10 principais causas de espinhas e como tratar

Revisão médica: Drª. Aleksana Viana
Dermatologista
novembro 2022

A acne é uma doença que provoca a obstrução das glândulas de gordura da pele, formando inflamações e erupções, que são as espinhas. Ela é causada pela união de vários fatores, que envolvem excesso de produção de oleosidade pela pele, acúmulo de bactérias, tendência à inflamação, desregulação hormonal e tendência ao acúmulo de células e tecidos mortos.

A espinha pode ser tanto do tipo externa, que é mais fácil de identificar, quanto interna, que acontece porque o bloqueio da glândula sebácea não encontrou uma saída para fora da pele, ficando retido dentro de um cisto, o que pode ser muito doloroso. Entenda melhor os diferentes tipos de acne e o que fazer.

Para evitar o surgimento de espinhas é importante manter a pele limpa, usar produtos que controlam o excesso de oleosidade e células mortas, além de manter uma alimentação saudável, que diminua a inflamação da pele, à base de cereais integrais e alimentos ricos em ômega-3, como o salmão e a sardinha, por exemplo.

Imagem ilustrativa número 1

As alterações na pele que facilitam o aparecimento de espinhas são desencadeadas por fatores como:

1. Adolescência

No período da adolescência, principalmente entre os 12 e 18 anos de idade, é mais comum haver a formação de espinhas, pois neste período há o aumento da produção de hormônios androgênicos pelo organismo, como a testosterona, que estimulam a produção de oleosidade.

Entretanto, as espinhas podem surgir em qualquer idade, não sendo incomum surgir em mulheres após os 30 anos, chamada de acne tardia, que pode ser causada por alterações na quantidade de sebo ou queratina produzidos na pele ou por um maior acúmulo de bactérias, por exemplo.

Como tratar: é necessário consultar-se com o dermatologista para avaliação do tipo de pele e prescrição de medicamentos como loções ou cremes que poderão melhorar a saúde da pele e diminuir a produção de espinhas.

2. Limpeza incorreta da pele

A pele que não é bem higienizada pode ficar com acúmulo de oleosidade, o que obstrui os poros e facilita a formação de cravos e o desenvolvimento de espinhas.

Como tratar: o rosto deve ser lavado pelo menos 2 vezes ao dia, ao levantar e principalmente ao dormir, para remover o excesso de sujeira na pele ao longo do dia. A pele muito oleosa pode ser lavada até 3 a 4 vezes ao dia. De preferência, devem ser usados produtos específicos para o tipo de pele, orientados após avaliação do dermatologista.

3. Não retirar a maquiagem

A maquiagem deve ser retirada assim que possível, pois o acúmulo na pele também causa obstrução dos poros e facilita a formação de cravos e espinhas, principalmente os produtos de baixa qualidade que são produzidos à base de óleos.

Como tratar: para quem tem tendência à acne é recomendado usar maquiagens específicas para peles oleosas, à base de água, entretanto o ideal mesmo é tentar deixar a pele o mais natural possível, além, de sempre retirar toda a maquiagem com demaquilante ao chegar em casa.

4. Usar produtos muito gordurosos

O uso de protetor solar ou cremes hidratantes muito oleosos ou gordurosos, não ideais para cada tipo de pele, aumentam a formação de cravos e espinhas.

Como tratar: deve-se sempre tentar escolher produtos específicos para o tipo de pele, e que são chamados de "não-comedogênicos", pois são os que causam menor tendência à obstrução dos poros da pele.

5. Consumo de alguns alimentos

Consumir alimentos inflamatórios para a pele, como leite, doces, carboidratos e frituras, podem aumentar as chances de acne, já que alteram a produção hormonal e estimulam a inflamação da pele e o surgimento de cravos e espinhas.

Como tratar: evitar alimentação rica em carboidratos, gorduras e preferir focar em uma dieta rica em frutas, legumes, verduras, ômega-3 e água, pois têm efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios.

Veja, com a nutricionista Tatiana Zanin, outros alimentos que inflamam a pele:

6. Ter uma doença hormonal

A síndrome dos ovários policísticos é uma doença que aumenta a produção de androgênios, que são hormônios masculinos que atuam aumentando a produção de oleosidade pela pele e deixando-a mais tendenciosa à produção de acne.

Como tratar: o tratamento para esta síndrome pode ser feito com o uso de anticoncepcionais ou outros capazes de regular os hormônios.

