose uretral: conforme o tipo de estenose de uretra, a pessoa pode apresentar dor ou queimação ao urinar, jato de urina pequeno, estreito e/ou muito rápido, infecção urinária e urina escura ou sangue na urina, por exemplo.

Tratamento: a estenose uretral tem cura e o tratamento indicado pelo médico pode ser feito por meio de uma cirurgia para dilatar ou substituir a uretra.

5. Estenose lombar

A estenose lombar é uma condição onde ocorre o estreitamento do canal espinhal e/ou dos espaços por onde passam a medula espinhal e as raízes nervosas.

Esta condição pode ser causada por condições como artrite, espondilose, escoliose, envelhecimento. Mais raramente, fibroses após cirurgias, espondilite anquilosante, doenças reumatológicas, hiperostose esquelética idiopática difusa e causas congênitas, também podem provocar a estenose lombar.

Sintomas de estenose lombar: dor na lombar, que piora ao ficar de pé e caminhar, sensação de queimação, dormência ou formigamento nos glúteos ou pernas, são alguns dos possíveis sintomas de estenose lombar.

Quando não é tratada, a estenose lombar pode piorar e causar a síndrome da cauda equina aguda, um distúrbio raro onde as raízes nervosas na coluna lombar são comprimidas, podendo causar paralisia permanente, perda do controle da bexiga e/ou intestino, dormência na área genital.

Tratamento: o médico pode prescrever medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, para diminuir as inflamações ao redor do nervo e aliviar a dor.

Sessões de fisioterapia, com exercícios de alongamento, massagem e fortalecimento da região lombar e abdominal, e a realização de uma cirurgia, também podem ser indicados.

Leia também: Estenose lombar: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/estenose-lombar

6. Estenose cervical

Estenose cervical é o estreitamento do canal por onde passa a medula espinhal na coluna cervical, na região do pescoço, podendo causar a sua compressão.

Geralmente, a estenose cervical é uma consequência de alterações degenerativas associadas ao envelhecimento, mas também pode estar presente desde o nascimento ou surgir devido a lesões na coluna, por exemplo.

Sintomas de estenose cervical: dor no pescoço, dormência, fraqueza ou formigamento no braço, mão, perna ou pés, e incontinência ou retenção urinária, em estágios mais avançados.

Tratamento: o tratamento pode inicialmente ser feito com repouso, sessões de fisioterapia para fortalecer os músculos e ligamentos da coluna, e o uso de órteses e/ou medicamentos analgésicos.

Na presença de sintomas de compressão da medula, como fraqueza muscular ou alterações na sensibilidade, o médico também pode indicar a realização de uma cirurgia.

7. Estenose espinhal

A estenose espinhal é uma condição onde o espaço ao redor da medula espinhal fica muito estreito, irritando a medula espinhal e/ou os nervos que saem dela.

Este tipo afeta principalmente a região lombar e o pescoço. Entretanto, a coluna torácica, que é a parte do meio das costas, também pode ser afetada, mas é raro.

Sintomas de estenose espinhal: dor no braço, descoordenação e fraqueza nos membros inferiores, e dor nas pernas que piora ao caminhar, são alguns dos possíveis sintomas.

Tratamento: o tratamento indicado pelo médico pode ser feito com o uso de colete, repouso, medicamentos anti-inflamatórios, sessões de fisioterapia, injeções de esteroides e cirurgia de descompressão.

8. Estenose pulmonar

A estenose pulmonar é um defeito cardíaco congênito comum que envolve o estreitamento leve, moderado ou grave do trato de saída do ventrículo direito, da válvula pulmonar ou das artérias pulmonares.

Este tipo de estenose geralmente é congênito. Mas também pode ser isolada ou associada a outros defeitos cardíacos congênitos, como tetralogia de Fallot, atresia tricúspide e síndromes genéticas como a síndrome de Noonan, síndrome de Williams-Beuren e síndrome de Alagille.

Sintomas de estenose pulmonar: essa condição é levemente assintomática, mas em casos moderados e graves a pessoa pode apresentar falta de ar ao fazer esforço físico, fadiga, angina e, raramente, parada cardíaca súbita.

Tratamento: o médico pode recomendar a inserção de um balão valvuloplastia ou cirurgia, conforme a gravidade e a anatomia da válvula.

9. Estenose de JUP

A estenose de JUP, ou estenose de junção uretero-pélvica, é uma condição clínica bem reconhecida que resulta no fluxo urinário prejudicado da pelve renal para o ureter

A estenose de JUP é predominantemente uma condição congênita, sendo geralmente identificada durante o ultrassom pré-natal no segundo trimestre de gestação.

Outras possíveis causas incluem pedra nos rins, coágulos de sangue no ureter ou esquistossomose, por exemplo.

Sintomas de estenose de JUP: dor abdominal ou na região lombar, geralmente após urinar, febre, sangue na urina e vômitos, são os principais sintomas deste tipo de estenose.

Tratamento: geralmente, em crianças até 18 meses, a estenose de JUP é transitória, melhorando espontaneamente em alguns meses, necessitando apenas do acompanhamento regular com o pediatra.

