Braquiterapia: o que é, para que serve, como é feita e cuidados

Braquiterapia é a radioterapia interna para o câncer, em que são colocadas sementes radioativas dentro ou próximo ao tumor para reduzir ou eliminar as células cancerígenas, sendo normalmente indicado para o câncer de próstata, útero ou mama, por exemplo.

Esse tipo de tratamento pode ser feito de forma temporária ou permanente, e tem como vantagem a aplicação de doses altas de radiação sem prejudicar as células saudáveis, o que não acontece com a radioterapia externa, além de aumentar a eficácia do tratamento e o controle do crescimento do tumor. 

Leia também: Radioterapia: o que é, para que serve e efeitos colaterais tuasaude.com/radioterapia

A braquiterapia deve ser feita com indicação do oncologista e é feita por uma equipe multidisciplinar, contando com radioterapeuta, anestesista, urologista, ginecologista ou outras especialidades médicas, de acordo com o tipo de tumor, além de enfermeiros e físicos. 

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

A braquiterapia serve para tratar um câncer de fase inicial, podendo ser associado ou não à quimioterapia, mas também pode ser indicado nos casos de tumor avançado, juntamente com a radioterapia externa. Entenda mais sobre os tipos,  como é feita e efeitos colaterais da quimioterapia.

Além disso, a braquiterapia também pode ser indicada para reduzir as chances de reaparecimento do tumor após cirurgia, ou para aliviar o desconforto em casos de câncer mais avançado ou com metástase.

A braquiterapia diminui os riscos de lesões em tecidos e células saudáveis, diminuindo os efeitos colaterais como cansaço, vermelhidão, coceira ou ressecamento na pele, queda de cabelo e outros, quando comparada com a radioterapia convencional. 

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Quando é indicada

A braquiterapia geralmente está indicada para o tratamento de:

  • Câncer de útero ou colo de útero;
  • Câncer de mama;
  • Câncer de próstata;
  • Câncer de pênis;
  • Câncer uretral;
  • Melanoma ocular ou retinoblastoma;
  • Câncer de cabeça e pescoço.

Outros tipos de câncer, como o câncer de cabeça e pescoço, câncer anal ou o câncer cerebral também podem ter bons resultados com a braquiterapia.

É importante ressaltar que a escolha sobre o tipo de tratamento a ser realizado deve sempre ser feita em conjunto, entre o oncologista e a pessoa.

Como se preparar

Para se preparar para a braquiterapia, deve-se fazer a consulta com o radioterapeuta para avaliar o estado geral de saúde e realizar exame físico, sendo importante levar todos os exames que possui e informar quais tratamentos para o câncer já foram realizados.

É importante também informar todos os remédios que utiliza com frequência e se está grávida ou suspeita de gravidez, no caso de mulheres.

Além disso, no caso de pessoas que têm o habito de fumar, é recomendado parar de fumar durante a braquiterapia, pois pode aumentar o risco de efeitos colaterais e reduzir o eficácia do tratamento contra o câncer.

Por utilizar anestesia, é necessário fazer um jejum absoluto de pelo menos 8 horas antes da braquiterapia, ou conforme recomendado pelo médico.

Como é feita a braquiterapia

A braquiterapia é feita pela equipe médica no hospital, com anestesia geral, raquianestesia ou anestesia local com sedação, pois é necessário uma pequena cirurgia local para implantar as sementes ou cápsulas radioativas, com o tamanho aproximado de um grão de arroz.

Para realizar a braquiterapia, o médico deve seguir alguns passos:

  1. Aplicar a anestesia geral, raquidiana ou anestesia local com sedação;
  2. Inserir o cateter ou aplicador até o local do tumor. Essa etapa é guida por ultrassom, raio X ou ressonância magnética;
  3. Aplicar o implante radioativo pelo cateter ou aplicador dentro ou próximo ao tumor;
  4. Remover o cateter ou o aplicador.

