Esplenectomia: o que é, quando fazer, riscos e recuperação

Atualizado em novembro 2022

A esplenectomia é a cirurgia para a retirada total ou parcial do baço, que é um órgão localizado na cavidade abdominal, responsável por produzir, armazenar e eliminar algumas substâncias do sangue.

Esta cirurgia normalmente é indicada quando há algum dano ou rompimento do braço. No entanto, a esplenectomia também pode ser recomendada em casos de doenças no sangue, alguns tipos de câncer ou devido à presença de cistos ou tumores não malignos.

A esplenectomia normalmente é feita por laparoscopia, em que são feitos pequenos furos no abdômen para retirar o órgão, o que torna a cicatriz muito pequena e a recuperação mais rápida. Entenda melhor o que é o baço e para que serve.

Imagem ilustrativa número 1

Como se preparar para a cirurgia

Antes da esplenectomia o médico indica a realização de exames de sangue e ultrassom ou tomografia com o objetivo de avaliar o estado geral da pessoa e presença de outras alterações, como cálculos na vesícula, por exemplo.

Além disso, pode ser recomendada a administração da vacinas e antibióticos semanas antes do procedimento, para reduzir o risco de infecções.

Quando a cirurgia é indicada

A principal indicação da retirada do baço é quando se é verificada ruptura nesse órgão devido à trauma abdominal. No entanto, outras indicações da esplenectomia são:

  • Câncer no baço;
  • Ruptura espontânea do baço, em caso de leucemia, principalmente; 
  • Esferocitose;
  • Anemia falciforme;
  • Púrpura trombocitopênica idiopática;
  • Abcesso esplênico;
  • Anemia hemolítica congênita;
  • Estadiamento de linfoma de Hodgkin.

De acordo com o grau de alteração do baço e risco que essa alteração pode representar para a pessoa, o médico pode indicar a remoção parcial ou total do órgão.

Como é feita a retirada do baço

Na maioria dos casos, é indicada a vídeolaparoscopia, sendo feitos 3 pequenos furinhos no abdômen, por onde passam tubos e instrumentos necessários para a remoção do baço, sem ter que fazer um corte grande. O paciente precisa de anestesia geral e a cirurgia demora em média 3 horas, ficando internado por cerca de 2 a 5 dias.

Esta técnica cirúrgica é menos invasiva e, por isso, causa menos dor e a cicatriz é menor, sendo mais rápida a recuperação e o retorno às atividades do dia-a-dia. No entanto, em alguns casos, pode ser necessário fazer cirurgia aberta, com um corte maior.

Riscos e complicações da cirurgia

Após a cirurgia de remoção do baço é normal que o paciente apresente dor e alguma limitação para realizar as atividades do dia-a-dia sozinho, precisando de ajuda de um familiar para realizar os cuidados de higiene, por exemplo. A cirurgia por laparoscopia, apesar de ser considerada segura, pode trazer complicações como hematoma, sangramento ou derrame pleural. No entanto, a cirurgia aberta, pode trazer mais riscos.

Cuidados para quem retirou o baço

Depois da remoção do baço a capacidade do corpo de combater infecções fica diminuída e outros órgãos, especialmente o fígado, aumentam sua capacidade de produzir anticorpos para combater infecções e proteger o organismo. Assim, a pele fica mais propensa a desenvolver infecções por Pneumococcus, meningococos e Haemophilus influenzae, e por isso deve:

  • Tomar as vacinas polivalente contra Pneumococcus e vacina conjugada para Haemophilus influenzae tipo B e meningococo tipo C, entre 2 semanas antes e 2 semanas após a cirurgia;
  • Tomar a vacina para pneumococos a cada 5 anos (ou em intervalos menores em caso de anemia falciforme ou doenças linfoproliferativas);
  • Tomar antibióticos em baixa dose por toda vida ou tomar penicilina benzatina a cada 3 semanas.

Além disso, também é importante fazer uma alimentação saudável, evitando alimentos ricos em açúcar e gordura, praticar exercícios regularmente, evitar as mudanças bruscas de temperatura para evitar gripes e resfriados, e não tomar medicamentos sem orientação médica.