Dor no coração: 8 principais causas e o que fazer

Atualizado em junho 2022

A dor no coração é quase sempre associada ao infarto. Essa dor é sentida como um aperto, pressão ou peso sob o peito de duração de mais de 10 minutos, que pode irradiar para outras regiões do corpo, como as costas ou braços, e geralmente está associada ao formigamento nos braços.

No entanto, a dor no coração nem sempre significa infarto. Há outras condições em que o principal sintoma é a dor no tórax, em região do coração, como costocondrite (inflamação na região das costelas), arritmia cardíaca, alterações intestinais gerando gases e até mesmo, transtornos psicológicos, como ansiedade e síndrome do pânico. Saiba o que pode ser a dor no peito.

Quando a dor no coração durar mais de 10 minutos e/ ou vier acompanhada de algum outro sintoma como tontura, suor frio, dificuldade para respirar, sensação de aperto ou queimação no peito e dor de cabeça intensa, é importante buscar ajuda médica para que o diagnóstico e o tratamento sejam estabelecidos o mais rápido possível.

Imagem ilustrativa número 1

O que pode ser a dor no coração

Para identificar a possível causa da dor no coração e no peito, responda às questões a seguir:

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A dor tem piorado com o tempo?

A seguir indicamos as causas mais comuns da dor no coração e o que fazer em cada situação:

1. Excesso de gases

Geralmente esta é a razão mais comum de dor no peito, não possuindo relação com nenhuma condição cardíaca. O acúmulo de gases é muito comum em pessoas que sofrem com prisão de ventre, em que o excesso de gases empurram alguns órgãos abdominais e fazem com que haja sensação de dor em pontada no peito.

O que fazer: para eliminar o excesso de gases pode-se fazer uma massagem na barriga, com movimentos circulares e de cima para baixo, ou deitar no chão, flexionar os joelhos e pressionar sobre o abdômen. Além disso, pode-se consumir alguns chás que ajudam a melhorar o funcionamento do intestino, evitar o acúmulo de gases e promover a sua eliminação, como o chá de erva-doce e o de hortelã-pimenta. Confira algumas opções de remédios caseiros para gases.

2. Ataque cardíaco

O ataque cardíaco é normalmente a primeira opção quando se trata de dor no coração, apesar de raramente ser de fato um infarto apenas quando se sente dor no coração. É mais comum em pessoas com pressão alta, com idade superior a 45 anos, fumantes ou com colesterol alto.

O infarto ou ataque cardíaco é sentido normalmente como um aperto, mas também pode ser sentido como furada, pontada ou queimação que pode irradiar para as costas, mandíbula e braços, causando sensação de formigamento. Veja como identificar o infarto.

O infarto normalmente acontece quando os vasos que nutrem o coração, conhecidos como vasos coronários, sofrem entupimento, resultando em dificuldade de o sangue passar levando nutrientes para o músculo cardíaco funcionar. Desta forma, sem os nutrientes e oxigênio, o músculo não consegue trabalhar, diminuindo sua força de contração, podendo até mesmo ocasionar morte da parede acometida. Esse entupimento das artérias pode ocorrer por formação de placas de gordura ou coágulo de sangue.

O que fazer: na suspeita de infarto, é fundamental que a ambulância seja acionada ou a pessoa seja encaminhada para o hospital ou pronto-socorro mais próximo para que os primeiros socorros possam ser iniciados. No caso de perda de consciência, além de acionar a ambulância, é indicado iniciar a massagem cardíaca. Confira os primeiros socorros na suspeita de infarto.

3. Costocondrite

A costocondrite é caracterizada pela inflamação das cartilagens que ligam as costelas ao osso esterno, que é o osso localizado meio do peito, que pode acontecer devido à má postura, artrite, atividade física excessiva ou respiração profunda. A depender da intensidade, a dor da costocondrite pode ser confundida com a dor sentida no infarto. Conheça mais sobre a costocondrite.

O que fazer: nesse caso, é recomendado ficar em repouso e fazer uma compressa morna no local, pois assim é possível diminuir a inflamação e os sintomas. No entanto, em alguns caos, principalmente quando a dor é muito forte e constante, o médico pode recomendar o uso de medicamentos anti-inflamatórios.