7. Reação a medicamentos

Certos medicamentos podem causar como efeito colateral reações de inflamação da pele, com formação de acne, e um exemplo comum é o uso do corticoide e anti-inflamatórios.

Como tratar: quando possível, conversar com o médico sobre a possibilidade de mudança do medicamento, entretanto, é possível adotar medidas para redução da acne durante o uso do medicamento, como usar loções de limpeza ou cremes que diminuem a formação de acne, como ácido retinóico, por exemplo.

8. Sol em excesso

Se expor ao sol excessivamente pode formar espinhas, pois a radiação UV pode acelerar a inflamação e produção de oleosidade da pele, o que facilita a produção de acne.

Como tratar: evitar se expor demais ao sol, preferindo horários de menor incidência de radiação UV, como antes das 10h ou após às 16h. Além de sempre proteger-se com protetor solar adequado.

9. Predisposição genética

Ter uma genética propícia é um dos principais fatores para a formação de acne, principalmente naqueles que têm espinhas em excesso ou muito grandes, pois estas pessoas têm uma maior tendência à ter reações imunes e formar lesões inflamatórias na pele.

Como tratar: o tratamento é feito com produtos tópicos, prescritos pelo dermatologista, e nos casos mais graves,como na acne de grau II ou IV, por exemplo, pode ser necessário o uso de medicamentos em comprimidos, como antibióticos ou isotretinoína, por exemplo.

10. Gravidez

Estar grávida pode causar a produção de espinhas, o que acontece somente em algumas mulheres, devido ao aumento da progesterona, que aumenta a oleosidade.

Como tratar: é orientado optar por lavar a pele com sabão neutro ou suave 2 vezes por dia e aplicar uma loção tônica sempre após lavar e secar o rosto. Deve-se evitar tratamentos em comprimido, ácidos ou procedimentos estéticos neste período. Saiba mais o que fazer em caso de espinhas na gravidez.

Como evitar espinhas

Para evitar o surgimento de espinhas, deve-se ter alguns cuidados, como:

  • Evitar doces e frituras, além de bebidas alcoólicas e as gaseificadas, pois dificultam a digestão e danificam a pele;
  • Ter uma alimentação rica em ômega 3, zinco e antioxidantes, como salmão, sementes de girassol, frutas e legumes porque são ricos em substâncias importantes para ajudar a reduzir a inflamação da pele;
  • Limpar a pele com produtos cosméticos próprios para a pele oleosa duas vezes ao dia, de manhã e à noite, sendo que os sabonetes com ácido acetil salicílico são uma boa opção;
  • Passar um protetor solar oil free para o rosto antes de passar a maquiagem, mesmo que esta já tenha algum fator de proteção, para proteger a pele contra os efeitos nocivos do sol;
  • Fazer uma esfoliação leve uma vez por semana para retirar as células mortas.

Confira, no vídeo a seguir, mais dica para uma alimentação que evita este problema:

Como é feito o tratamento

Quando não se pode evitar a acne, o tratamento deve ser feito, preferencialmente, com o uso de produtos tópicos, como loções de limpeza da pele ou cremes que impedem a formação de lesões, como ácido retinóico, ácido salicílico, adapaleno ou peróxido de benzoíla, por exemplo, prescritos pelo Dermatologista, e podem ser comprados ou preparados em farmácias de manipulação.

Outras opções, mais utilizadas na acne resistente ou mais grave, são o uso de antibióticos, como Tetraciclina ou Eritromicina, ou, em último caso, o uso da Isotretinoína, conhecido como Roacutan, por terem um efeito mais potente no controle da formação de espinhas. É importante que estes remédios só sejam utilizados sob orientação do Dermatologista, devido ao risco de efeitos colaterais.

Para evitar o uso de medicamentos, também existem técnicas radiofrequência, fototerapia com luzes especiais, laser e luz pulsada que são muito úteis para diminuir e desinflamar a região da acne. Saiba mais detalhes sobre as opções de tratamento para espinhas.

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Escrito por Marcela Lemos - Biomédica. Atualizado por Karla S. Leal - Nutricionista, em novembro de 2022. Revisão médica por Drª. Aleksana Viana - Dermatologista, em setembro de 2016.
Revisão médica:
Drª. Aleksana Viana
Dermatologista
Especialista em Dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, em 2007 com registro profissional no CRM/PE – 16907.

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