A púrpura trombocitopênica trombótica é uma doença rara do sangue, caracterizada pela formação de pequenos coágulos que bloqueiam os vasos sanguíneos e prejudicam a circulação, podendo afetar órgãos vitais, como rins, cérebro e coração.
Na púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), há uma queda acentuada no número de plaquetas no sangue, pois elas são consumidas na formação dos coágulos, levando a sintomas como sangramento, hematoma e febre.
Leia também: Púrpura: o que é, sintomas e tratamento (é grave?) tuasaude.com/purpuraO tratamento da púrpura trombocitopênica trombótica deve ser feito pelo hematologista ou clínico geral e iniciado rapidamente, pois a doença é grave e pode ser fatal. Geralmente, envolve plasmaférese e medicamentos para controlar os sintomas e prevenir complicações.
Principais sintomas
Os principais sintomas da púrpura trombocitopênica trombótica são:
- Hematomas sem causa aparente;
- Sangramento nas gengivas ou nariz;
- Sangue na urina;
- Cansaço intenso e falta de ar;
- Dor de cabeça e abdominal;
Febre ou calafrios; - Batimentos cardíacos acelerados;
- Tontura ou vertigem.
Além disso, a pessoa pode apresentar confusão mental, convulsões e, em casos graves, evoluir para coma.
As principais complicações da PTT incluem problemas nos rins e no cérebro, causados pela obstrução do fluxo sanguíneo pelos pequenos trombos, podendo levar à insuficiência renal e a acidente vascular cerebral.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da púrpura trombocitopênica trombótica é feito pelo clínico geral ou hematologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exame físico.
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Além disso, o médico pode solicitar exames de sangue, como um hemograma completo, que mostra a diminuição na quantidade de plaquetas, chamada de trombocitopenia. Entenda o que é trombocitopenia.
Também pode orientar outros exames, como esfregaço sanguíneo, tempo de sangramento, teste de bilirrubina, exame de urina, testes de função renal, creatinina e lactato desidrogenase.
Para confirmar o diagnóstico de PTT, o teste de anticorpos para a enzima ADAMTS13 é indicado, pois níveis baixos dessa enzima não apenas confirmam a doença, mas também auxiliam na prevenção de recaídas.
Possíveis causas
A púrpura trombocitopênica trombótica é causada por fatores genéticos hereditários, podendo ser também favorecida por outras situações, como:
- Deficiência ou alteração genética da enzima, a ADAMTS13;
- Uso de remédios imunossupressores, quimioterápicos ou antiplaquetários;
- Uso de anticoncepcionais contendo estrogênio;
- Gravidez;
- Doenças autoimunes, como o lúpus;
- Infecções, como HIV;
- Transplante de medula óssea.
Entretanto, pessoas com alteração da enzima ADAMTS13 tendem a apresentar sintomas de PTT quando desencadeados por situações como gravidez ou infecções, por exemplo.
Como é feito o tratamento
Os principais tratamentos para a púrpura trombocitopênica trombótica são:
1. Plasmaférese
O tratamento inicial da púrpura trombocitopênica trombótica é a plasmaférese, um procedimento que filtra o sangue para remover os anticorpos que atacam a enzima ADAMTS13 e causam a formação de coágulos.
Durante o tratamento, o plasma doente é descartado e substituído por plasma saudável de doadores, enquanto as células sanguíneas são devolvidas ao organismo.
Leia também: Plasmaférese: o que é, para que serve e como é feita tuasaude.com/plasmafereseQuando a plasmaférese não pode ser realizada de imediato, pode-se indicar a transfusão de plasma como medida temporária até o início do tratamento definitivo.
2. Medicamentos
Os medicamentos indicados para a púrpura trombocitopênica trombótica podem incluir:
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Corticoides, usados em altas doses junto à plasmaférese no tratamento inicial para reduzir a resposta autoimune;
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Anticorpos monoclonais, como rituximabe, que diminui a produção dos anticorpos que inibem a enzima ADAMTS13, e caplacizumabe, que impede a formação de novos coágulos e acelera o aumento das plaquetas;
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Imunossupressores, como ciclofosfamida, vincristina ou ciclosporina, indicados quando o tratamento inicial não é suficiente.
Além disso, o medicamento ADAMTS13 recombinante pode ser utilizado nos casos hereditários de PTT, para repor a enzima ausente e ajudar a manter o equilíbrio da coagulação do sangue.
3. Cirurgia
Em casos graves de púrpura trombocitopênica trombótica, a cirurgia pode ser indicada, e consiste na remoção do baço, chamada esplenectomia, para ajudar a aumentar o número de plaquetas no sangue, pois esse órgão pode destruir as plaquetas.
Leia também: Esplenectomia: o que é, quando fazer, riscos e recuperação tuasaude.com/esplenectomiaPúrpura trombocitopênica trombótica tem cura?
Com o tratamento rápido e adequado da púrpura trombocitopênica trombótica, a maioria das pessoas consegue se recuperar. No entanto, a doença pode voltar, sendo necessário acompanhamento médico contínuo e, às vezes, uso de medicamentos preventivos.