Anti-inflamatórios: o que são, principais tipos e como usar

Atualizado em agosto 2022

Os anti-inflamatórios são remédios que diminuem a produção de substância inflamatórias no corpo, como prostaglandinas ou tromboxanos, sendo normalmente indicados para o tratamento de vários tipos de dor, como dor de garganta, cólicas menstruais ou dor de cabeça, por exemplo, além de poderem ser usados para baixar a febre.

O tipo de anti-inflamatório que pode ser usado depende da condição a ser tratada, podendo ser indicado pelo médico o uso de anti-inflamatórios não esteróides, como o ibuprofeno ou o ácido acetilsalicílico, para inflamações, febre ou dores leves a moderadas, ou, corticóides como dexametasona ou prednisona, no caso de inflamações relacionadas ao sistema imunológico, como a rinite alérgica ou lúpus eritematoso sistêmico, por exemplo.

Por isso, é importante consultar o médico para que seja realizado o diagnóstico da doença e, assim, seja possível ser orientado o melhor anti-inflamatório, a dose do medicamento e a duração do tratamento.

Imagem ilustrativa número 1

Os principais tipos de anti-inflamatórios incluem:

Anti-inflamatórios não esteroides

Os anti-inflamatórios não esteroides, também conhecidos como AINES, são remédios que agem reduzindo a produção de substâncias inflamatórias no corpo, como as prostaglandinas e tromboxanos, responsáveis pela inflamação ou dor.

Geralmente, os anti-inflamatórios não esteroides são indicados para o tratamento de dores leves a moderadas que não melhoram com o uso de analgésicos, como dor de cabeça, dor de garganta, dor muscular, artrite reumatóide, cólica menstrual, ou dor após uma cirurgia, por exemplo. Além disso, esses remédios podem ser usados para baixar a febre.

Os anti-inflamatórios não esteróides devem ser usados com indicação médica, nas doses e pelo tempo de tratamento orientado pelo médico.

Alguns exemplos de anti-inflamatórios não esteróides são:

1. Ácido acetilsalicílico

O ácido acetilsalicílico, também conhecido como AAS, é um anti-inflamatório não esteroide, indicado para tratar a inflamação, aliviar a dor de intensidade leve a moderada, nos casos de artrite, dor de cabeça, dor de garganta ou cólica menstrual, e baixar a febre em adultos e crianças.

Além disso, em baixas doses, pode ser usado por adultos como anticoagulante, já que inibe a agregação plaquetária, sendo indicado para reduzir o risco de infarto agudo do miocárdio, prevenir o AVC, angina e tromboses em pessoas que apresentam alguns fatores de risco.

Como usar: o ácido acetilsalicílico deve ser tomado por via oral, após uma refeição para reduzir a irritação no estômago. As doses recomendadas dependem da idade e da condição a ser tratada, sendo que geralmente para o tratamento de dor ou febre em adultos a dose é de 1 a 2 comprimidos de 500 mg a cada 4 a 8 horas, ou conforme orientação médica, não devendo exceder 8 comprimidos por dia. Veja outras formas de tomar o ácido acetilsalicílico.

Possíveis efeitos colaterais: durante o tratamento com o ácido acetilsalicílico podem ocorrer náuseas, vômitos, diarréia, azia ou dor de estômago. Além disso, o uso prolongado pode aumentar o risco de sangramentos ou úlceras de estômago.

Contra-indicações: esse remédio não deve ser usado por mulheres grávidas ou por pessoas que têm alergia ao ácido acetilsalicílico, tendência a sangramentos, crises de asma causadas pelo uso de anti-inflamatórios não esteróides, úlceras de estômago ou intestino, insuficiência renal, hepática ou cardíaca grave, ou que estejam utilizando remédios anticoagulantes.

2. Ibuprofeno

O Ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteróide indicado para o alívio da febre e da dor, como dor de cabeça, dor muscular, dor de dentes, enxaqueca, artrite reumatóide e cólica menstrual.

Além disso, o ibuprofeno também pode ser usado por adultos e crianças para aliviar a dor no corpo e a febre em caso de sintomas de gripes ou resfriado comum.

Como usar: a forma de uso do ibuprofeno depende da apresentação, já que pode ser encontrado em gotas, comprimidos, cápsulas gelatinosas ou suspensão oral. Saiba como usar o ibuprofeno.

Possíveis efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns são tonturas, aparecimento de lesões na pele, como bolhas ou manchas, dor de estômago, náuseas ou inchaço.

Contra-indicações: esse remédio não deve ser usado por pessoas que tenham alergia ao ibuprofeno ou qualquer outro anti-inflamatório não-esteróide, asma, insuficiência hepática, renal ou cardíaca, úlcera ou sangramento no estômago ou intestino. Além disso, não deve ser usado por crianças com menos de 6 meses.

