Sífilis congênita: o que é, sintomas e tratamento

Atualizado em outubro 2022

A sífilis congênita é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum, que passa da mãe para o bebê durante a gestação ou no momento do parto, caso a mulher tenha uma infecção ativa por sífilis e apresente lesões na região genital.

A transmissão da mãe para o bebê pode acontecer em qualquer momento da gestação, sendo mais frequente em mulheres que nunca realizaram o tratamento para sífilis ou não fizeram o tratamento corretamente.

A sífilis congênita pode resultar em alterações no desenvolvimento do bebê, parto prematuro, aborto espontâneo, baixo peso ao nascer ou morte do bebê quando gravemente infectado. Por isso, é importante que a mulher realize o exame pré-natal e, caso seja confirmado o diagnóstico de sífilis, inicie o tratamento de acordo com a orientação do médico.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os principais sintomas de sífilis congênita são:

  • Prematuridade;
  • Baixo peso;
  • Manchas brancas e vermelhas com descamação da pele;
  • Feridas no corpo;
  • Aumento do fígado;
  • Pele amarelada;
  • Problemas respiratórios, podendo haver pneumonia;
  • Anemia;
  • Rinite;
  • Edema.

Além disso, a criança ainda pode nascer com alterações de visão ou audição, por exemplo. No caso da sífilis congênita tardia, podem ser percebidas alterações ósseas, dificuldades de aprendizado e dentes superiores deformados.

Os sintomas da sífilis congênita podem aparecer logo após o nascimento, durante ou após os primeiros 2 anos de vida. Assim, de acordo com a idade em que começam a aparecer os sintomas, a sífilis congênita pode ser classificada em precoce, quando os sintoma surgem logo após o nascimento ou até os 2 anos, e tardia, quando aparecem a partir dos 2 anos.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da sífilis congênita é baseado nos sintomas apresentados e resultado de exames laboratoriais tanto da mãe quanto do bebê, no entanto o diagnóstico pode ser difícil pelo fato de poder haver resultados positivos em bebês que não estão infectados devido à passagem de anticorpos da mãe para o bebê.

Além disso, como a maior parte dos casos não apresenta sintomas antes dos 3 meses de idade é difícil confirmar se o resultado do exame é verdadeiro. Dessa forma, a necessidade de tratamento é indicada pelo risco de o bebê estar infectado por sífilis, que é determinado por fatores como o estado de tratamento da mãe, o resultado do exame de sífilis e o exame físico feito após o nascimento.

Como é feito o tratamento

O tratamento do bebê varia de acordo com o risco de infecção pela sífilis após o nascimento:

1. Risco muito elevado de ter sífilis

Este risco é determinado quando a grávida não fez tratamento para a sífilis, o exame físico do bebê é anormal ou o exame de sífilis do bebê apresenta valores de VDRL 4 vezes superiores aos da mãe. Nestes casos, o tratamento é feito de uma das seguintes formas:

  • Injeção de 50.000 UI/Kg de Penicilina aquosa cristalina a cada 12 horas durante 7 dias, seguido de 50.000 UI de Penicilina aquosa cristalina a cada 8 horas entre o 7º e o 10º dia;
  • Injeção de 50.000 UI/Kg de Penicilina procaína uma vez por dia, durante 10 dias.

Em qualquer um dos casos, caso falhe mais do que um dia de tratamento é recomendado iniciar novamente as injeções, para eliminar o risco de não combater a bactéria corretamente ou voltar a ser infectado.

2. Risco elevado de ter sífilis

Neste caso estão incluídos todos os bebês que apresentam exame físico normal e exame de sífilis com valor de VDRL igual ou inferior ao de 4 vezes o da mãe, mas que nasceram de gestantes que não fizeram o tratamento adequado da sífilis ou que iniciaram o tratamento menos de 4 semanas antes do parto.

Nestes casos, além das opções de tratamento indicadas anteriormente também pode ser utilizada outra opção que consiste numa injeção única de 50.000 UI/Kg de Penicilina benzatina. No entanto, este tratamento só pode ser feito se houver certeza de que o exame físico não tem qualquer alteração e o bebê poderá ser acompanhado pelo pediatra para fazer exames regulares de sífilis.

3. Risco baixo de ter sífilis

Os bebês com baixo risco de ter sífilis apresentam um exame físico normal, um exame de sífilis com valor de VDRL igual ou inferior ao de 4 vezes da mãe e a grávida iniciou o tratamento adequado mais de 4 semanas antes do parto.

Normalmente, o tratamento é feito apenas com a injeção única de 50.000 UI/Kg de Penicilina benzatina, porém o médico também pode optar por não fazer a injeção e apenas manter o acompanhamento do desenvolvimento do bebê com exames frequentes de sífilis, para avaliar se realmente está infectado, fazendo o tratamento em seguida.

4. Risco muito baixo de ter sífilis

Neste caso, o bebê apresenta exame físico normal, exame de sífilis com valor de VDRL igual ou inferior ao de 4 vezes da mãe e a gestante fez o tratamento adequado antes de ficar grávida, apresentando valores de VDRL baixos durante toda a gravidez.

Normalmente, o tratamento não é necessário para estes bebês, devendo apenas ser acompanhados com exames de sífilis regulares. No caso de não ser possível manter o acompanhamento frequente, o médico pode recomendar fazer a injeção única de 50.000 UI/Kg de Penicilina benzatina.

Como evitar a sífilis congênita

A única forma de reduzir o risco de passar a sífilis para o bebê é iniciar o tratamento da mãe durante a primeira metade da gravidez. Assim, é importante que a grávida faça todas as consultas de pré-natal, onde são feitos exames de sangue importantes para identificar possíveis infecções que podem afetar o bebê durante a gestação.

Além disso, é importante que seja utilizada camisinha em todas as relações sexuais, além de que o parceiro também deve ser tratado contra sífilis para evitar a recontaminação da gestante.

Assista ao vídeo seguinte e entenda melhor esta doença:

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