Vitrectomia: o que é, quando é indicada, tipos e como é feita

Atualizado em fevereiro 2024

A vitrectomia é um tipo de cirurgia ocular indicada para tratar doenças, como retinopatia diabética, descolamento de retina, moscas volantes, buraco macular, problemas durante a cirurgia de catarata, enrugamento macular ou tumores, por exemplo.

Durante a vitrectomia, o oftalmologista retira parte ou todo o vítreo do olho, que é o líquido gelatinoso que preenche o olho, substituindo-o por uma solução de soro fisiológico ou uma bolha de gás ou de óleo, até que o corpo volte a produzir o vítreo novamente.

A cirurgia de vitrectomia é feita em hospitais particulares ou pelo SUS e a recuperação deve ser feita evitando-se pegar peso e fazer muito esforço, com o uso de colírios indicados pelo oftalmologista e também pode incluir o uso de um tapa-olho para proteger contra lesões.

Imagem ilustrativa número 1

Quando é indicada

A vitrectomia é indicada para tratar problemas na retina e no vítreo do olho, como:

  • Retinopatia diabética;
  • Descolamento de retina;
  • Descolamento do vítreo posterior;
  • Buraco macular;
  • Enrugamento macular;
  • Trauma ocular;
  • Membrana epirretiniana;
  • Complicações da cirurgia de catarata.

A vitrectomia também pode ser usada para para retirar corpos estranhos no vítreo e para tratar endoftalmite, tumores e moscas volantes, manchas escuras que aparecem no campo de visão, especialmente ao observar uma imagem clara.

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Além disso, essa cirurgia também pode ser usada na administração de medicamentos, como esteroides, antivirais ou terapia genética.

Tipos de vitrectomia

Os tipos de vitrectomia variam conforme a área do olho a ser tratada.

1. Vitrectomia posterior

A vitrectomia posterior, ou vitrectomia via pars plana, é indicada para tratar condições que atingem a parte de trás do olho, que contém a retina, o epitélio pigmentar da retina, a coroide, a esclera e a cavidade vítrea.

Esse tipo de vitrectomia pode ser indicado para o tratamento de situações como buraco macular, membrana epirretiniana, hemorragia vítrea, descolamento de retina e endoftalmite, por exemplo.

2. Vitrectomia anterior

A vitrectomia anterior é recomendada em casos raros onde o gel vítreo passa pela pupila e chega até a parte da frente do olho, como pode acontecer em casos de trauma, ou lesões, nos olhos, durante uma cirurgia complexa de catarata, córnea e glaucoma ou como consequência de problemas de lente.

Como se preparar para a cirurgia

Para se preparar para a cirurgia, é importante esclarecer com o médico todas as dúvidas sobre a cirurgia, técnica que será usada, riscos, complicações, recuperação e expectativas. Geralmente, é recomendado fazer jejum de água e alimentos por 8 horas antes da cirurgia.

Antes da cirurgia, o oftalmologista também avalia o olho e a saúde geral, através de exame oftalmológico dilatado e testes, como tomografia de coerência ocular, angiografia com fluoresceína, fotografia de retina e ultrassom, podendo também solicitar outros exames, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, exame de sangue e eletrocardiograma.

É importante  informar ao médico todos os medicamentos, suplementos ou produtos naturais em uso de forma regular. Assim como é fundamental informar se possui alergia a algum medicamento ou anestésicos.

Como é feita

A vitrectomia é feita pelo oftalmologista, no hospital, e tem a duração 1 hora ou mais.

As etapas da vitrectomia são:

  1. Colocação de adesivos intravenosos, de eletrocardiograma e um monitor de oxigênio para administração de medicamentos e monitoração dos sinais vitais;
  2. Aplicação da anestesia local, sedação intravenosa ou anestesia geral;
  3. Preparo do olho com solução antisséptica e um pano estéril;
  4. Dilatação do olho e colocação de espéculo ocular, para manter o olho aberto durante a cirurgia;
  5. Realização de um corte no olho ou autovedação, que é um corte sem pontos com cerca de meio milímetro de tamanho e a largura de um cílio;
  6. Retirada, de forma delicada, do vítreo do olho;
  7. Adição de solução salina estéril ou uma bolha de gás ou óleo de silicone;
  8. Aplicação de um curativo.

Após a cirurgia, a pessoa deve ficar numa área de recuperação por uma hora ou menos e, em seguida, é liberada pelo médico para voltar para casa. É importante ter um acompanhante, já que não é recomendado dirigir logo após a cirurgia.

Sintomas após a cirurgia

Alguns sintomas que podem surgir após a cirurgia são vermelhidão, sensação de coceira e areia nos olhos e, mais raramente, dor. No entanto, esses sintomas desaparecem com o uso dos medicamentos e o passar do tempo.

Como é a recuperação

Algumas dicas que ajudam na recuperação da vitrectomia são:

  • Usar os colírios com anti-inflamatórios e/ou antibióticos prescritos pelo médico, por cerca de 6 semanas, para ajudar na recuperação e aliviar o desconforto;
  • Evitar deixar cair sabão, shampoo ou água nos olhos por 4 semanas;
  • Evitar nadar por 12 semanas;
  • Usar óculos escuros durante o dia. O médico também pode recomendar o uso de um tapa-olho por alguns dias para protegê-lo contra lesões;
  • Evitar levantar peso e fazer esforço durante a primeira semana.

Se uma bolha de gás ou de silicone for colocada no olho, poderá ser necessário manter a cabeça voltada para baixo durante a maior parte do dia, para ajudar a cicatrizar a retina. O oftalmologista dirá exatamente quanto tempo deve-se permanecer nessa posição.

Além disso, não é recomendado voar de avião, ir para montanhas ou mergulhar até que a bolha desapareça, pois uma rápida mudança de altitude pode afetar o tamanho da bolha.

Como fica a visão após vitrectomia?

Após a vitrectomia, a visão fica turva ou fraca, principalmente se foi usada uma bolha de gás ou de óleo. No entanto, o gás ou o óleo serão absorvidos gradualmente e a visão vai melhorar ao longo de algumas semanas.

Após a vitrectomia, a visão melhora dentro de alguns meses ou esse procedimento evita que ela piore.

Possíveis complicações após a vitrectomia

Embora sejam raras, as possíveis complicações após a vitrectomia são: infecção, sangramento, pressão ocular alta ou baixa, descolamento de retina e perda de visão.

Além disso, outro possível risco após a vitrectomia é o desenvolvimento de catarata, especialmente em pessoas com mais de 50 anos e que já fizeram vitrectomia.

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