O testículo retrátil é uma condição em que o testículo sobe pelo canal inguinal, podendo se esconder na região da virilha, o que acontece especialmente devido a contrações involuntárias do músculo cremaster, que é o músculo que liga o testículo à região abdominal, podendo ocorrer várias vezes ao dia, fazendo com que os testículos subam, quer seja estimulado para isso ou não.
O testículo retrátil é muito comum na infância devido ao desenvolvimento dos músculos abdominais, mas pode ocorrer durante a idade adulta, causado por climas frios, situações de perigo ou ainda devido ao cordão espermático curto, por exemplo.
Geralmente, os testículos voltam à sua posição natural poucos minutos após terem subido, mas também podem ser reposicionados utilizando a mão e fazendo movimentos suaves sobre o local onde o escroto se liga ao abdômen. Porém, se o testículo não descer ou surgir dor ou inchaço, é aconselhado ir ao hospital, ou consultar um urologista, para avaliar se existe algum problema que precise ser tratado.
Sintomas de testículo retrátil
Os principais sintomas de testículo retrátil são:
- Subida do testículo para a região da virilha de forma espontânea;
- Testículo não desce para a posição normal, espontaneamente ou após ser manipulado manualmente;
- Ausência do testículo na posição normal por um tempo.
Na presença desses sintomas, é importante consultar o urologista para que seja avaliada a causa do testículo retrátil, e iniciado o tratamento mais adequado, se necessário.
Qual a diferença de testículo retrátil e criptorquidia?
A criptorquidia é uma condição congênita em que os testículos do bebê não descem para a bolsa testicular no final da gestação, podendo afetar um ou os dois testículos.
Durante o desenvolvimento embrionário, os testículos se desenvolvem dentro da cavidade abdominal e descem para bolsa escrotal nos meses finais da gestação ou até os 6 meses de vida. Quando isso não acontece, ou os testículos descem mas com o tempo sobem novamente, é chamado de criptorquidia. Entenda melhor o que é a criptorquidia e como é feito o tratamento.
Já o testículo retrátil, pode surgir na infância ou na idade adulta, fazendo com que um ou os dois testículos subam, e geralmente relacionados à contração do músculo cremaster.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico do testículo retrátil é feito pelo urologista, no caso de adultos, ou pediatra, no caso de crianças, através do exame físico da bolsa testicular, e da posição do testículo.
Geralmente, não são necessários exames complementares para confirmar o diagnóstico do testículo retrátil.
Principais causas do testículo retrátil
O testículo retrátil é causado pelo movimento involuntário do músculo cremaster, sendo que existem algumas situações que podem estimular esse movimento, como:
1. Durante ou após a relação
A relação sexual é um momento de prazer no qual vários músculos do corpo, especialmente os da região íntima, se contraem involuntariamente em resposta ao estímulo criado pela sensação de prazer. Um desses músculos é o cremaster e, por isso, os testículos podem subir até a região abdominal, principalmente durante o orgasmo.
Normalmente, nestes casos, o testículo não desaparece completamente, ficando grudado na região superior do escroto, porém, muitos homens possuem um canal mais aberto na transição entre o escroto e o abdômen, o que pode fazer que os testículos desapareçam, sem que isso seja sinal de algum problema.
2. Climas frios
Para funcionarem corretamente, realizar a produção de esperma e de hormônios, os testículos precisam estar num ambiente cerca de 2 a 3 graus mais fresco que a temperatura corporal e, é por essa razão, que se encontram na bolsa escrotal e fora do corpo.
No entanto, quando o ambiente fica muito frio em redor do corpo, a temperatura na região do escroto pode descer muito e também afetar os testículos. Dessa forma, o corpo produz um movimento involuntário para que a bolsa escrotal se contraia e os testículos subam para a região abdominal, com o objetivo de regular a temperatura.
3. Situações de perigo
Uma vez que os testículos se localizam numa bolsa fora do corpo, e não estão protegidos por nenhum osso, ficam mais expostos a pancadas e traumatismos que podem provocar danos na sua estrutura e funcionamento.
Para evitar que isso aconteça, o corpo possui um mecanismo de defesa natural para que o músculo que segura os testículos contraia e os puxe para a região abdominal, de forma a mantê-los mais protegidos. É por essa razão que os testículos podem subir quando o homem sente medo ou ouve uma história impressionante, por exemplo.
4. Cordão espermático curto
O cordão espermático é a estrutura criada pelos músculos e pequenos vasos que estão ligados ao testículo, ajudando-o a manter-se pendurado dentro do testículo.
Em algumas situações, especialmente em jovens e crianças, esse cordão pode não se desenvolver completamente ou crescer a um ritmo muito lento, que não acompanha o crescimento do corpo. Nesses casos, o testículo vai ficar mais perto do abdômen e, dependendo do tamanho do cordão, pode até acabar subindo para dentro da barriga. Normalmente, este problema se resolve sozinho após a adolescência.
Como é feito o tratamento
O tratamento do testículo retrátil deve ser feito com orientação do pediatra ou urologista, sendo que na maior parte dos casos não é necessário nenhum tratamento específico, pois os testículos voltam à posição normal naturalmente ou realizando movimentos suaves com as mãos sobre o músculo cremaster na região do abdômem.
Além disso, é importante fazer acompanhamento médico uma vez por ano, pois no caso do testículo ficar preso na região inguinal, pode ser necessária cirurgia.
Possíveis complicações
O testículo retrátil raramente está relacionado com complicações, no entanto, como o testículo sobe até ao abdômen há um maior risco de não voltar a descer, podendo ficar preso.
Além disso, outras complicações que podem surgir são:
- Maior risco de desenvolvimento de câncer de testículo;
- Torção testicular;
- Problemas de fertilidade;
- Hérnia inguinal.
Por isso, é importante consultar o urologista ou o pediatra, fazendo o acompanhamento médico anual, de forma a evitar complicações do testículo retrátil.
Quando ir ao médico
Quase sempre, o testículo sobe e volta a descer, não sendo uma situação que precise de atenção especial. No entanto, é importante ir no hospital ou consultar um urologista quando:
- O testículo não desce após 10 minutos;
- Surge uma dor intensa ou inchaço na região do escroto;
- Se sofreu uma pancada forte na região íntima.
Os casos em que o testículo sobe e não volta a descer são mais comuns nos bebês ou crianças e, geralmente, estão relacionadas com um caso de criptorquidia, na qual o canal entre o escroto e o abdômen não permite que o testículo desça, podendo ser necessário fazer cirurgia. Veja como é feito o tratamento nestes casos.