Bursite no quadril: o que é, sintomas, causas e tratamento

Revisão clínica: Marcelle Pinheiro
Fisioterapeuta
fevereiro 2023

A bursite no quadril é a inflamação na bursa trocantérica, que é um pequeno saco contendo líquido no seu interior, localizada na lateral do quadril, causando sintomas como dor na região lateral do quadril, dor que piora ao subir escadas ou se levantar ou deitar de lado.

A bursa funciona como uma espécie de almofada para diminuir o atrito entre o ponto mais saliente do osso do fêmur, chamado trocânter maior, e o músculo lateral da cocha, além de absorver o impacto dos movimentos, e sua inflamação pode surgir devido a fraqueza muscular ou exercício físico intenso, ou até por quedas.

O tratamento da bursite do quadril, também conhecida como bursite trocantérica, deve ser feito pelo ortopedista, que pode indicar o uso de remédios anti-inflamatórios, realização de fisioterapia e, em casos mais graves, cirurgia.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da bursite no quadril

Os principais sintomas da bursite no quadril são:

  • Dor na região lateral do quadril;
  • Dor que se inicia gradualmente e piora com o tempo;
  • Dor que piora quando se está muito tempo de pé ou deitado de lado;
  • Dor ao toque;
  • Inchaço no local;
  • Dor que irradia para a coxa, glúteo ou joelho;
  • Dor que piora ao se levantar de uma cadeira ou subir escadas.

É importante consultar o ortopedista sempre que surgirem sintomas da bursite no quadril, para iniciar o tratamento mais adequado, pois se não for tratada, pode piorar com o tempo e tornar-se crônica, tornando mais difícil o tratamento e o controle dos sintomas.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da bursite no quadril é feito pelo ortopedista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde, de atividades físicas de impacto, traumas na região do quadril, além da avaliação física.

Durante a avaliação física, o médico verifica a sensibilidade na região, que não deve apresentar vermelhidão e aumento da temperatura local, além de realizar a palpação profunda da região da bursa e testes de força dos músculos relacionados com o quadril, sendo que normalmente a pessoa apresentar dor durante a execução dessas avaliações.

Além disso, o médico também pode solicitar exames de imagem, como raio X de quadril e pelve, ultrassom ou ressonância magnética, para confirmar a inflamação na bursa, e descartar outras condições com sintomas semelhantes, como fraturas, tendinites, impacto femoroacetabular, distensão ou entorses musculares, ou até síndrome do ressalto do quadril, por exemplo.

Possíveis causas

A bursite no quadril é causada pela inflamação da bursa trocantérica, localizada entre o ponto mais saliente do osso do fêmur, o trocânter maior, e o músculo lateral da cocha, levando ao surgimento dos sintomas.

Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento da bursite no quadril, como:

  • Atividade física intensa;
  • Microtraumas repetitivos por exercícios físicos, como corrida ou ciclismo;
  • Fraqueza muscular;
  • Uso excessivo da musculatura glútea;
  • Tendinopatia nos músculos glúteo médio ou mínimo; 
  • Traumas no quadril, como quedas ou pancadas;
  • Escoliose;
  • Artrite lombar ou em alguma articulação na perna;
  • Artrite reumatoide;
  • Artrose de joelho;
  • Gota;
  • Doença na articulação sacroíliaca;
  • Pernas com comprimentos diferentes;
  • Psoríase;
  • Diabetes;
  • Esporão ósseo no quadril;
  • Histórico de cirurgia no quadril;
  • Prótese de quadril;
  • Entorse nos tornozelos;
  • Encurtamento da fáscia lata;
  • Infecção pela bactéria Staphylococcus aureus.
  • Sedentarismo;
  • Estar acamado;

Além disso, a bursite no quadril pode ser causada devido ao sedentarismo ou por estar acamado, o que pode resultar em pressão constante sobre a saliência do osso fêmur, o trocanter maior, e desenvolvimento da inflamação na bursa trocantérica.

Como é feito o tratamento

O tratamento da bursite no quadril deve ser feito com orientação do ortopedista, com o objetivo de reduzir a inflamação da bursa e aliviar os sintomas.