4. Pericardite

A pericardite é a inflamação no pericárdio, que é a membrana que reveste o coração. Essa inflamação é percebida por meio de dor muito forte que pode ser facilmente confundida com as dores do infarto. A pericardite pode ser causada por infecções ou surgir a partir de doenças reumatológicas, como o lúpus, por exemplo. Conheça outras causas da pericardite.

O que fazer: é indicado que o cardiologista seja consultado para que seja iniciado o tratamento mais adequado, que pode variar de acordo com a causa, podendo ser recomendado o uso de antibióticos, analgésicos e/ ou anti-inflamatório não esteroide.

5. Isquemia cardíaca

A isquemia cardíaca, que pode levar ao infarto ou a angina, é a diminuição da passagem de sangue pelas artérias por conta da presença de placas que acabam por obstruir o vaso. Essa condição é percebida por conta da dor forte ou sensação de queimação no peito, que pode irradiar para a nuca, queixo, ombros ou braços, além de palpitação, mal estar, náusea. Veja como identificar a isquemia cardíaca.

O que fazer: é importante que o cardiologista seja consultado para que a causa da isquemia cardíaca seja identificada e o tratamento seja iniciado. De forma geral, o médico pode indicar o uso de medicamentos para reduzir os batimentos cardíacos, dilatar os vasos sanguíneos e/ ou controlar a pressão arterial, além de ser recomendada a prática de atividade física e a alimentação pobre em gordura.

6. Arritmia cardíaca

A arritmia cardíaca é a frequência inadequada do ritmo cardíaco, ou seja, batimentos cardíacos acelerados ou lentos, além de sensação de fraqueza, tontura, mal-estar, palidez, suor frio e dor no coração.

A arritmia pode acontecer tanto em pessoas saudáveis quanto naquelas que já possuem uma doença cardíaca instalada e tem como principais causas pressão alta, doença coronariana, problema na tireoide, exercício físico intenso, insuficiência cardíaca, anemia e envelhecimento. Conheça mais sobre a arritmia cardíaca.

O que fazer: o tratamento para arritmia cardíaca recomendado pelo cardiologista pode variar de acordo com a gravidade e causa da arritmia, podendo ser indicado o uso de medicamentos ou, em alguns casos, o uso de marcapasso para os casos de bradicardias e ablação nas taquicardias.

7. Síndrome do pânico

A síndrome do pânico é um transtorno psiquiátrico em que há crises repentinas de medo que provocam sintomas como falta de ar, suor frio, formigamento, perda de controle sobre si mesmo, zumbido no ouvido, palpitações e dor no peito. Geralmente essa síndrome ocorre mais em mulheres, no final da adolescência e início da vida adulta.

A dor sentida na síndrome do pânico é diversas vezes confundidas com a dor do infarto, porém existem algumas características que as diferenciam. A dor na síndrome do pânico geralmente é contínua, concentrada no peito, tórax e pescoço e está bastante associada a situações de medo, estresse, ansiedade. A dor do infarto é mais forte, pode ser irradiada para outras regiões do corpo e dura mais que 10 minutos, porém não dura por muito tempo e pode ir e voltar ao longo das horas. Saiba como reconhecer a síndrome do pânico.

O que fazer: é importante seguir a orientação do psiquiatra, que normalmente envolve o uso de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, que ajudam a promover o alívio dos sintomas, além de ser importante também fazer psicoterapia com regularidade.

8. Ansiedade

A ansiedade pode deixar a pessoa improdutiva, ou seja, incapaz de realizar tarefas simples do dia-a-dia. Em crises de ansiedade há aumento na tensão do músculo das costelas e aumento nos batimentos cardíacos, o que faz com que haja sensação de aperto e dor no coração.

Além da dor no peito, outros sintomas da ansiedade são respiração rápida, batimentos cardíacos acelerados, náuseas, alteração no funcionamento do intestino e muita transpiração. Conheça outros sintomas de ansiedade.

O que fazer: dependendo da intensidade, é possível aliviar os sintomas de ansiedade através de chás calmantes, como o chá de camomila ou o de tília, por exemplo. No entanto, quando as crises de ansiedade são frequentes, o médico pode indicar o uso de ansiolíticos ou antidepressivos, acompanhamento com psicólogos e atividade física.