O pólipo uterino é um crescimento excessivo de células que acontece na parede do útero, que leva à formação de pequenas bolinhas, semelhantes a cistos, que se desenvolvem para o interior do útero. Nos casos em que o pólipo aparece no colo do útero, pode ser também chamado de pólipo endocervical.
Geralmente, o pólipo uterino, também chamado de pólipo endometrial, é mais frequente em mulheres que estão na menopausa, no entanto, também pode surgir em mulheres mais novas, podendo causar dificuldade para engravidar, dependendo do seu tamanho e localização. Entenda como o pólipo uterino pode interferir na gravidez.
O pólipo uterino não é câncer mas, em alguns casos, pode transformar-se numa lesão maligna, por isso, é importante fazer uma avaliação regular com o ginecologista a cada 6 meses, para verificar se o pólipo aumentou ou diminuiu de tamanho, se surgiram novos pólipos ou se desapareceu.

Sintomas de pólipo uterino
Os principais sintomas de pólipo no útero são:
- Menstruação muito abundante;
- Período menstrual irregular;
- Sangramento fora do período menstrual;
- Sangramento vaginal após contato íntimo;
- Sangramento vaginal após a menopausa;
- Cólicas fortes durante a menstruação;
- Dor abdominal;
- Dificuldade para engravidar.
Na maior parte dos casos, os pólipos uterinos não apresentam qualquer tipo de sintoma, sendo descobertos acidentalmente num exame de rotina no ginecologista.
Em casos raros, os pólipos, especialmente aqueles localizados no colo do útero, podem infeccionar, causando corrimento vaginal amarelado.
É importante consultar o ginecologista sempre que surgirem sintomas de pólipo no útero, para que seja diagnosticado, e indicado o tratamento mais adequado.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico do pólipo uterino é feito pelo ginecologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e de cirurgias anteriores, exame ginecológico e teste de gravidez.
Além disso, o médico pode solicitar exames complementares, como hemograma completo e painel de coagulação sanguínea, para avaliar a causa do sangramento uterino, que também pode ocorrer devido a outras condições de saúde, como anemia ou problemas de coagulação, por exemplo.
Para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar outros exames, como ultrassom transvaginal, histerossonografia, histerossalpingografia, ou histeroscopia diagnóstica, por exemplo, que permitem avaliar alterações no revestimento do útero, visualizar os pólipos uterinos e a sua localização.
Além disso, o médico pode fazer uma biópsia do endométrio, curetagem ou polipectomia histeroscópica, para analisar o tecido uterino no laboratório, e confirmar o tipo de pólipo e descartar o câncer de útero.
Possíveis causas
A principal causa do desenvolvimento de um pólipo uterino são as alterações hormonais, principalmente do estrógeno. Por isso, mulheres com distúrbios hormonais como as que apresentam menstruação irregular, sangramento fora do período menstrual ou menstruação prolongada possuem maior risco de desenvolver pólipos uterinos.
Outros fatores também podem contribuir para o desenvolvimento de pólipos uterinos, como:
- Perimenopausa;
- Pós-menopausa;
- Obesidade ou sobrepeso;
- Hipertensão;
- Uso de tamoxifeno para o tratamento do câncer de mama;
- Infecções sexualmente transmissíveis;
- Histórico anterior de pólipos cervicais;
- Histórico familiar de síndrome de Lynch ou síndrome de Cowden.
Além disso, também existe um maior risco de desenvolvimento de pólipos em mulheres com síndrome dos ovários policísticos, que tomam estrógenos por um período prolongado.
Como é feito o tratamento
Na maior parte dos casos, os pólipos uterinos não necessitam de tratamento e o ginecologista pode recomendar apenas observação e acompanhamento a cada 6 meses para verificar se o pólipo aumentou ou diminuiu de tamanho, principalmente quando os pólipos são pequenos e a mulher não apresenta sintomas.
No entanto, o médico pode recomendar outros tratamentos se a mulher tiver risco de desenvolver câncer de útero, como:
- Remédios hormonais, como anticoncepcionais com progesterona: podem ser indicados para reduzir o tamanho dos pólipos, no caso de mulheres que apresentam os sintomas, no entanto, são um tratamento temporário, o que significa que os sintomas tendem a voltar quando se interrompe seu uso;
- Cirurgia para retirar o pólipo (polipectomia): pode ser recomendada em qualquer caso em que existe sintomas ou quando o pólipo afeta a fertilidade da mulher. Nos casos de suspeita de malignidade, a cirurgia também permite retirar o pólipo para que seja analisado em laboratório;
- Retirada do útero: é uma opção de tratamento apenas para mulheres que têm sintomas muito intensos e que não pretendem ter mais filhos, ou que se encontram na menopausa.
A escolha do tratamento mais eficaz depende, então, da idade da mulher, dos seus objetivos de vida e da presença de sintomas, e deve ser sempre discutida com o ginecologista.
Qual o risco do pólipo uterino virar câncer?
Os pólipos uterinos são lesões benignas que raramente viram câncer, mas isto pode acontecer em alguns casos, especialmente em mulheres que foram diagnosticadas com pólipo uterino após a menopausa e que apresentam sintomas.
Dessa forma, a vigilância regular e o correto tratamento dos pólipos com um ginecologista é essencial.