Sífilis na gravidez: riscos para o bebê e tratamento

Atualizado em junho 2023

A sífilis na gravidez pode prejudicar o bebê devido ao risco de transmissão da infecção para a criança através da placenta, o que pode causar problemas graves à sua saúde como perda auditiva, deficiência visual, problemas neurológicos e nos ossos.

A identificação da sífilis na gravidez pode ser feita inicialmente através de sintomas como feridas na região genital ou manchas vermelhas no corpo, no entanto para confirmar o diagnóstico geralmente são indicados exames no sangue como o VDRL ou FTA-Abs.

Em caso de suspeita de sífilis na gravidez é importante consultar um obstetra para uma avaliação e iniciar o tratamento apropriado, que geralmente envolve a injeção de penicilina. Por meio do tratamento adequado é possível prevenir a transmissão de sífilis para o bebê.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de sífilis na gravidez

Os sintomas de sífilis na gravidez são:

  • Ferida na região genital, que pode desaparecer em 3 a 6 semanas, mesmo sem tratamento;
  • Manchas vermelhas na pele;
  • Perda de cabelo;
  • Placas semelhantes a verrugas na região íntima.

Em alguns casos, pode também haver descamação da pele, dor de cabeça, dor muscular, dor de garganta e mal estar. Saiba reconhecer os sintomas de sífilis.

Para confirmar o diagnóstico de sífilis na gravidez podem ser indicados exames no sangue como o VDRL ou FTA-Abs, que podem identificar anticorpos no sangue contra bactéria que causa a sífilis. Veja o que é o exame VDRL e como entender o resultado.

Teste online de sintomas

Para saber quais as chances de ter sífilis, por favor, selecione os sintomas que apresenta:

  1. 1. Tem uma ferida endurecida na região genital que não dói
  2. 2. Teve alguma relação sexual desprotegidas nos últimos 3 meses
  3. 3. Manchas vermelhas ou acastanhadas na pele, especialmente no tronco, palmas das mãos ou plantas dos pés
  4. 4. Placas ou caroços de cor clara na região genital, língua, lábios ou boca
  5. 5. Queda de cabelo ou pelos das sobrancelhas
  6. 6. Febre baixa
  7. 7. Sensação de mal-estar
  8. 8. Ínguas inchadas em um ou mais locais do corpo
  9. 9. Úlceras na pele
  10. 10. Confusão mental ou dificuldade de raciocínio/memória
  11. 11. Dor de cabeça constante

Este teste apenas é uma ferramenta de orientação e não tem o objetivo de dar um diagnóstico e nem de substituir a consulta com um urologista, ginecologista ou infectologista.

Principais riscos para o bebê

Os principais risco da sífilis para o bebê são:

  • Parto prematuro;
  • Morte fetal; 
  • Baixo peso ao nascer;
  • Manchas na pele; 
  • Alterações nos ossos;
  • Fissura perto da boca;
  • Síndrome nefrótica;
  • Edema;
  • Convulsões;
  • Meningite;
  • Deformação do nariz, nos dentes, na mandíbula, céu da boca;
  • Surdez;
  • Dificuldade de aprendizado.

A sífilis na gravidez é grave principalmente se a infecção estiver na fase inicial, em que é mais transmissível, embora a contaminação possa acontecer em qualquer fase da gestação. O bebê também pode ser contaminado durante o parto normal, se houver alguma ferida de sífilis na região da vagina.

A maioria dos bebês infectados não apresenta qualquer sintoma ao nascer e, por isso, pode ser indicado realizar o exame VDRL regularmente após o nascimento e iniciar o tratamento logo que a doença seja descoberta.

Como é feito o tratamento

O tratamento para sífilis na gravidez é indicado pelo obstetra e, normalmente, é feito com injeções de penicilina em 1 ou 3 doses, dependendo da gravidade e do tempo de contaminação:

  • Sífilis primária, secundária ou latente recente (com até um ano de evolução) na gravidez: 1 dose única de penicilina;
  • Sífilis latente tardia (com mais de um ano de evolução): 3 doses de penicilina, uma por semana;
  • Sífilis latente com duração desconhecida: 3 doses de penicilina, uma por semana;

É importante realizar o tratamento até o final para evitar transmitir a sífilis para o bebê. Assim, caso o tratamento não seja completo é recomendado consultar um obstetra, que pode indicar iniciar o tratamento novamente. 

Além disso, também é recomendado o tratamento do parceiro e evitar relações desprotegidas durante o período de tratamento para evitar que a mulher se contamine novamente e coloque o bebê em risco.

Após o nascimento do bebê é importante consultar um pediatra para uma avaliação e, caso seja necessário, o tratamento também com penicilina também pode ser indicado para o bebê. Veja como é feito o tratamento da sífilis no bebê.

Efeitos colaterais do tratamento na gestante

Com o tratamento com Penicilina, a gestante pode ter alguns efeitos colaterais como contrações, febre, dor de cabeça, nos músculos ou articulações, calafrios e diarreia, sendo importante informar o médico caso ocorram.

Para diminuir a febre e as dores de cabeça, a gestante pode colocar uma compressa com água fria na testa. Em caso de dor muscular e nas articulações, uma opção é tomar um banho quente ou receber uma massagem relaxante. Além disso, o paracetamol também pode ajudar a aliviar esses efeitos colaterais, mas deve ser utilizado com cautela.

Em caso de diarreia, uma boa dica é aumentar a ingestão de yakult, pois este iogurte contém lactobacilos vivos que ajudam a regular o intestino, assim como tomar bastante água para compensar as perdas de água e hidratar o organismo.

Grávida alérgica a penicilina

O tratamento da sífilis para gestante alérgica à penicilina pode ser feito com outros antibióticos como a ceftriaxona, por exemplo, no entanto, atualmente não há outros antibióticos além da penicilina que garantem o tratamento tanto da mãe quanto do bebê. 

Por isso, é importante consultar um obstetra em caso de suspeita de alergia à penicilina para uma avaliação. Algumas vezes o tratamento da alergia pode ser indicado.

Sinais de melhora e piora

Os sinais de melhora da sífilis na gravidez incluem a diminuição ou o desaparecimento das feridas na região íntima, assim como das lesões na pele e boca, se existirem, e diminuição do inchaço e da dor das ínguas.

Os sinais de piora da sífilis na gravidez incluem o aumento das feridas na região íntima, aparecimento ou aumento de lesões na pele e na boca, aumento das ínguas, febre, rigidez muscular e paralisia dos membros.

Complicações da sífilis na gravidez

As complicações da sífilis na gravidez são mais comuns de ocorrer em grávidas que não realizam o tratamento corretamente. Neste caso, o risco de transmissão da sífilis para o bebê através da placenta ou do canal do parto é maior e o bebê pode desenvolver sífilis congênita.

Outra complicação grave da sífilis para mulher é a neurossífilis em que o cérebro e a medula são infectados podendo provocar lesões no sistema nervoso como paralisia ou cegueira.

Saiba mais sobre a doença, no vídeo seguinte:

youtube image - Tudo que precisa saber sobre SÍFILIS