Os implantes da braquiterapia podem ser temporários, sendo retirados após alguns minutos ou dias após a braquiterapia, ou permanentes.

O tipo de implante, o tempo de uso e o local a ser implantado, dependem do tipo de terapia, da localização e do tipo de tumor.

Tipos de braquiterapia

Os principais tipos de braquiterapia são:

1. Braquiterapia intersticial

Na braquiterapia intersticial, o implante radioativo é colocado dentro do tumor, podendo ficar de forma permanente, sendo esse tipo de braquiterapia indicado, principalmente para o câncer de próstata.

2. Braquiterapia intracavitária

A braquiterapia intracavitária é feita colocando o implante radioativo dentro de cavidades do corpo, como vagina, útero ou mama, ou uma cavidade criada por cirurgia, sendo indicado nos casos de câncer de endométrio, câncer de colo de útero ou câncer de mama.

3. Braquiterapia episcleral

Na braquiterapia episcleral, o implante radioativo é colocado no olho, sendo indicado para o tratamento do melanoma ocular.

4. Braquiterapia permanente

Na braquiterapia permanente, o implante radioativo permanece no local do tumor de forma permanente, para o resto da vida, sendo normalmente indicada para o câncer de próstata.

Nesse tipo de braquiterapia, os implantes liberam a radiação de forma contínua, mas o nível de radioatividade diminui com o tempo, até que os implantes se tornem completamente inativos. 

5. Braquiterapia temporária

A braquiterapia temporária é feita com a colocação do implante radioativo que permanece no corpo por um período de tempo, de acordo com o tipo do tumor, e depois são removidos. 

6. Braquiterapia de baixas doses

Na braquiterapia de baixas doses, os implantes radioativos emitem baixas doses de radiação durante 1 a 7 dias de tratamento. 

Geralmente, nesse tipo de tratamento a pessoa fica internada no hospital e após o término do tratamento, os implantes são removidos.

7. Braquiterapia de altas doses

Na braquiterapia de altas doses, o implante radioativo emite altas doses de radiação no local do tumor, durante 10 a 20 minutos.

Nesse tipo de braquiterapia, o cateter ou o aplicador podem permanecer no local ou ser inseridos antes do tratamento, que geralmente é feito 2 vezes por dia, durante 2 a 5 dias ou 1 vez por semana, por 2 a 5 semanas.

Cuidados durante a braquiterapia

Após a colocação do implante radioativo, pode surgir dor ou desconforto no local em que o cateter ou o aplicador foi inserido, podendo ser indicado pelo médico o uso de analgésicos.

É recomendado evitar esforços excessivos ou carregar pesos durante uma a duas semanas após a braquiterapia.

Além disso, dependendo do tipo de braquiterapia, existe um risco de emitir radiação para outras pessoas, sendo recomendado isolamento e evitar o contato com crianças ou mulheres grávidas, pelo tempo recomendado pelo médico.

Possíveis efeitos colaterais

Uma vez que utiliza radiação, a braquiterapia pode ter vários efeitos colaterais, que variam de acordo com a região e o tipo de câncer a tratar.

No câncer no trato urinário ou gastrointestinal, os efeitos colaterais mais comuns são esterilidade, lesão na vagina ou menopausa. 

Quando a braquiterapia é utilizada para tratar câncer de endométrio, os efeitos colaterais geralmente são leves e temporários, como infecção da bexiga, inflamação no reto ou ânus e corrimento vaginal.

Já no tratamento de câncer de mama, o efeito adverso mais comum é o aparecimento de uma cicatriz grossa na pele. No tratamento de câncer de próstata, os possíveis efeitos são a incontinência urinária e dificuldade de ereção.

Além disso, o posicionamento inadequado do implante pode levar a uma aplicação de dose de radiação muito baixa ou muito alta, o que pode ser tóxico podendo comprometer o órgão mais próximo ao tumor.

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