O que é dermatose ocupacional, causas, prevenção e tratamento

fevereiro 2020

A dermatose ocupacional é qualquer alteração na pele ou em seus anexos que esteja relacionada direta ou indiretamente com a atividade profissional desempenhada ou ambiente de trabalho, podendo ser causada por variações de temperatura, exposição a microrganismos e contato com agentes químicos, como borracha, derivados do petróleo e ácidos, por exemplo.

De acordo com a atividade desempenhada e ambiente de trabalho, pode haver o desenvolvimento de diversos tipos de dermatose ocupacional, como ulcerações, dermatite de contato por agentes irritantes, distrofia ungueal e dermatite de contato por fotossensibilização, podendo o tratamento indicado pelo dermatologista ser diferente de acordo com a dermatose apresentada pela pessoa. Conheça mais sobre a dermatose e o que fazer.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os sintomas relacionados à dermatose ocupacional varia de acordo com a causa, no entanto, de forma geral a pessoa pode apresentar feridas, queimaduras, bolhas ou úlceras na pele, vermelhidão e coceira na pele, irritação, vermelhidão e lacrimejamento dos olhos, coriza e dificuldade para respirar e falta de ar.

Causas de dermatose ocupacional

As causas de dermatose ocupacional podem estar direta ou indiretamente relacionadas com o ambiente de trabalho e atividade desenvolvida, havendo maior predisposição para acontecer em pessoas mais jovens e que não possuem tanta experiência profissional e cuidados necessários para a atividade, em pessoas que possuem predisposição para dermatoses não necessariamente relacionadas ao trabalho e quando o ambiente não é adequado, não havendo medidas de segurança, por exemplo.

As causas da dermatose ocupacional estão relacionadas com a atividade de trabalho desempenhada, sendo as principais:

  • Contato com agentes biológicos, como bactérias, fungos, parasitas, vírus ou insetos;
  • Exposição a agentes físicos, como radiação ionizante e não ionizante, calor, frio, eletricidade, laser ou vibrações;
  • Exposição a agentes químicos, como borracha, derivados de petróleo, cimento, solventes, detergentes, ácidos ou resina epóxi,
  • Contato com substâncias alergênicas;
  • Fatores do ambiente, como a temperatura e a umidade.

O diagnóstico das dermatoses ocupacionais deve ser feito pelo médico de trabalho, clínico geral ou dermatologista de acordo com os sintomas apresentados e avaliação da relação entre a dermatose e a atividade desempenhada. Muitas vezes o diagnóstico não é feito pelo fato da pessoa não querer consultar o médico e correr o risco de ser suspenso da atividade, até porque as dermatoses ocupacionais não são de notificação obrigatória. Dessa forma, pode haver agravamento dos sintomas e, consequentemente, ter prejuízos para a pessoa.

Como deve ser o tratamento

O tratamento da dermatose ocupacional varia de acordo com o agente responsável pela dermatose e gravidade dos sintomas, sendo importante que o dermatologista seja consultado para que sejam avaliados os sintomas da dermatose e possa ser indicado o tratamento mais adequado, que pode ser com o uso de pomadas e cremes e remédios, por exemplo. Além disso pode ser recomendada a adequação do material de trabalho, uso de equipamentos de proteção individual e afastamento do trabalho até que os sinais e sintomas da dermatose tenham sido tratados.

Como prevenir as dermatoses ocupacionais

Para prevenir o acontecimento das dermatoses é preciso que o ambiente de trabalho seja considerado seguro, além de ser importante que sejam fornecidos pela empresa material de proteção individual para cada trabalhador de acordo com a atividade desempenhada, pois assim é possível evitar o contato ou a exposição aos potenciais fatores relacionados com a dermatose.

Além disso, é importante que a empresa tenha um plano de proteção coletiva, que envolvem medidas que transformam o ambiente de trabalho seguro, como ventilação adequada, isolamento de áreas de risco e automatização de processos que representam risco elevado de contaminação para as pessoas.

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Escrito e atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em fevereiro de 2020.

Bibliografia

  • ALCHORNE, Alice O. A.; ALCHORNE, Maurício M. A.; SILVA, Marzia M. Dermatoses ocupacionais. An Bras Dermatol. Vol 85. 2 ed; 137-147, 2010
  • MINISTÉRIO DA SAÚDE. Dermatoses Ocupacionais. 2006. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/06_0553_M.pdf>. Acesso em 13 fev 2020
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  • MIRANDA, Fernanda M. DA et al. Dermatoses ocupacionais registradas em sistema de notificação na região Sul do Brasil (2007 a 2016). Revista Brasileira de Medicina do Trabalho. Vol 18. 4 ed; 442-450, 2018
  • PREFEITURA DE SÃO PAULO. Dermatose Ocupacional. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/saude_do_trabalhador/index.php?p=254257>. Acesso em 13 fev 2020
Equipe editorial constituída por médicos e profissionais de saúde de diversas áreas como enfermagem, nutrição, fisioterapia, análises clínicas e farmácia.