Endometrite: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em abril 2023

A endometrite é a inflamação do endométrio, que é o tecido que reveste a parte interna do útero, causando sintomas como febre e calafrios, sangramento vaginal anormal, dor abdominal ou corrimento com mau cheiro.

Essa inflamação no útero é causada por infecções bacterianas, geralmente por bactérias que vivem normalmente na vagina ou intestino, que podem alcançar a parte interna do útero, sendo mais comum de ocorrer após o parto. No entanto, também pode surgir devido a infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia ou gonorreia.

O tratamento da endometrite é feito pelo ginecologista, com o uso de antibióticos, e em alguns casos cirurgia, devendo o tratamento ser iniciado o mais rápido possível para evitar complicações, como abscessos, choque tóxico ou infecção generalizada.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de endometrite

Os principais sintomas de endometrite são:

  • Febre ou calafrios;
  • Corrimento vaginal abundante e com mau cheiro;
  • Sangramento vaginal anormal;
  • Dor abdominal ou inchaço na barriga;
  • Aumento da sensibilidade do útero;
  • Dor durante o contato íntimo;
  • Prisão de ventre ou movimentos intestinais dolorosos;
  • Dor no reto ou no períneo;
  • Mal estar geral.

Além disso, quando a endometrite surge após o parto, pode causar outros sintomas como lóquio com mau cheiro ou pus.

A endometrite deve ser tratada o mais rápido possível pelo ginecologista, pois pode evoluir rapidamente e causar choque tóxico ou fasceíte necrosante, com comprometimento muscular, insuficiência renal e hepática aguda de rápida progressão, insuficiência cardíaca e convulsões, podendo colocar a vida em risco.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da endometrite é feito pelo ginecologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde, parto recente e exame pélvico.

Além disso, o médico deve solicitar exames de sangue, como hemograma completo, bioquímica, exame de urina e a coleta da secreção vaginal para analisar em laboratório, de forma a identificar a bactéria causadora da infecção e infecções sexualmente transmissíveis.

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Outros exames que o médico pode solicitar são o ultrassom transvaginal ou a tomografia computadorizada de pelve, para avaliar o útero, que geralmente apresenta o endométrio mais grosso, além de avaliar os ovários e as tubas uterinas.

Em alguns casos, o médico pode realizar uma videolaparoscopia diagnóstica, pois permite visualizar o abdome e a pelve internamente. Saiba como é feita a videolaparoscopia.

Possíveis causas

A endometrite é causada por bactérias que vivem normalmente na vagina ou no intestino, podendo chegar até o endométrio, que é o tecido que reveste a parte interna do útero, resultando nos sintomas, sendo mais comum de ocorrer no pós-parto, especialmente a cesárea.

Alguns fatores podem aumentar o risco de endometrite, como:

  • Cesárea ou parto vaginal instrumental;
  • Trabalho de parto prolongado ou hemorragia pós-parto;
  • Múltiplos exames vaginais durante o trabalho de parto;
  • Ruptura prolongada da membrana amniótica, por mais de 18 horas;
  • Corioamnionite ou líquido amniótico com mecônio;
  • Monitoramento fetal interno;
  • Colonização materna por Streptococcus do grupo A ou B;
  • Restos de placenta no útero;
  • Dilatação uterina, curetagem ou aborto;
  • Biópsia do endométrio ou histeroscopia;
  • Colocação de DIU;
  • Cervicite ou vaginose bacteriana.

Além disso, a endometrite pode ser causada por tuberculose, infecções sexualmente transmissíveis (IST’s), como clamídia ou gonorreia, ou doença inflamatória pélvica (DIP). Veja as principais IST’s na mulher e como identificar.

As bactérias que causam a endometrite, também podem infectar outras camadas mais profundas do útero, além do endométrio, como o miométrio ou o perimétrio.

Tipos de endometrite

A endometrite pode ser classificada em dois tipos, sendo os principais:

  • Endometrite aguda: os sintomas se iniciam de forma repentina, e geralmente surge no pós-parto, aborto ou procedimentos médicos;
  • Endometrite crônica: geralmente provoca poucos ou nenhum sintoma, ou sintomas pouco específicos, como desconforto pélvico, sangramento fora do período menstrual, corrimento vaginal esbranquiçado, pouca menstruação ou ausência de menstruação, sendo causada principalmente por infecções sexualmente transmissíveis ou tuberculose.

O tipo de endometrite é identificado pelo médico através dos exames de diagnóstico, sendo que a endometrite crônica, muitas vezes é de difícil diagnóstico uma vez que causa poucos ou nenhum sintoma ou sintomas inespecíficos, o que pode atrasar o início do tratamento e causar complicações, como a infertilidade.

Como é feito o tratamento

O tratamento da endometrite deve ser feito com orientação do ginecologista, e geralmente envolve o uso de antibióticos na forma de comprimidos ou injeção, como amoxicilina e clavulanato, doxiciclina, levofloxacino ou gentamicina, de acordo com o tipo de bactéria que causou a inflamação no endométrio.

Geralmente, a melhora da infecção ocorre cerca de 24 a 48 horas após o início do tratamento com antibióticos.

No caso da endometrite ter sido causada por infecções sexualmente transmissíveis, o(a) parceiro(a) também deve ser tratado(a) para evitar retransmissão e recontaminação do útero.

Além disso, no caso da presença de abscessos, aderências ou resto de placenta no útero, pode ser recomendada a cirurgia por videolaparoscopia.

Possíveis complicações

A endometrite aguda quando não tratada rapidamente pode causar algumas complicações como:

  • Abscessos no útero ou pelve;
  • Hematomas no útero;
  • Tromboflebite pélvica séptica;
  • Choque tóxico;
  • Fasceíte necrosante;
  • Peritonite pélvica;
  • Infecção generalizada.

Essas complicações podem resultar em necrose uterina, que é a morte dos tecidos do útero, podendo ser necessária a remoção completa do útero, chamada histerectomia. Veja como é feita a histerectomia.

No caso da endometrite crônica, as complicações mais comuns são a infertilidade ou abortos espontâneos.