3. Diclofenaco

O diclofenaco tem efeito analgésico, anti-inflamatório e antitérmico, sendo indicado para aliviar a dor e a inflamação em casos de osteoartrite, reumatismo, cólica menstrual e dor após uma cirurgia, por exemplo.

Esse remédio pode ser encontrado na forma de comprimido, gotas, suspensão oral, supositório, solução injetável ou pomada, com os nomes comerciais Cataflam ou Voltaren, ou com os nomes genéricos diclofenaco potássico ou diclofenaco sódico.

Como usar: a forma de uso do diclofenaco depende da apresentação, sendo que para comprimidos revestidos do diclofenaco potássico (Voltaren), a dose normalmente recomendada para adultos variam de 75 a 150 mg por dia, conforme orientação médica. Veja outras formas de usar o diclofenaco.

Possíveis efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns do diclofenaco são dor de cabeça, tontura, vertigem, dor na boca do estômago, náusea, vômito, diarreia, dispepsia, cólicas abdominais, excesso de gases intestinais, diminuição do apetite, formação de bolhas na pele

Contra-indicações: o diclofenaco não deve ser usado por mulheres grávidas ou em amamentação, por pessoas que tenham úlcera no estômago ou no intestino, colite ulcerativa, doença de Crohn, doença grave do fígado, dos rins ou do coração, pressão alta, asma ou rinite. Esse remédio não deve ser usado por pessoas alérgicas ao diclofenaco ou qualquer outro anti-inflamatório não esteróide.

4. Nimesulida

A nimesulida é indicada para aliviar vários tipos de dor, inflamação ou febre, como osteoartrite, dor de garganta, dor de cabeça e cólicas menstruais, por exemplo. Veja outras indicações da nimesulida.

Além disso, a nimesulida pode ser indicada para aliviar a dor nos tendões, ligamentos, músculos e articulações devido a traumatismos, quando usada na forma de gel ou pomada.

Como usar: a nimesulida na forma de comprimido, cápsula, solução gotas, comprimido dispersível ou granulado deve ser tomado por via oral após a refeição, sendo que a dose normalmente recomendada para adultos é de meio a um comprimido de 100 mg a cada 12 horas, conforme orientação médica.

Possíveis efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns da nimesulida são diarreia, náuseas ou vômitos. Além disso, embora seja raro, podem ocorrer coceira ou inchaço na pele, suor excessivo, prisão de ventre, aumento dos gases intestinais, gastrite, tonturas, vertigens ou aumento da pressão arterial.

Contra-indicações: a nimesulida não deve ser usada por crianças com menos de 12 anos, mulheres grávidas ou em amamentação, ou por pessoas que tenham úlcera ou sangramento no estômago ou intestino, problemas de coagulação sanguínea, insuficiência cardíaca, renal ou hepática grave, asma, rinite ou pólipos nasais. Esse remédio também não deve ser usado por pessoas que tenham alergia à nimesulida ou qualquer outro anti-inflamatório não esteróide.

Corticóides

Os corticoides, também conhecidos como corticosteróides ou cortisona, são remédios sintéticos produzidos em laboratório com base em hormônios produzidos pelas glândulas supra-renais, que possuem uma potente ação anti-inflamatória.

Geralmente, os corticóides são usados para reduzir a inflamação ou diminuir a atividade do sistema imunológico do corpo relacionadas a problemas de saúde como artrite reumatóide, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, síndrome do intestino irritável, ou até mesmo para o tratamento de reações alérgicas graves ou reações anafiláticas.

Os corticóides devem ser tomados somente com indicação médica e consultas regulares para acompanhar o tratamento e o aparecimento de efeitos colaterais. Além disso, o uso dos corticóides não deve ser interrompido por conta própria, devendo ser orientado pelo médico a redução das doses de forma gradual, quando são usados em altas doses ou por tempo prolongado.

Alguns exemplos de corticóides são:

1. Dexametasona

A dexametasona é indicada para tratar vários problemas alérgicos e inflamatórios agudos ou crônicos, incluindo distúrbios reumáticos, da pele, oculares, glandulares, pulmonares, sanguíneos e gastrointestinais.

Esse remédio pode ser encontrado na forma de comprimidos, elixir, solução injetável, creme dermatológico ou colírio oftálmico, devendo ser usado com indicação médica.

Como usar: a forma de uso da dexametasona e sua dosagem podem variar bastante de acordo com o problema a tratar, a idade e outros fatores do histórico de saúde, sendo que as doses normalmente recomendadas dos comprimidos ou elixir para adultos é de varia entre 0,75 a 15 mg por dia, conforme orientação médica. Veja outras formas de usar a dexametasona.

Possíveis efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns da dexametasona são retenção de líquidos, insuficiência cardíaca congestiva, aumento da pressão arterial, fraqueza ou perda de muscular, osteoporose, fragilidade nos ossos, problemas gastrointestinais, atraso na cicatrização de feridas, acne, manchas vermelhas na pele, hematomas, suor excessivo e dermatite, urticária ou angioedema.

