6 remédios que cortam o efeito do anticoncepcional

Atualizado em dezembro 2022

Alguns remédios, como antibióticos ou anticonvulsivantes, podem cortar ou diminuir o efeito da pílula anticoncepcional, injeção, implante, adesivo ou anel vaginal, pois podem interferir no metabolismo dos hormônios ou reduzir sua absorção, alterando a quantidade de hormônios na corrente sanguínea e aumentando o risco da gravidez indesejada.

Além disso, alguns remédios podem causar alterações na flora intestinal e levar ao surgimento de diarréia, o que pode interferir na absorção dos hormônios da pílula anticoncepcional, reduzindo sua eficácia. Veja outras situações que podem cortar o efeito do anticoncepcional

Por isso, o uso de remédios com os anticoncepcionais deve sempre ser orientado pelo ginecologista, que pode recomendar o uso de um contraceptivo extra, como a camisinha, de forma a prevenir a gravidez. 

Imagem ilustrativa número 1

Principais remédios

Alguns remédios que podem cortar ou diminuir o efeito dos anticoncepcionais são: 

1. Antibióticos

Os antibióticos como a rifampicina e a rifabutina para tratar e tuberculose, hanseníase ou meningite bacteriana, podem reduzir o efeito da pílula anticoncepcional, anel vaginal, adesivo ou implante hormonais, e por isso o uso de algum método contraceptivo extra nestes casos, como a camisinha, ou a mudança para outro método contraceptivo, como DIU de cobre ou hormonal, deve ser conversado com o ginecologista anteriormente. 

Estes dois são os únicos antibióticos que comprovadamente reduzem a ação de anticoncepção da pílula, por alterar enzimas responsáveis pelo metabolismo dos hormônios presentes nos anticoncepcionais, diminuindo a quantidade desses hormônios na corrente sanguínea e reduzindo sua eficácia. No entanto, ainda que controverso, outros antibióticos podem afetar a eficácia da pílula anticoncepcional, como penicilinas, tetraciclinas, eritromicina ou claritromicina, por exemplo. Veja outros antibióticos que podem interferir nos anticoncepcionais

2. Anticonvulsivantes

Os remédios usados para diminuir ou eliminar crises convulsivas, também podem comprometer a eficácia das pílulas anticoncepcionais, tais como o fenitoína, fenobarbital, carbamazepina, oxcarbamazepina, primidona, topiramato ou felbamato.

Caso seja necessário fazer uso de anticonvulsivantes, deve-se conversar com o médico responsável pelo tratamento, que receitou os anticonvulsivantes, pois já existem remédios desta classe que podem ser usados de forma segura com os anticoncepcionais, como o ácido valpróico, lamotrigina, tiagabina, levetiracetam ou gabapentina, por exemplo.

3. Remédios naturais

Os fitoterápicos, conhecidos popularmente como remédios naturais, também podem interferir na eficácia da pílula anticoncepcional. Um exemplo de remédio natural que interfere na atividade do anticoncepcional é o saw palmetto, que é uma planta medicinal muito utilizada para tratar problemas urinários e impotência. Veja outros usos da saw palmetto.  

A erva-de-são-joão, ou hipericão, usada para o tratamento natural da depressão, também não é indicada para consumo durante o uso da pílula, pois altera a concentração hormonal na corrente sanguínea, reduzindo sua eficácia. Além disso, é possível que essa planta medicinal também interfira no efeito do adesivo hormonal e do anel vaginal.

Assim, em caso de uso de algum destes medicamentos, ainda que sejam naturais, deve-se ter a orientação do ginecologista, continuar tomando a pílula normalmente, mas utilizar preservativo de barreira, como a camisinha, em todas as relações. 

4. Antifúngicos 

A griseofulvina, um antifúngico indicado para o tratamento de micoses de pele ou unhas, por exemplo, pode interferir nos níveis de hormônios das pílulas anticoncepcionais e reduzir sua eficácia na prevenção da gravidez.

Além disso, outros antifúngicos usados para tratar micoses, seja na forma oral ou tópica, como cetoconazol, itraconazol, voriconazol ou clotrimazol, não são indicados para mulheres que façam uso de pílulas anticoncepcionais, por isso, caso seja preciso usar algum antifúngico, se deve comunicar ao ginecologista antes de iniciar o tratamento.

5. Antirretrovirais 

Os medicamentos antirretrovirais usados no tratamento de HIV e AIDS, como lamivudina, tenofovir, efavirenz e zidovudina, podem reduzir a eficácia dos anticoncepcionais orais..

Desta forma, caso a pessoa faça tratamento com algum desses remédios, o uso da pílula anticoncepcional não está indicado, devendo ser usado o preservativo como um dos possíveis métodos de anticoncepção. 

6. Outros remédios

Outros remédios que também podem afetar a eficácia dos anticoncepcionais são:

  • Teofilina;
  • Melatonina;
  • Ciclosporina; 
  • Midazolam;
  • Tizanidina;
  • Etoricoxibe; 
  • Verapamil;
  • Varfarina;
  • Diltiazem.

Para mulheres que usam a pílula anticoncepcional, mas que necessitam fazer tratamento com outros medicamentos, deve-se primeiro entrar em contato com o médico responsável pelo tratamento, para que possa ser indicado outro remédio ou pensada outra opção de método contraceptivo. Conheça outros métodos anticoncepcionais além da pílula