Espessamento endometrial é grave? Causas e tratamento

Revisão clínica: Marcela Lemos
Biomédica
março 2022

O espessamento endometrial pode ser considerada uma situação grave, uma vez que normalmente está associada à presença de pólipos, mioma e síndrome do ovário policístico, além de também poder aumentar o risco de desenvolvimento de câncer do endométrio, principalmente em mulheres que possuem maior nível de estrogênio circulante, possuem diabetes ou obesidade, por exemplo.

O espessamento endometrial, também conhecido como hiperplasia do endométrio, consiste no aumento da espessura do tecido que reveste o interior do útero, devido a uma exposição excessiva ao estrogênio, que pode ocorrer em mulheres que não ovulam todos os meses ou que estejam a fazer terapia de reposição hormonal feita somente com estrogênio.

A espessura do endométrio é medida através do exame de ultrassom de transvaginal, em que o ginecologista observa todas as características do útero, incluindo o endométrio, identificando a presença de possíveis alterações.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os sintomas que podem surgir em casos de espessamento endometrial são principalmente o sangramento uterino anormal, cólica abdominal intensa, menos de 21 dias entre cada menstruação, e aumento discreto do tamanho do útero, percebido pela ultrassonografia.

Na presença desses sintomas, é importante que o ginecologista seja consultado para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, caso haja necessidade. O diagnóstico da hiperplasia do endométrio pode ser feito pelo ginecologista através da análise dos sintomas apresentados e de uma ultrassonografia transvaginal.

Além disso, o médico pode ainda realizar uma histeroscopia, que consiste na inserção de um aparelho com uma câmera no útero, de forma a perceber se existe algo anormal, e/ou na realização de uma biópsia, em que é retirada uma pequena amostra do tecido do endométrio para ser posteriormente analisado.

Possíveis causas

A hiperplasia do endométrio é causada pela exposição excessiva ao hormônio estrogênio e geralmente, uma quantidade de progesterona insuficiente. Este desequilíbrio hormonal na mulher pode ser causado pelas seguintes situações:

  • Ciclo irregular ou a ovulação não ocorre todos os meses;
  • Síndrome dos ovários policísticos;
  • Terapia de reposição hormonal, utilizando somente estrogênio;
  • Presença de um tumor no ovário;
  • Menopausa, em que o organismo deixa de produzir progesterona;
  • Obesidade;
  • Mioma submucoso;
  • Pólipo endometrial.

O maior risco de desenvolver a hiperplasia do endométrio ocorre entre os 40 e 60 anos de idade.

Principais tipos de hiperplasia

De acordo com as características das células do endométrio, que são observadas através de uma biópsia, a hiperplasia do endométrio pode ser classificada em dois tipos principais:

  • Hiperplasia do endométrio não atípica, em que o espessamento do endométrio não envolve células pré-cancerígenas;
  • Hiperplasia atípica do endométrio, em que são identificadas células cancerígenas e/ ou pré-cancerígenas, o que é indicativo de câncer.

De acordo como tipo de hiperplasia, o médico pode indicar o melhor tratamento, que pode envolver o uso de medicamentos ou a realização de cirurgia.

Como é feito o tratamento

O tratamento da hiperplasia do endométrio vai depender do tipo de hiperplasia que a mulher possui e da sua gravidade, mas as opções terapêuticas incluem uma curetagem do tecido endometrial ou uso de medicamentos como progesterona ou progestágenos sintéticos por via oral, intramuscular ou intrauterina. Após o tratamento, aconselha-se a realização de uma biópsia do tecido endometrial para verificar o sucesso do tratamento.

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Escrito por Manuel Reis - Enfermeiro. Atualizado e revisto clinicamente por Marcela Lemos - Biomédica, em março de 2022.

Bibliografia

  • YOSHIDA A. et. al.. Hiperplasia endometrial e câncer do endométrio. FEMINA. Vol.47. 2.ed; 105-9, 2019
  • EMONS, G. et. al.. New WHO Classification of Endometrial Hyperplasias. Geburtshilfe Frauenheilkd.. Vol.75. 2.ed; 135-136, 2015
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  • THE AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS. Endometrial Hyperplasia. Disponível em: <https://www.acog.org/patient-resources/faqs/gynecologic-problems/endometrial-hyperplasia>. Acesso em 11 ago 2020
Revisão clínica:
Marcela Lemos
Biomédica
Mestre em Microbiologia Aplicada, com habilitação em Análises Clínicas e formada pela UFPE em 2017 com registro profissional no CRBM/ PE 08598.