KPC (superbactéria): o que é, sintomas, transmissão e tratamento

Revisão clínica: Marcela Lemos
Biomédica
março 2023

A KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase) é considerada uma superbactéria porque é resistente à maior parte dos remédios antibióticos, o que faz com que o seu tratamento seja mais complicado, além de que também pode favorecer que outras bactérias se tornem resistentes.

A infecção pela KPC é considerada grave, sendo mais comum de acontecer no hospital, principalmente em crianças, idosos, pessoas que possuem o sistema imune mais enfraquecido por causa de doenças e que estão internadas por um longo período.

A infecção pela bactéria KPC tem cura, no entanto, pode ser difícil de alcançar pois existem poucos antibióticos capazes de destruir este microrganismo. Assim, devido a sua multirresistência, é importante que sejam adotadas medidas preventivas no hospital e que precisam ser adotadas tanto pelos profissionais de saúde quanto pelos visitantes do hospital.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de infecção por KPC

Os sintomas de infecção por KPC são:

  • Febre acima de 39ºC,
  • Aumento da frequência cardíaca;
  • Dificuldade para respirar;
  • Pneumonia;
  • Infecção urinária, principalmente na gravidez.

Em alguns casos, também pode haver pressão baixa, inchaço generalizado e falha no funcionamento de alguns órgãos, principalmente quando o tratamento não é realizado corretamente.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da infecção pela KPC é feito através da realização do antibiograma, que é normalmente solicitado após ter sido confirmada a infecção por Klebsiella pneumoniae. Por meio do antibiograma, é possível saber a que antibióticos a bactéria é sensível e resistente. No caso da KPC, é indicado que a bactéria é resistente a todos os antibióticos da classe dos carbapenêmicos. Entenda como é feito o antibiograma.

Como acontece a transmissão

A transmissão da bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase pode acontecer através do contato direto com saliva e outras secreções do paciente infectado ou através da partilha de objetos contaminados. Esta bactéria já foi encontrada em terminais rodoviários e banheiros públicos, e como pode facilmente se espalhar através do contato com a pele ou pelo ar, qualquer pessoa pode ser contaminada.

A infecção pela KPC é mais frequente de acontecer em crianças, idosos ou pessoas com sistema imunológico debilitado e que permanecem muito tempo internado no hospital, tomam injeções diretamente na veia por muito tempo, estão ligados a aparelhos para respirar ou fazem muitos tratamentos com antibióticos, por exemplo.

Como prevenir

Para prevenir a transmissão da bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase é recomendando:

  • Lavar as mãos antes e após contato com pacientes no hospital;
  • Utilizar luvas e máscara de proteção para entrar em contato com o paciente;
  • Não partilhar objetos com o paciente infectado;
  • Realizar a limpeza e desinfecção de superfícies próximas ao paciente.

Acredita-se que o aumento dos casos de infecção pela superbactéria aconteça devido ao uso inadequado de antibióticos e, por isso, é fundamental que o antibiótico seja indicado pelo médico apenas quando necessário e que os dias de uso sejam respeitados, independentemente se não existem mais sintomas.

Tratamento para bactéria KPC

O tratamento para a bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase geralmente é feito no hospital com a injeção de remédios antibióticos, como Polimixina B ou Tigeciclina, diretamente na veia.

No entanto, como este tipo de bactéria é resistente à maior parte dos antibióticos, é possível que o médico altere o remédio após fazer alguns exames de sangue que ajudam a identificar o tipo correto de antibiótico, ou de uma combinação entre eles. Alguns casos podem ser tratados com uma combinação de mais de 10 antibióticos diferentes, durante 10 a 14 dias.

Além disso, durante o internamento, o paciente deve ficar num quarto isolado para evitar o contágio de outros pacientes ou familiares, por exemplo. Para tocar na pessoa contaminada deve-se usar roupas apropriadas, máscara e luvas.

A bactéria KPC tem cura?

A KPC tem cura quando é devidamente identificada e o tratamento iniciado logo em seguida com uma combinação de antibióticos indicados pelo médico. É importante que o tratamento seja feito no hospital, pois assim a pessoa é devidamente monitorada e os antibióticos são dados na dose e horário corretos, evitando complicações e favorecendo a cura.

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Escrito, atualizado e revisto clinicamente por Marcela Lemos - Biomédica, em março de 2023.

Bibliografia

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  • SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MATO GROSSO. Nota sobre a Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase - KPC. Disponível em: <http://www.saude.mt.gov.br/upload/controle-infeccoes/pasta3/nota_estadual_sobre_klebsiella_pneumoniae_produtora_de_carbapenemas_kpc.pdf>. Acesso em 23 abr 2019
Mostrar bibliografia completa
  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO - COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR - PROTOCOLO DE CONTROLE DE INFECÇÃO. Prevenção e Controle de Infecção causada pela Klebsiella Pneumoniae resistente aos carbapenêmicos (KPC) . 2013. Disponível em: <http://www2.ebserh.gov.br/documents/147715/148046/PROTOCOLO__Medidas_Prevencao_KPC.pdf/bc5e4aa6-fdf9-4ab2-a1ba-941adade1c35>. Acesso em 23 abr 2019
  • SEIBERT, Gabriela et al. Infecções hospitalares por enterobactérias produtoras de Klebsiella pneumoniae carbapenemase em um hospital escola. Einstein. Vol 12. 3 ed; 282-286, 2014
Revisão clínica:
Marcela Lemos
Biomédica
Mestre em Microbiologia Aplicada, com habilitação em Análises Clínicas e formada pela UFPE em 2017 com registro profissional no CRBM/ PE 08598.

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