Diabetes tipo 1: o que é, sintomas, causas e tratamento

Atualizado em fevereiro 2023

A diabetes tipo 1 é um tipo de diabetes na qual o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, fazendo com que o organismo não seja capaz de utilizar o açúcar no sangue, resultando no aumento da glicose no sangue e sintomas como boca seca, sede constante e vontade de urinar frequentemente.

A diabetes do tipo 1 está normalmente relacionada com fatores genéticos e autoimunes, em que o sistema imunológico ataca e destrói as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. Assim, não há produção de insulina suficiente para fazer com que a glicose entre nas células, permanecendo na corrente sanguínea.

O tratamento da diabetes tipo 1, também conhecida como diabetes juvenil ou diabetes insulino-dependente, é feito pelo endocrinologista ou pediatra, com o uso da insulina aplicada sob a pele para controlar os sintomas e prevenir complicações, sendo importante também que existam mudanças no estilo de vida da pessoa.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de diabetes tipo 1

Os principais de diabetes tipo 1 são:

  • Sensação de sede constante;
  • Vontade frequente para urinar;
  • Fome constante;
  • Cansaço excessivo;
  • Perda de peso sem motivo aparente;
  • Dificuldade de ganhar peso;
  • Dor abdominal;
  • Vômitos;
  • Irritabilidade;
  • Alterações de humor;
  • Visão embaçada;
  • Candidíase vaginal frequente em meninas e mulheres;
  • Dificuldade de cicatrização de feridas;
  • Dificuldade de concentração.

Os sintomas da diabetes 1 podem surgir de repente e estão relacionados com o aumento da quantidade de glicose circulante no sangue devido ao mau funcionamento do pâncreas, e falta de insulina.

No caso da criança, além destes sintomas, alguns sinais podem indicar a diabetes tipo 1, como voltar a fazer xixi na cama durante a noite ou apresentar infecções recorrentes da região íntima. Veja como reconhecer os primeiros sintomas da diabetes nas crianças.

Além disso, a diabetes tipo 1 quando não diagnosticada e tratada adequadamente pode causar cetoacidose diabética, que é uma condição grave caracterizada pelos altos níveis de açúcar no sangue e aumento da acidez do sangue, levando ao surgimento de outros sintomas, como náusea, vômito, hálito com cheiro semelhante à maçã podre, dor abdominal, respiração superficial e rápida, confusão mental ou coma. Entenda o que é cetoacidose diabética e como é feito o tratamento.  

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da diabetes tipo 1 é feito pelo endocrinologista através da avaliação dos sintomas e exames de sangue, como exame de hemoglobina glicada ou Hb1Ac- que avalia os níveis de glicose nos últimos dois a três meses antes da realização do exame, e/ou dos níveis de glicose em jejum.

Isto porque o açúcar do sangue se liga à hemoglobina, que é responsável por levar oxigênio para as células, sendo que quanto mais alto os níveis de açúcar no sangue, maior o valor da hemoglobina glicada. Se o resultado desse exame foi igual ou maior do que 6,5% em dois exames realizados em momentos diferentes, o diagnóstico da diabetes tipo 1 é confirmado pelo médico. Veja os valores de referência da hemoglobina glicada.  

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Além disso, o médico pode solicitar exame de glicemia em jejum, para analisar a quantidade de açúcar no sangue, exame de urina para avaliar a presença de cetonas na urina, ou teste de autoanticorpos que são comuns na diabetes tipo 1.

A medida dos níveis de açúcar no sangue também podem ser realizados em casa, utilizando o glicosímetro, o que permite monitorar os níveis de glicose no sangue, especialmente para pessoas que têm o diagnóstico confirmado de diabetes tipo 1. Saiba como usar o glicosímetro corretamente.  

Possíveis causas

A causa exata da diabetes tipo 1 não é totalmente conhecida, mas acredita-se que ocorra por fatores genéticos e ambientais, levando a uma destruição das células beta do pâncreas, por um ataque do sistema imunológico a essas células, como se fosse estranhas ao organismo.

Acredita-se que fatores ambientais, principalmente infecções virais, possam desencadear essa destruição autoimune das células beta do pâncreas, em pessoas que são geneticamente predispostas.

Diferenças entre diabetes tipo 1 e tipo 2

Os sintomas em geral ajudam a diferenciar o diabetes tipo 1 do tipo 2. Na diabetes tipo 1, predominam os sintomas de deficiência total de insulina, como perda de peso, sede excessiva e aumento do volume de urina. Já no diabetes tipo 2, a maioria dos casos não apresenta sintomas, sendo o diagnóstico feito em exames de rotina.

No diabetes tipo 1, ocorre uma destruição autoimune das células do pâncreas responsáveis por produzir insulina, o que ocasiona o início da doença de forma abrupta pela ausência de insulina no corpo. Já a base do diabetes tipo 2 é uma resistência a ação da insulina nos órgãos periféricos, principalmente músculo e tecido adiposo, o que acontece como uma consequência de múltiplos fatores envolvidos, como excesso de peso, sedentarismo e genética, por exemplo.

Além disso, como a diabetes do tipo 1 tem destruição das células do pâncreas por alterações genéticas, não há prevenção e o tratamento deve ser feito com injeções diárias de insulina para regular os níveis de glicose no sangue.

Por outro lado, como o desenvolvimento da diabetes do tipo 2 também está relacionado com os hábitos de vida, é possível evitar (em alguns casos) esse tipo de diabetes por meio de alimentação equilibrada e saudável e prática de atividade física regularmente. Conheça outras diferenças entre os tipos de diabetes.

Como é feito o tratamento

O tratamento da diabetes tipo 1 deve ser feito com orientação do endocrinologista, com o uso diário de insulina na forma de injeção sob a pele ou, em alguns casos, o uso da bomba de insulina, de acordo com a orientação do médico. Conheça os principais tipos de insulina e como aplicar.

Além disso, é recomendado que seja feito o monitoramento da concentração de glicose antes e após as refeições, sendo recomendado que os níveis de glicose antes das refeições esteja, em geral, entre 70 e 130 mg/ dL e após as refeições menor que 180 mg/ dL. O alvo da HBAIC é, de uma forma geral, menor do que 7%.

O tratamento para diabetes tipo 1 ajuda a evitar o surgimento de complicações como a cetoacidose, problemas de visão, doenças no coração e nos rins, por exemplo. Veja mais sobre o tratamento para diabetes tipo 1.

Para complementar o tratamento da diabetes tipo 1, é importante que haja uma nutricionista especializada no acompanhamento, que irá orientar uma dieta com pouco ou nenhum açúcar e com baixo teor de carboidratos, como pão, bolo, arroz, macarrão, biscoitos e algumas frutas, por exemplo, e um maior consumo de fibras/ alimentos integrais.

Além disso, a pratica atividades físicas, como caminhada, corrida ou natação conforme orientação medica também pode ajudar no controle dos níveis de glicose no sangue.

Veja como deve ser a alimentação na diabetes tipo 1 assistindo o vídeo a seguir:

youtube image - Alimentação para DIABÉTICO