Donovanose é uma infecção sexualmente transmissível (IST) crônica e progressiva, causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, que provoca sintomas como caroços, feridas ou úlceras na região íntima, virilha ou ânus.
Também conhecida como granuloma venéreo ou granuloma inguinal, a donovanose pode afetar homens e mulheres, sendo normalmente transmitida através da relação sexual desprotegida com uma pessoa infectada pela bactéria.
Leia também: Infecções sexualmente transmissíveis: 11 principais ISTs, tratamento (e cura) tuasaude.com/doencas-sexualmente-transmissiveis-dstO tratamento da donovanose é feito pelo urologista, no caso de homens, ou ginecologista, no caso de mulheres e, normalmente, envolve o uso de antibióticos para eliminar a bactéria.
Sintomas da donovanose
Os principais sintomas de donovanose são:
- Caroço ou nódulos cor vermelho vivo na região íntima, que não causam dor;
- Feridas ou úlceras, que aumentam de tamanho lentamente;
- Lesões que sangram facilmente;
- Desconforto no local das lesões;
- Cheiro desagradável ou pus, quando as lesões ficam infeccionadas.
Os sintomas da donovanose podem surgir prepúcio, sulco coronal, freio, glande, ou bolsa escrotal em homens, e os pequenos e grandes lábios, abertura da vagina, colo do útero ou trato genital superior, em mulheres.
Além disso, podem surgir lesões em outras regiões como ânus, virilha, rosto, lábios, gengivas, faringe, laringe ou tórax.
Quando a infecção não é tratada, pode causar lesões em órgãos internos, como pulmão, fígado, baço, articulações ou ossos, por exemplo.
Leia também: Caroço ou bolinha na virilha: 8 causas comuns (e o que fazer) tuasaude.com/caroco-na-virilhaQuando surgem os sintomas?
Geralmente, os sintomas da donovanose surgem de forma progressiva, ao longo do tempo, cerca de 30 dias a 6 meses após o contato com a bactéria.
É importante consultar o urologista ou ginecologista sempre que surgirem sintomas da donovanose, para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento o mais rápido possível.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da donovanose é feito pelo urologista, ginecologista ou infectologista através da avaliação dos sintomas, exames físico da região genital, hábitos de vida, histórico de saúde e de contato íntimo desprotegido.
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Além disso, o médico deve recolher uma amostra do líquido da ferida ou úlcera, para identificar a bactéria Klebsiella granulomatis ou até biópsia da lesão, em alguns casos.
Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico e descartar outras condições que podem ter sintomas semelhantes, como sífilis, cancro mole, linfogranuloma venéreo ou até câncer.
Exames para outras IST's também podem ser solicitados, principalmente o teste de HIV.
Leia também: Teste de HIV: o que é, quando fazer e como entender o resultado tuasaude.com/teste-do-hivDonovanose e HIV
Devido ao fato das feridas da donovanose serem abertas, representam porta de entrada para infecções secundárias, estando a doença associada a um maior risco de desenvolver infecção pelo vírus HIV.
Como acontece a transmissão
A principal forma de transmissão da donovanose é através da relação sexual vaginal, anal ou oral desprotegida, ou seja, sem preservativo.
No entanto, embora seja raro, a donovanose pode ser transmitida por contato não sexual, como no caso da transmissão fecal, ou durante o parto vaginal, por exemplo.
Como é feito o tratamento
O tratamento deve ser feito com orientação do urologista, ginecologista ou infectologista, sendo normalmente recomendado o uso de antibióticos para eliminar a bactéria, combater a infecção e promover a recuperação das lesões, além de prevenir infecções secundárias.
Os principais tratamentos para donovanose são:
1. Antibióticos para donovanose
Os principais antibióticos que podem ser recomendados pelo médico são:
- Azitromicina;
- Doxiciclina;
- Ciprofloxacino;
- Eritromicina;
- Sulfametoxazol e trimetoprima.
Normalmente, o uso dos antibióticos é feito por pelo menos 3 semanas seguidas e seu uso deve ser mantido até que as feridas na região genital estejam completamente cicatrizadas.
Caso os sintomas da donovanose não melhorem nos primeiros dias de tratamento, pode ser necessário voltar ao médico para adicionar outro antibiótico, geralmente um aminoglicosídeo, como a gentamicina, por exemplo.
2. Cirurgia para donovanose
No caso das lesões mais extensas, pode ser recomendada a remoção da lesão por meio de cirurgia.
A cirurgia para donovanose não cura a infecção, sendo necessário tomar os antibióticos conforme orientado pelo médico.
3. Acompanhamento médico regular
Durante e após o tratamento é importante fazer o acompanhamento médico regular e realizar exames periódicos.
Desta forma, o médico pode verificar como o organismo está reagindo ao tratamento e se as bactérias estão conseguindo ser eliminadas, podendo-se trocar de antibiótico caso seja necessário.
4. Autocuidados para donovanose
Além de utilizar o antibiótico de acordo com a orientação médica, alguns cuidados são importantes durante o tratamento da donovanose, como:
- Fazer o tratamento corretamente e pelo tempo orientado pelo médico;
- Manter a região íntima limpa, para evitar infecção da ferida e facilitar a cicatrização do local;
- Evitar o contato íntimo até a cura completa da infecção;
- Não interromper o tratamento por conta própria.
Além disso, caso se tenha tido contato íntimo nos últimos 60 dias antes do diagnóstico da donovanose, também é importante informar o parceiro ou parceira para que consulte um médico e avalie a possibilidade de também ter a infecção, e iniciar o tratamento se necessário.
Donovanose tem cura?
A donovanose tem cura, quando o tratamento é feito corretamente conforme indicado pelo médico.
Possíveis complicações
A donovanose pode causar algumas complicações, como disseminação da infecção para órgãos internos, podendo causar osteomielite ou poliartrite, por exemplo.
Além disso, outras complicações que podem surgir são sangramento vaginal, ou estreitamento do canal vaginal, anal ou uretra, cicatrizes no pênis ou bolsa escrotal, ou câncer.
Como prevenir
Para prevenir a donovanose, é recomendado:
- Usar preservativo em todas as relações sexuais, seja vaginal, anal ou oral;
- Evitar o contato íntimo enquanto ainda existirem sintomas;
- Realizar exames regularmente para infeções sexualmente transmissíveis;
- Evitar múltiplos parceiros.
Realizar o autoexame dos órgãos genitais, observando se o cheiro, cor, aparência e pele possuem alguma anormalidade, ajudam a identificar mais rápido a existência da donovanose e fazer a intervenção médica da forma mais breve possível.