Leishmaniose: o que é, sintomas, causas e tratamento

Revisão clínica: Marcela Lemos
Biomédica
abril 2022

A leishmaniose é uma doença parasitária relativamente comum em países tropicais, como o Brasil, que é causada pelo parasita leishmania. Dependendo do local afetado, a leishmaniose pode ser dividida em: leishmaniose tegumentar (quando afeta a pele) ou leishmaniose visceral (quando afeta os órgãos internos).

Embora a leishmaniose seja mais frequente em cachorros, pode ser transmitida para os humanos através da picada de pequenos insetos, conhecidos como flebótomos. Para isso basta que o inseto pique um cachorro doente e depois pique a pessoa.

Alguns tipos de leishmaniose não precisam de tratamento específico e acabam por desaparecer após alguns meses, no entanto, é sempre recomendado consultar um médico, pois o tratamento com remédios antiparasitários ajuda a acelerar a recuperação, além de evitar algumas complicações, como sangramentos, infecções mais graves e cicatrizes.

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Principais sintomas

Os sintomas da leishmaniose variam de acordo com o tipo da doença:

1. Leishmaniose tegumentar

Em muitos casos, a leishmaniose tegumentar é uma infecção silenciosa, o que significa que pode não causar qualquer tipo de sintoma, desaparecendo sem a pessoa nunca souber que existiu.

No entanto, quando provoca sintomas, o principal sinal é o aparecimento de um pequeno caroço no local da picada que, após algumas semanas ou meses, se transforma em uma ferida grande e arredondada. Junto com estas alterações também pode existir dor no local afetado e inchaço das ínguas próximas do local. Conheça mais sobre a leishmaniose tegumentar e como identificar.

2. Leishmaniose visceral

Quase todos os casos de leishmaniose visceral se iniciam com uma febre superior a 38ºC que se mantém por várias semanas. Durante esse tempo, a febre vai diminuindo até desaparecer, mas volta pouco tempo depois.

Outros sintomas de leishmaniose visceral incluem:

  • Inchaço da barriga, cerca de 2 semanas após o início da febre;
  • Ínguas doloridas;
  • Perda de peso e fraqueza excessiva;
  • Manchas escuras na pele;
  • Pode haver diarreia.

Quando este tipo da doença está mais avançado pode ainda surgir anemia severa que pode levar a problemas cardíacos, assim como sangramentos do nariz, olhos e nas fezes. Se o tratamento não for iniciado, é frequente o desenvolvimento de doenças mais graves como pneumonia, sarampo ou tuberculose, que colocam em risco a vida. Veja como é feito o tratamento da leishmaniose visceral para evitar complicações.

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O que fazer em caso de suspeita

Quando existe suspeita de se estar infectado com leishmaniose é muito importante ir imediatamente ao hospital para fazer exames de sangue e confirmar se a doença está presente no organismo.

Geralmente, a leishmaniose tegumentar pode ser diagnosticada mesmo sem exames, pois o surgimento das feridas após a picada é suficiente para confirmar a doença. Por outro lado, no caso da leishmaniose visceral, os sintomas podem ser semelhantes aos de outras doenças infecciosas e, por isso, pode ser necessária a realização de exames de sangue específicos e, em alguns casos, biópsia do baço ou da medula para ter a certeza do diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

Como é feito o tratamento

O tratamento da leishmaniose pode variar de acordo com o tipo apresentado. Nos casos da leishmaniose tegumentar, o tratamento específico pode não ser necessário, já que as alterações da pele tendem a desaparecer sozinhas. No entanto, o uso de um antiparasitário, como a Anfotericina B, indicado pelo médico pode acelerar a recuperação.

Já no caso da leishmaniose visceral, o tratamento é quase sempre necessário e é feito com o uso de Anfotericina B ou medicamentos antimoniais pentavalentes, que são mais fortes contra a infecção, mas que também causam mais efeitos colaterais.

Transmissão e como se proteger

A transmissão da leishmaniose para os humanos só acontece através da picada do inseto infectado. Assim, a única forma de se proteger contra a doença é evitando a picada do mosquito adotando alguns cuidados como:

  • Utilizar redes mosquiteiras ou cortinas repelentes nas janelas e portas de casa;
  • Passar repelente na pele ou utilizar frequentemente sprays inseticidas:
  • Colocar coleiras com inseticida nos animais domésticos e vacinar estes animais;
  • Evitar tomar banho em rios ou lagos perto de mata.

Além disso, como o inseto que facilita a transmissão se reproduz em matéria orgânica é muito importante evitar o acúmulo de lixo e resto orgânicos dentro de casa e nos locais próximos da habitação.

Estes cuidados, além de protegerem contra a leishmaniose também protegem contra outros doenças provocados pela picada de insetos como Dengue, Zika ou Febre de Chikungunya, por exemplo. Veja outras formas de se proteger contra a picada de insetos.

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Escrito por Marcelle Pinheiro - Fisioterapeuta. Atualizado por Manuel Reis - Enfermeiro, em abril de 2022. Revisão clínica por Marcela Lemos - Biomédica, em abril de 2022.

Bibliografia

  • MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar. 2017. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf>. Acesso em 10 dez 2020
  • MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral. 2014. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose_visceral_1edicao.pdf>. Acesso em 10 dez 2020
Mostrar bibliografia completa
  • CDC. About Leishmaniasis. Disponível em: <https://www.cdc.gov/parasites/leishmaniasis/gen_info/faqs.html>. Acesso em 10 dez 2020
  • NEVES, David P. Parasitologia Humana. 12 ed. Atheneu, 69-88.
Revisão clínica:
Marcela Lemos
Biomédica
Mestre em Microbiologia Aplicada, com habilitação em Análises Clínicas e formada pela UFPE em 2017 com registro profissional no CRBM/ PE 08598.