Cardiopatia congênita: o que é, sintomas, tipos e tratamento

Atualizado em março 2024

Cardiopatia congênita é a alteração na estrutura do coração do bebê ainda durante a gestação, comprometendo o funcionamento cardíaco e resultando em sintomas, como cansaço excessivo durante as mamadas, baixo peso ou coloração roxa na ponta dos dedos ou do lábio do bebê.

Essas alterações podem ocorrer em vasos sanguíneos, válvulas, átrios ou ventrículos, por exemplo, sendo causadas por rubéola na gravidez, consumo de álcool ou drogas, diabetes, uso de remédios ou fatores genéticos.

A cardiopatia congênita tem cura e pode ser detectada nos exames pré-natais, o que é fundamental para o planejamento do parto e o tratamento após o nascimento, que normalmente é feito com cirurgia que varia de acordo com a complexidade da cardiopatia.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de cardiopatia congênita

Os principais sintomas de cardiopatia no bebê são: 

  • Cansaço excessivo durante as mamadas;
  • Coloração roxa na ponta dos dedos, língua ou lábios, chamada cianose;
  • Respiração rápida e curta, mesmo em repouso;
  • Sonolência e cansaço excessivos;
  • Palidez e apatia;
  • Baixo ganho de peso e pouco apetite;
  • Inchaço nas pernas, barriga ou olhos.

Esses sintomas podem variar de intensidade de acordo com a gravidade da cardiopatia, e ocorrem devido a alteração no fluxo de sangue no corpo, podendo estar presentes após o nascimento do bebê.

No entanto, é possível que os sintomas de cardiopatia congênita surjam ao longo do desenvolvimento da criança ou na vida adulta, podendo ocorrer também infecções respiratórias frequentes, coração acelerado e boca roxa após esforços ou cansaço fácil em relação as outras crianças da mesma idade, por exemplo.

Leia também: Cardiopatia: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento tuasaude.com/cardiopatia

Como é feito o diagnóstico

As cardiopatias congênitas podem ser detectadas pelo obstetra ainda durante a gestação através da realização do ultrassom e ecocardiograma fetal.

Após o nascimento do bebê, o diagnóstico da cardiopatia congênita é feito pelo cardiologista pediátrico, através do teste do coraçãozinho ainda na maternidade. Veja como é feito o teste do coraçãozinho.

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Além disso, o médico também pode solicitar exames, como eletrocardiograma, ecocardiograma, raio X de tórax ou ressonância magnética, e em alguns casos, cateterismo cardíaco. 

Em alguns casos, as cardiopatias congênitas só são diagnosticadas na infância ou na idade adulta.

Leia também: 10 principais exames do coração (e para que servem) tuasaude.com/exames-para-o-coracao

Possíveis causas

A cardiopatia congênita é causada por alterações no desenvolvimento do coração do bebê, principalmente no início da gravidez, uma vez que o coração e os vasos sanguíneos começam a se formar nas primeiras 6 semanas de gestação.

Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de cardiopatias congênitas, como:

  • Histórico familiar de cardiopatia congênita;
  • Diabetes gestacional;
  • Rubéola na gravidez;
  • Uso abusivo de drogas, álcool ou substâncias químicas durante a gravidez;
  • Fumar na gravidez.

Além disso, o uso de remédios durante a gestação, como talidomida, isotretinoína, estatinas, inibidores da enzima conversora de angiotensina, antiepilépticos ou ansiolíticos, também podem aumentar o risco de cardiopatias congênitas.

Em muitos casos, a cardiopatia congênita pode estar associada a algumas síndromes, como síndrome de Down, de Alagille, DiGeorge, Holt-Oram, Leopard, Turner e Williams, por exemplo.

Tipos de cardiopatia

De acordo com as alterações estruturais e funcionais, a cardiopatia pode ser classificada em dois tipos principais:

1. Cardiopatia congênita cianótica

Este tipo de cardiopatia é mais grave, pois o defeito no coração pode afetar de forma significativa o fluxo sanguíneo e a capacidade de oxigenação do sangue, e, dependendo da sua gravidade, pode provocar sintomas como palidez, coloração azul da pele, falta de ar, desmaios e, até, convulsões e morte.

As cardiopatias congênitas cianóticas são a tetralogia de Fallot, anomalia de Ebstein e a atresia pulmonar, que causa ausência de comunicação entre o coração direito e pulmões, impedindo que o sangue seja oxigenado corretamente. 

Idealmente, a cardiopatia congênita cianótica deve ser diagnosticada o mais cedo possível, ainda no útero materno para o planejamento do parto, ou logo após o nascimento, de forma a iniciar o tratamento o mais cedo possível.

2. Cardiopatia congênita acianótica

Este tipo de cardiopatia causa alterações que nem sempre provocam repercussões tão graves no funcionamento cardíaco, e a quantidade e intensidade dos sintomas depende das gravidade do defeito cardíaco, que vão desde ausência de sintomas, sintomas somente durante esforços, até a insuficiência cardíaca.

As principais cardiopatias congênitas acianóticas são:

  • Comunicação interatrial (CIA): ocorre uma comunicação anormal entre os átrios cardíacos, que são as câmaras mais superiores;
  • Comunicação interventricular (CIV): há um defeito entre as paredes dos ventrículos, provocando uma comunicação inadequada destas câmaras e a mistura de sangue oxigenado e não oxigenado;
  • Persistência do canal arterial (PCA): este canal existe naturalmente no feto para ligar o ventrículo direito do coração à aorta, para que o sangue siga em direção à placenta e receba oxigênio, mas deve se fechar logo após o nascimento. A sua persistência pode provocar dificuldades na oxigenação do sangue do recém-nascido;
  • Defeito no septo atrioventricular (DSVA): provoca uma comunicação inadequada entre o átrio e o ventrículo, dificultando a função cardíaca.

Dependendo dos sintomas provocados, estas alterações podem ser descobertas logo após o nascimento, ou apenas na idade adulta.

Como é feito o tratamento

O tratamento da cardiopatia congênita deve ser feito com orientação do cardiologista pediátrico ou cardiologista, e pode envolver o uso de medicamentos para controlar os sintomas, regular a frequência cardíaca aumentar a intensidade dos batimentos.

Entretanto, o tratamento definitivo é a cirurgia para correção do defeito no coração, indicada para quase todos os casos, sendo capaz de curar a cardiopatia. Veja como é a recuperação da cirurgia cardíaca.

Muitos casos demoram anos para serem diagnosticados e podem ser resolvidos de forma espontânea ao longo do crescimento da criança, fazendo com que sua vida seja normal. No entanto, casos mais graves necessitam de cirurgia ainda no primeiro ano de vida.

Leia também: Cardiopatia grave: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento tuasaude.com/cardiopatia-grave

Além disso, diversas síndromes genéticas podem apresentar defeitos cardíacos e, por isso, o funcionamento do coração deve ser bem avaliado caso o criança seja diagnosticada com estas doenças.

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