Contra-indicações: a dexametasona não deve ser usada por pessoas com infecções fúngicas sistêmicas ou com alergia aos sulfitos, ou quaisquer outros componentes presentes na fórmula. Além disso, não deve ser administrado em pessoas que tenham tomado recentemente vacinas de vírus vivos. No caso de mulheres grávidas ou que estão em fase de amamentação, este medicamento só deve ser utilizado com orientação do obstetra.

2. Betametasona

A betametasona possui potente ação anti-inflamatória, sendo indicada para o tratamento de diversos problemas de saúde que afetam a pele, mucosas, glândulas, ossos, músculos ou sistema respiratório, como dermatite, urticária, artrite reumatóide, dor ciática, bronquite, asma e lúpus, por exemplo.

Esse remédio pode ser encontrado como dipropionato de betametasona, valerato de betametasona ou fosfato dissódico de betametasona, na forma de pomada, creme, loção, solução tópica, comprimido ou injetável, e deve ser usado somente com indicação médica.

Como usar: as doses da betametasona variam de acordo com a apresentação, sendo que normalmente para comprimidos, as doses normalmente recomendadas para adultos variam entre 0,25 mg a 8,0 mg por dia, conforme orientação médica. Saiba como usar a betametasona pomada ou creme.

Possíveis efeitos colaterais: os efeitos colaterais da betametasona estão relacionados com a dose e tempo do tratamento e incluem pressão alta, coceira, fraqueza, dor ou perda de massa muscular, osteoporose, fraturas vertebrais, inflamação do pâncreas, inchaço abdominal, esofaringite ulcerativa e comprometimento da cicatrização dos tecidos.

Contra-indicações: a betametasona não deve ser usada por crianças, mulheres grávidas ou em amamentação, a menos que recomendado pelo médico. Além disso, esse remédio não deve ser usado por pessoas que possuem infecção ativa e/ou sistêmica, alergia aos componentes da fórmula ou a outros corticóides.

3. Prednisona

A prednisona é um corticoide indicado para tratar reumatismo, sinovites, dermatites, psoríase grave, lúpus eritematoso sistêmico, rinite alérgica e reações alérgicas a medicamentos, por exemplo. Confira outras indicações da prednisona.

Esse remédio possui potente efeito anti-inflamatório, antirreumático, antialérgico e imunossupressor, devendo ser usado somente com indicação médica.

Como usar: a prednisona deve ser tomada por via oral, sendo que a dose normalmente recomendada para adultos pode variar de 5 mg a 60 mg por dia, dependendo da condição a ser tratada.

Possíveis efeitos colaterais: os efeitos colaterais mais comuns da prednisona são aumento do apetite, má digestão, úlcera no estômago, pancreatite ou esofagite ulcerativa, nervosismo, cansaço ou insônia.

Contra-indicações: esse remédio não deve ser usado por pessoas com infecções fúngicas sistêmicas ou infecções não controladas ou por pessoas que tenham alergia à prednisona ou a algum dos componentes da fórmula. Além disso, a prednisona não deve ser usada por mulheres grávidas ou que estejam amamentando, a não ser que seja recomendado pelo médico. A prednisona também não é recomendada para pessoas com doenças avançadas do fígado, uma vez que é metabolizada por esse órgão.

4. Prednisolona

A prednisolona é um corticóide indicado para o tratamento de problemas como reumatismo, artrite psoriática ou reumatoide, sinovites, alterações hormonais, lúpus eritematoso sistêmico e cardite reumática aguda, asma brônquica, pênfigo, dermatites, púrpura trombocitopênica, além de também poder ser usada no tratamento do câncer.

A prednisolona é um corticóide semelhante à prednisona, no entanto, não sofre metabolismo pelo fígado, sendo normalmente recomendada nos casos em que a pessoa tem doenças do fígado.

Como usar: a prednisolona varia muito em função do peso, idade, doença a tratar e da apresentação, pois pode ser encontrada na forma de comprimidos, suspensão oral ou gotas. Assim, as doses normalmente recomendadas da prednisolona na forma de comprimidos para adultos varia de 5 a 60 mg, por dia, o que equivale a 1 comprimido de 5 mg ou 3 comprimidos de 20 mg por dia, devendo ser tomada com orientação médica.

Possíveis efeitos colaterais: a prednisolona pode causar efeitos colaterais como aumento do apetite, má digestão, úlcera no estômago, pancreatite, esofagite ulcerativa, nervosismo, cansaço ou insônia. Além disso, a prednisolona pode causar redução da tolerância aos carboidratos ou diabetes mellitus latente.

Contra-indicações: esse remédio não deve ser usado por pessoas que tenham alergia à prednisolona ou qualquer outro tipo de corticóide, ou por pessoas que tenham infecções por fungos ou outras infecções sistêmicas não controladas. A prednisolona também não deve ser usada por mulheres grávidas ou em amamentação, sem recomendação médica.