Quanto tempo ficar de resguardo após o parto? (cuidados e o que não fazer)

Atualizado em agosto 2023

O tempo de resguardo recomendado pela maioria dos ginecologistas, é de aproximadamente 40 a 60 dias, contados a partir do nascimento do bebê, pois é o tempo que o útero necessita para cicatrizar corretamente. 

Nessa fase, também chamada de puerpério ou quarentena, ocorre uma adaptação da rotina com a chegada do bebê, sendo importante a mulher ter cuidados com a própria saúde, pois o corpo ainda está se recuperando das mudanças provocadas pela gestação e parto. Veja as principais mudanças no corpo após o parto

Assim, é recomendado descansar adequadamente, evitar carregar peso e beber bastante líquido. Além disso, pode-se voltar a ter contato íntimo apenas após liberação do ginecologista e quando se sentir preparada física e mentalmente.

Imagem ilustrativa número 1

O que fazer durante o resguardo

Alguns cuidados semana a semana do resguardo são:

1. Semana 1 do resguardo

A primeira semana do resguardo é a mais intensa devido à adaptação à nova rotina e mudanças no corpo após o parto.

Nessa semana, é importante:

  • Medir a temperatura corporal nas primeiras 72 horas após o parto, pois ajuda a identificar possíveis infecções;
  • Descansar adequadamente e sempre que possível, para ajudar o corpo a se recuperar do parto, o que pode ser feito enquanto o bebê dorme;
  • Evitar carregar peso em excesso, além do bebê, para ajudar na recuperação do parto, seja ele vaginal ou cesárea;
  • Sentar-se para amamentar e no caso da episiotomia evitar ficar longas horas sentada;
  • Aplicar uma compressa morna sobre o abdômen, caso tenha cólicas uterinas;
  • Colocar uma compressa morna nos seios e amamentar a cada 3 horas ou sempre que o bebê quiser, para evitar o desconforto nas mamas;
  • Usar um laxante receitado pelo ginecologista, caso a mulher apresente prisão de ventre;
  • Beber bastante líquido para ajudar na produção de leite e acelerar a recuperação;
  • Alimentar adequadamente, incluindo vegetais, frutas, cereais integrais e proteínas magras na alimentação. Veja como deve ser a alimentação pós-parto;  
  • Usar absorvente externo e evitar usar absorvente interno ou coletor menstrual, até que seja liberado pelo médico;
  • Trocar o absorvente externo regularmente, observando sinais de infecção, mau cheiro e cor vermelho vivo por mais de 4 dias. É importante também lavar as mãos com água e sabonete neutro antes e após trocar o absorvente, para evitar infecções;
  • Procurar ajuda médica caso sentir ansiedade, exaustão, choros frequentes ou insônia.

No caso da mulher ter feito episiotomia ou cesárea, deve-se cuidar dos pontos, mantendo a cicatriz sempre seca e limpa. Veja os principais cuidados com a cesárea e episiotomia.

2. Semana 2 do resguardo

Durante a segunda semana de resguardo, é importante a mulher continuar evitando carregar peso excessivo.

Além disso, deve-se beber bastante líquido e pode-se iniciar uma pequena caminhada, com orientação médica, andando um pouco dentro de casa ou dando uma volta quarteirão, por exemplo, para ajudar na sensação de bem-estar e ajudar na recuperação.

3. Semanas 3 a 6 do resguardo

Nessa fase, o sangramento vaginal é mais leve, no entanto, ainda é recomendado evitar carregar excesso de peso.

Após 15 dias do parto normal ou 6 a 8 semanas após a cesárea, a mulher pode iniciar exercícios de fortalecimento para o abdômen e pelve, desde que liberados pelo ginecologista. Veja os principais exercícios para o pós-parto.

Após a 3ª semana, os sintomas psicológicos de sensação de exaustão, geralmente passam. No entanto, se persistirem ou surgir tristeza frequente, alterações do humor ou dificuldades de se relacionar com o bebê, deve-se consultar o ginecologista para avaliar se pode ser depressão pós parto. Saiba identificar os sintomas de depressão pós-parto.

Geralmente, após 6 semanas de reguardo, o médico pode liberar para ter o contato íntimo.

O que não fazer

Durante o resguardo é recomendado não carregar peso em excesso, evitar dirigir no primeiro mês caso tenha feito cesárea ou episiotomia, consumir bebidas alcoólicas e fumar.

Além disso, deve-se evitar exercícios pesados por cerca de 45 dias após o parto normal e até 3 meses no caso de cesárea, além de evitar nadar ou banhos de banheira, até que sejam liberados pelo médico.

Durante o resguardo, deve-se evitar o contato íntimo, até que seja liberado pelo ginecologista e a mulher se sinta preparada física e psicologicamente para isso.

Quando ter contato íntimo

Após o parto, é comum que a vontade por relações sexuais esteja reduzida durante algumas semanas, não só porque é muito cansativo ter de cuidar do recém-nascido, mas também porque os hormônios liberados durante a fase de amamentação têm esse efeito na líbido da mulher.

Além disso, após o parto, também é frequente sentir a região genital dolorida ou, até, ter dor provocada pelos pontos da cicatriz e, por isso, é preciso dar um tempo para o corpo se recuperar.

O contato íntimo pode ser liberado pelo ginecologista após o resguardo e se a mulher se sentir bem física e psicologicamente. 

Dicas para melhorar a vida íntima após o parto

Depois do parto a vontade da mulher para ter contato íntimo é muito pouca, no entanto, é importante manter uma vida íntima ativa.

Para isso, algumas dicas incluem dar preferência para atividades íntimas que incluam apenas o toque e beijos, falar com o parceiro sobre as atividades em que se sente confortável, beber cerca de 2 litros de água por dia facilitar a lubrificação genital e fazer exercícios que fortaleçam os músculos pélvicos, como os exercícios de Kegel.

Estas dicas ajudam a preparar a mulher para o contato íntimo, pois removem o estresse e tornam essa fase num passo mais natural.

Quando ir no médico

Durante o resguardo é importante consultar o ginecologista se surgirem sintomas, como:

  • Febre;
  • Sangramento intenso, com necessidade de trocar o absorvente a cada hora, ou com mau cheiro;
  • Surgimento de dor ou piora da dor no abdômen ou vagina;
  • Inchaço, vermelhidão, saída de líquido ou pus pela cicatriz da cesárea ou episiotomia;
  • Dor ou ardor ao urinar, urgência para urinar ou dificuldade de controlar a urina;
  • Dor, inchaço, vermelhidão ou endurecimento da mama;
  • Náuseas, vômitos, tosse ou dor no peito;
  • Dor de cabeça ou alterações na visão;
  • Inchaço, dor ou vermelhidão nas pernas.

Além disso, deve-se consultar o ginecologista caso a mulher apresente sintomas como irritabilidade, depressão, alucinações, ansiedade, pensamentos de prejudicar o bebê e si mesma ou pensamentos sobre suicídio.

É também importante consultar o ginecologista quando após iniciar o contato íntimo, a relação continua a ser dolorosa por muito tempo, pois pode ser um sinal de vaginismo, uma condição que precisa de acompanhamento médico individualizado. Veja o que é o vaginismo e como tratar.  

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