Corrimento amarelo na gravidez: 7 causas e o que fazer

Atualizado em dezembro 2023

A presença de corrimento amarelo na gravidez pode ser indicativo de infecções, como candidíase, vaginose bacteriana, tricomoníase ou clamídia, por exemplo, mas também pode ocorrer devido a saída do tampão mucoso ou vazamento de líquido amniótico.

O corrimento amarelo na gravidez pode estar acompanhado de outros sintomas, como cheiro fétido, coceira na região genital ou dor ou sensação de queimação ao urinar, devendo sempre ser avaliado pelo ginecologista, pois pode causar complicações na gravidez.

Dessa forma, sempre que surgir corrimento amarelo na gravidez, é muito importante ginecologista para identificar a causa e iniciar o tratamento mais adequado, que pode ser bastante diferente de acordo com a causa do corrimento amarelo.

Imagem ilustrativa número 1

Principais causas

As principais causas de corrimento amarelo na gravidez são:

1. Candidíase

A candidíase é uma infecção causada pelo fungo Candida albicans, que é encontrado naturalmente na região genital, causando corrimento esbranquiçado semelhante a queijo cottage, mas que também pode se apresentar amarelado, e acompanhado de sintomas como coceira intensa na região genital, vermelhidão e inchaço na vulva, sensação de queimação ao urinar.

Este tipo de infecção é bastante comum na gravidez devido às alterações hormonais normais da gestação, que podem levar a um desequilíbrio da microbiota vaginal, favorecendo o crescimento de fungos.

Embora não afete o desenvolvimento do bebê no útero, a candidíase precisa ser tratada para evitar que durante o parto o bebê seja contaminado com os fungos, o que pode causar complicações, como candidíase oral, popularmente chamada de "sapinho".

O que fazer: deve-se consultar o obstetra para iniciar o tratamento mais indicado, que pode ser feito com o uso de pomadas ou comprimidos antifúngicos. Veja como é feito o tratamento da candidíase na gravidez.

Não ignore os sinais que seu corpo está dando!

Conte com os nossos especialistas para entender a causa dos seus sintomas. Marque sua consulta já!

Marcar consulta

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

2. Vaginose bacteriana

A vaginose bacteriana é uma infecção causada por bactérias encontradas naturalmente na região genital, principalmente a Gardnerella sp., causando coceira intensa, sensação de queimação ou desconforto ao urinar, cheiro de peixe podre, que se intensifica após o contato íntimo, e corrimento amarelo fino, mas que também pode ter uma coloração esbranquiçada ou cinza.

Esse tipo de infecção durante a gravidez, quando não tratada, pode aumentar o risco de aborto espontâneo, parto prematuro, ruptura das membranas, endometrite, corioamnionite e baixo peso do bebê ao nascer, além de maior risco de ter infecções sexualmente transmissíveis.

O que fazer: deve-se consultar o ginecologista-obstetra para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais indicado, que pode ser feito com remédios antibióticos seguros para a gestação, como o metronidazol ou a clindamicina, por exemplo. Veja todos os remédios que podem ser indicados para vaginose bacteriana.

3. Clamídia

A clamídia é uma infecção sexualmente transmissível (IST), causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, levando ao surgimento de corrimento amarelado, semelhante a pus, dor e ardor ao urinar, dor e sangramento durante o contato íntimo ou dor pélvica.

A clamídia durante a gravidez pode levar ao parto prematuro, ruptura das membranas ou baixo peso ao nascer, e pode passar da mãe para bebê durante o parto, quando a grávida tem a infecção e não fez o tratamento adequado, causando complicações para o bebê, como conjuntivite ou pneumonia.

O que fazer: é importante seguir o tratamento indicado pelo obstetra, que normalmente é feito com o uso de antibióticos como azitromicina ou doxiciclina. Veja mais detalhes do tratamento da clamídia.

4. Gonorreia

A gonorreia é também é uma infecção sexualmente transmissível, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que pode ser transmitida através da relação sexual desprotegida com o parceiro infectado, levando ao surgimento de corrimento amarelado, dor ou sensação de queimação ao urinar, incontinência urinária, coceira na região íntima ou sangramento, por exemplo.