Os principais tratamentos que podem ser recomendados pelo médico são:

  • Repouso da articulação do quadril, evitando atividades de impacto ou exercícios físicos repetitivos;
  • Compressas frias no quadril, de 5 a 20 minutos, de 2 a 3 vezes por dia;
  • Anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno ou naproxeno;
  • Injeção de corticoides, como a cortisona, feita diretamente na articulação do quadril;
  • Cirurgia, nos casos mais graves, para retirar a bursa inflamada, liberar os tecidos da região lateral do quadril e reparar os tendões lesionados.

Além disso, o tratamento da bursite no quadril deve envolver sessões de fisioterapia com exercícios de alongamento e fortalecimento de músculos que sustentam os quadris, para aumentar a flexibilidade e melhorar a estabilidade do quadril, além de ajudar a reduzir o a inflamação, aliviar a dor e diminuir a sobrecarga sobre a bursa inflamada. Veja mais sobre o tratamento da bursite.

A fisioterapia deve ser orientada pelo fisioterapeuta, que pode incluir a terapia por ondas de choque, junto com exercícios, para acelerar a recuperação da bursite no quadril.

Exercícios para bursite no quadril

Os exercícios recomendados para a bursite no quadril têm a finalidade de fortalecer os músculos da região glútea, sobretudo os músculos afetados e também os músculos do membro inferior.

1. Ponte

Imagem ilustrativa número 2

Fazer a ponte ajuda a trabalhar músculos como os flexores do quadril, glúteos, isquiotibiais e quadríceps, que são muito importantes para suportar as articulações do quadril, sendo por isso um bom exercício de fortalecimento.

deitar de barriga para cima, com os braços alinhados com o corpo, dobrar os joelhos e apoiar os pés no chão com os calcanhares alinhados ao joelho. Contrair o abdômen e os glúteos e elevar o quadril do chão até que o corpo forme uma linha reta dos joelhos à cabeça. Manter essa posição por 5 a 10 segundos e abaixar o quadril. Pode-se fazer 5 séries de 20 repetições cada. 

De forma a aumentar a dificuldade e conseguir melhores resultados, podem fazer-se 5 séries com mais repetições.

2. Elevação lateral da perna

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Este exercício ajuda a fortalecer e desenvolver a banda íliotibial, que se localiza na parte exterior da coxa e ajuda também a fortalecer os glúteos.

Para fazer este exercício, deve-se deitar de lado, esticando o braço direito para ajudar no equilíbrio durante o exercício e levantar uma perna para cima o máximo possível e voltar a descer em direção da outra perna. O ideal é realizar 4 séries de 15 repetições em cada perna.

3. Círculos com as pernas

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Este exercício ajuda a melhorar a amplitude do movimento, flexibilidade e força em todos os músculos que tornam possível a rotação do quadril e da perna, como os flexores do quadril e os glúteos.

Para realizar este exercício corretamente, a pessoa deve começar por se deitar de costas com as pernas esticadas. De seguida, deve elevar ligeiramente a perna direita e fazer pequenos círculos, mantendo-a sempre esticada. Devem realizar-se 3 séries de 5 rotações em cada perna.

4. Elevar as pernas de pé

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Com uma cadeira à frente para se apoiar ou com a ajuda de alguém, a pessoa deve levantar uma das pernas dobradas enquanto a outra permanece esticada e depois repetir o movimento com a outra perna e ir alternando as duas, fazendo cerca de 3 séries de 15 repetições.

De forma a obter melhores resultados, estes exercícios devem ser realizados cerca de 4 a 5 vezes por semana.

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Escrito e atualizado por Flávia Costa - Farmacêutica, em fevereiro de 2023. Revisão clínica por Marcelle Pinheiro - Fisioterapeuta, em fevereiro de 2023.

Bibliografia

  • REID,. D. The management of greater trochanteric pain syndrome: A systematic literature review. J Orthop. 13. 1; 15-28, 2016
  • CHAMBERLAIN, R. Hip Pain in Adults: Evaluation and Differential Diagnosis. Am Fam Physician. 103. 2; 81-89, 2021
Mostrar bibliografia completa
  • SEIDMAN, A. J.; TAQI, M.; VARACALLO, M. IN: STATPEARLS [INTERNET]. TREASURE ISLAND (FL): STATPEARLS PUBLISHING. Trochanteric Bursitis. 2022. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK538503/>. Acesso em 17 fev 2023
Revisão clínica:
Marcelle Pinheiro
Fisioterapeuta
Formada em Fisioterapia pela UNESA em 2006 com registro profissional no CREFITO- 2 nº. 170751 - F.

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