A tricomoníase é uma infecção genital causada pelo protozoário Trichomonas sp., que pode ser transmitido de uma pessoa para outra por meio da relação sexual sem preservativo e, por isso, é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST).
A infecção pelo Trichomonas sp. normalmente leva ao aparecimento de sintomas desconfortáveis, como corrimento amarelado ou esverdeado, dor e ardor ao urinar e coceira na região genital.
É importante que essa doença seja identificada logo que surgirem os primeiros sintomas e seja tratada de acordo com a orientação médica para que o parasita seja eliminado de forma mais eficaz. Assim, é normalmente recomendado o uso de antimicrobianos por cerca de 5 ou 7 dias, dependendo do antibiótico utilizado, com o objetivo de aliviar os sintomas e eliminar o parasita.

Principais sintomas
Os principais sintomas de tricomoníase são:
- Dor e desconforto ao urinar;
- Corrimento esverdeado ou amarelado com cheiro forte, no caso das mulheres;
- Corrimento branco e fluido, no caso dos homens;
- Vermelhidão na região genital.
Nas mulheres, os sintomas costumam ser mais intensos durante e após o período menstrual devido à alteração do pH da vagina, enquanto que nos homens é comum que o parasita permaneça na uretra, podendo causar infecção mais séria, podendo ser notado inchaço da próstata e inflamação do epidídimo. Confira outros sintomas de tricomoníase no homem e na mulher.
Os sintomas de tricomoníase podem surgir 5 a 28 dias após o contato com o parasita, no entanto, em alguns casos, é possível que a infecção seja assintomática.
Como acontece a transmissão
A transmissão da tricomoníase acontece principalmente por meio da relação sexual sem preservativo, porém é também possível haver transmissão durante a gravidez ou o parto, isso porque o parasita é capaz de migrar para o canal do parto e infectar o bebê, resultando na tricomoníase infantil, em que podem haver sintomas respiratórios e conjuntivite.
O Trichomonas sp. é bastante resistente a alterações no ambiente e, por isso, pode sobreviver na urina, esponjas e toalhas por algumas horas e na água por alguns minutos. Dessa forma, é possível também haver a transmissão através do uso de objetos, no entanto essa via de contaminação é mais rara.
O que fazer em caso de suspeita
Em caso de suspeita de infecção pelo Trichomonas sp., é importante consultar o ginecologista, urologista ou clínico geral para que seja feita uma avaliação dos sinais e sintomas apresentados e seja indicada a realização de alguns exames para confirmar a infecção.
Assim, pode ser recomendada a realização do exame de urina do tipo 1, bem como análise da secreção vaginal ou peniana. Dessa forma, por meio desses exames, é possível confirmar a tricomoníase e iniciar o tratamento mais adequado com o objetivo de prevenir complicações.
Como é feito o tratamento
O tratamento para tricomoníase tem como objetivo aliviar os sintomas da infecção e prevenir futuras complicações. Isso porque quando a infecção não é tratada ou o tratamento não é realizado conforme orientação do médico, há maior risco da pessoa adquirir outras infecções sexualmente transmissíveis devido à maior fragilidade do sistema imune, como HIV, gonorreia, clamídia e vaginose bacteriana.
Além disso, quando o tratamento não é realizado até o fim, há também maior probabilidade da pessoa continuar a transmitir o parasita, além de favorecer a sua proliferação e o desenvolvimento de sintomas mais graves.
1. Remédios indicados
O tratamento para tricomoníase é feito com o uso de antibióticos de acordo com a orientação médica, podendo ser 2 vezes ao dia por 5 a 7 dias ou dose única. Os remédios mais utilizados são:
- Tinidazol: Esse medicamento tem atividade antibiótica e antiparasitária, sendo capaz de destruir e impedir a multiplicação do microrganismo, sendo muito utilizado para tratamento de infecções. O uso desse medicamento deve ser feito de acordo com a orientação médica;
- Metronidazol: O ginecologista pode solicitar o uso do metronidazol tanto em comprimido, que normalmente é feito por 5 a 7 dias com duas doses diárias ou uma dose diária única, quanto na forma de creme, que é aplicado diretamente na vagina 1 vez ao dia de acordo com a recomendação médica.
Durante o tratamento é contraindicado consumir bebidas alcoólicas, pois pode gerar mal-estar, vômitos, náuseas e dores abdominais, além de também poder diminuir a atividade do antibiótico utilizado. O parceiro também deve ser tratado, mesmo que não haja sintomas, para que não haja chances de reinfecção, e é também recomendado que a relação sexual seja evitada durante o período de tratamento.
É importante que o tratamento seja continuado mesmo que não existam mais sintomas, pois só assim é possível garantir que o parasita foi eliminado e não há mais risco para a saúde e/ou de transmissão.
No caso da tricomoníase na gravidez, é importante consultar o ginecologista para que seja possível ser feita uma avaliação e possa ser avaliado o risco do uso dos antimicrobianos e, assim, ser indicado o melhor tratamento.
2. Tratamento caseiro
O tratamento caseiro para tricomoníase deve complementar o tratamento indicado pelo médico, sendo uma boa opção a lavagem vaginal com o chá de pau d'arco, que é uma planta medicinal que possui propriedades antivirais e antibióticas, sendo capaz de eliminar o Trichomonas vaginalis. O chá é feito com 1 litro de água e 3 colheres de sopa de folha secas. Depois de ferver por mais ou menos 10 minutos e coar, já se pode fazer a lavagem. Conheça outros remédios caseiros para corrimento vaginal.
Sinais de melhora e piora da tricomoníase
O sinais de melhora da tricomoníase surgem cerca de 2 a 3 dias após o início do tratamento e incluem alivio da coceira, desaparecimento do corrimento, redução da vermelhidão e diminuição da vontade frequente para urinar, por exemplo.
Por outro lado, quando a pessoa não inicia ou realiza o tratamento adequado, podem surgir sinais de piora, como aumento da vermelhidão na região íntima, cheiro fétido, inchaço ou surgimento de feridas. Além disso, gestantes com tricomoníase que não iniciam o tratamento adequado podem ter outras complicações graves como parto prematuro ou transmissão da doença para o bebê durante o parto.