A gonorreia na gravidez pode causar complicações como aborto espontâneo, ruptura prematura das membranas, parto prematuro, infecção do líquido amniótico ou baixo peso ao nascer.

Além disso, a gonorreia pode ser transmitida para o bebê durante o parto normal, quando não tratada adequadamente, causando complicações para o bebê, como conjuntivite neonatal, cegueira ou infecção generalizada.

O que fazer: é recomendado que o ginecologista seja consultado o mais rápido possível para que o tratamento seja iniciado, que envolve o uso de antibióticos, como penicilina, ofloxacina ou ciprofloxacina, por exemplo. Saiba mais sobre o tratamento da gonorréia na gravidez.

5. Tricomoníase

A tricomoníase é outra infecção sexualmente transmissível, causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, que também pode surgir na gravidez caso aconteça o contato íntimo desprotegido com o parceiro infectado, levando ao surgimento de corrimento amarelado ou esverdeado com cheiro desagradável, vermelhidão, dor ou coceira na região genital, dor ao urinar, desconforto durante o contato íntimo, ou presença de pequenos sangramentos vaginais.

A tricomoníase na gravidez pode aumentar o risco de parto prematuro ou baixo peso ao nascer e, por isso, deve ser tratada o mais rápido possível.

O que fazer: deve-se consultar o obstetra para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento com um antibiótico, como o metronidazol, por cerca de 3 a 7 dias. Entenda melhor como é feito o tratamento da tricomoníase.

6. Líquido amniótico

O corrimento amarelo também pode ocorrer por um vazamento de líquido amniótico, tendo um aspecto mais claro, aquoso, sem cheiro ou com cheiro levemente adocicado, que pode sair em pequenas quantidades como um gotejamento ou sair em grandes quantidades e de forma constante.

Esse vazamento de líquido amniótico pode surgir no 1º ou 2º trimestre da gestação, devido a quadros infecciosos genitais, inflamação nas membranas fetais, uso de drogas de abuso ou cigarro durante a gravidez, má nutrição ou comprimento cervical curto, que podem levar a ruptura prematura das membranas, devendo sempre ser avaliado pelo ginecologista, pois pode causar complicações como aborto espontâneo, nascimento prematuro ou mote fetal.

Além disso, quando o vazamento de líquido amniótico ocorre após as 37 semanas de gravidez, e é acompanhado de outros sintomas, como contrações regulares que aumentam de intensidade e não melhoram com o movimento do corpo, pode ser indicativo de início de trabalho de parto prematuro. Saiba identificar os sintomas de trabalho de parto.

O que fazer: na presença de vazamento de líquido amniótico, é importante que a mulher vá ao hospital o mais rápido possível para que possa ser feita uma avaliação pelo obstetra e verificado se a mulher está entrando em trabalho de parto.

7. Tampão mucoso

O tampão mucoso é uma substância produzida pelo corpo nos primeiros meses de gravidez, que tem como objetivo evitar que bactérias e outros microrganismos cheguem até o útero e interfira no desenvolvimento do bebê e a continuidade da gestação, podendo causar a liberação de corrimento fino, geralmente esbranquiçado e sem cheiro, mas que pode variar de cor ao longo da gestação apresentando um aspecto amarelado, avermelhado ou, em alguns casos, amarronzado. Saiba como identificar o tampão mucoso.

A presença do tampão mucoso é considerada normal durante a gravidez, no entanto, no final da gravidez, pode indicar que o corpo está se preparando para o trabalho de parto, mas isso não indica necessariamente que o parto está chegando, podendo demorar horas, dias ou até 3 semanas para ocorrer, mas deve-se sempre comunicar ao médico quando apresentar esse tipo de corrimento vaginal.

O que fazer: é importante fazer o acompanhamento pré-natal, para que possa ser avaliado pelo obstetra se existe algum risco para a gestação, caso a saída do tampão mucoso ocorra numa fase inicial da gravidez. Já no caso de ocorrer no final da gravidez, a mulher deve estar atenta a outros sintomas do trabalho de parto, como sangramento, contrações frequentes e regulares, rompimento da bolsa amniótica, ou diminuição ou ausência de movimentos fetais, devendo-se nesse caso entrar em contato com o médico imediatamente e ir ao hospital mais próximo.

Vídeos relacionados