Pessoas mais velhas com função renal diminuída, atrofia dos rins e infecções urinárias recorrentes mesmo com o uso de antibióticos, e que apresentam sintomas ou a presença de uma massa abdominal, o médico recomenda realizar uma cirurgia.

Leia também: Estenose de JUP: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/estenose-de-jup

10. Estenose foraminal

A estenose foraminal é uma condição onde estreitamento em partes da coluna vertebral causa compressão dos nervos espinhais. Este é um tipo de estenose espinhal que afeta o forame neural, uma série de aberturas em ambos os lados da coluna.

Lesões na coluna, envelhecimento, doenças musculoesqueléticas ou inflamatórias, cirurgia da coluna, tumores, estrutura natural da coluna e diferenças anatômicas são algumas das possíveis causas deste tipo de estenose.

Sintomas de estenose foraminal: os possíveis sintomas são dor, formigamento ou agulhadas, dormência e fraqueza muscular ou perda de controle muscular, que pioram ao ficar de pé e melhoram ao sentar.

Tratamento: o médico pode recomendar medidas conservadoras, como repouso, sessões de fisioterapia e uso de remédios anti-inflamatórios, esteroides e opioides de curto prazo

Além disso, injeções de esteroides e cirurgias, como foraminotomia, facetectomia, laminectomia, remoção de osteófitos, implante de estimulador da medula espinhal, também podem ser recomendados em alguns casos.

11. Estenose hipertrófica de piloro

A estenose hipertrófica de piloro é uma condição que pode surgir em bebês e que se caracteriza pelo engrossamento anormal dos músculos do piloro, uma válvula muscular que fica na parte inferior do estômago que se conecta ao intestino delgado.

Sintomas de estenose hipertrófica de piloro: alguns sintomas incluem vômito na forma de jato, após as mamadas, desidratação, perda de peso, por exemplo.

Tratamento: o tratamento deve ser feito no hospital, onde o pediatra pode administrar o sulfato de atropina. No entanto, a cirurgia para abrir o músculo pilórico espessado é o tratamento mais eficaz.

12. Estenose esofágica

A estenose esofágica corresponde a um estreitamento anormal do canal do esôfago, podendo ser localizado ou espalhado ao longo do esôfago.

Este tipo de estenose pode ser causada por doença do refluxo gastroesofágico de longa duração, ingestão de substâncias corrosivas, esofagite eosinofílica ou induzida por medicamento, ou por câncer esofágico, por exemplo.

Sintomas de estenose esofágica: a dificuldade para engolir é o principal sintoma. Outros sintomas podem incluir azia, vômito, dor ao engolir, dor no peito, dor de garganta pela manhã ou chiado no peito semelhante à asma.

Tratamento: o uso de remédios inibidores da bomba de prótons pode ser indicado pelo médico para ajudar na dilatação do esófago.

Em alguns casos, o médico também pode fazer um stent esofágico, aplicar injeções de esteroides ou realizar uma cirurgia

13. Estenose traqueal

A estenose traqueal é um estreitamento da traqueia, que é o tubo por onde o ar viaja do nariz e da boca para os pulmões, dificultando, assim, a passagem do ar e a respiração.

Esta condição pode ser causada por situações como doenças infecciosas, fibroses, entubação, radioterapia, câncer de laringe ou traqueia, ou doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, vasculite e sarcoidose, por exemplo.

Sintomas de estenose traqueal: dificuldade para respirar e engolir, tosse persistente, apneia do sono, rouquidão e alteração da voz são alguns sintomas deste tipo de estenose.

Tratamento: o tratamento varia conforme a causa desta estenose, podendo incluir injeções de corticoides, Mitomicina C e toxina botulínica.

O médico pode inserir um balão ou dilatador traqueal para esticar a área estreitada, colocar um stent para manter a traqueia aberta ou ainda fazer uma cirurgia.

14. Estenose de carótida

A estenose da carótida, também conhecida como estenose carotídea ou ateromatose carotídea, é um estreitamento do interior de uma ou ambas as artérias carótidas que pode prejudicar a circulação de sangue até o cérebro.

Essa estenose é causada pelo acúmulo de colesterol em uma ou ambas as artérias carótidas no pescoço.

Sintomas de estenose de carótida: geralmente, o primeiro sinal de estenose da carótida é um episódio de ataque isquêmico transitório. Neste caso, podem surgir sintomas, como fraqueza muscular e dificuldade para falar ou movimentar partes do corpo, que desaparecem em até 24 horas.

No entanto, a estenose da carótida normalmente não causa sintomas inicialmente, sendo comum ser identificada em uma consulta médica de rotina ou após exames de imagem como o ultrassom do pescoço.

Tratamento: o tratamento é feito com medicamentos anticoagulantes e que reduzem o colesterol no sangue. Além disso, o médico também recomenda medidas para prevenir doenças cardiovasculares, como controlar a pressão arterial e parar de fumar.

Leia também: Ateromatose carotídea: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/ateromatose-carotidea

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