Mola hidatiforme: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento

Atualizado em junho 2023

A mola hidatiforme é um tipo de doença trofoblástica gestacional causada pela multiplicação anormal de células da placenta, resultando em sintomas, como sangramento vaginal com aspecto de suco de ameixa no primeiro trimestre, ou náuseas e vômitos intensos.

A causa da mola hidatiforme, também chamada de gravidez molar, é causada por alterações genéticas, podendo ser parcial ou completa, sendo diferenciadas pela presença ou ausência do embrião.

O tratamento da mola hidatiforme é feito pelo obstetra e geralmente envolve a dilatação e curetagem uterina, cirurgia para remoção do útero e monitoramento dos níveis de beta-HCG.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de mola hidatiforme

O principais sintomas de mola hidatiforme são:

  • Sangramento vaginal no primeiro trimestre da gestação;
  • Sangramento com aspecto de suco de ameixa;
  • Náuseas e vômitos intensos;
  • Saída de tecido pela vagina com aspecto de gotas d'água ou cachos semelhantes a uvas.

Além disso, devido aos altos níveis de beta-HCG, após o primeiro trimestre, por volta das semanas 14 a 16, a mulher também pode apresentar sintomas de hipertireoidismo, como tremores nas mãos e palpitações cardíacas. Saiba identificar os sintomas de hipertireoidismo.  

A mola hidatiforme deve ser diagnosticada o quanto antes para evitar complicações que podem surgir se a gravidez avançar para o segundo trimestre, como pré-eclâmpsia, embolia pulmonar ou edema agudo do pulmão, que podem colocar a vida da mulher em risco.

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Mola hidatiforme é câncer?

A mola hidatiforme é um tumor benigno da placenta, mas que pode evoluir para um tumor maligno, ou seja, câncer, uma vez que a proliferação trofoblástica pode continuar mesmo após o tratamento. 

Por isso, é importante realizar o tratamento o mais rápido possível e fazer acompanhamento médico regular, com exames para medir os níveis de beta-HCG.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da mola hidatiforme geralmente é feito pelo obstetra durante o ultrassom obstétrico pré-natal no primeiro trimestre da gestação, que também é realizado quando a mulher apresenta sangramento vaginal no primeiro trimestre.

Nesse ultrassom é possível o médico observar características da mola hidatiforme e identificar seu tipo, além de também poder ser visualizado cistos tecaluteínicos nos ovários.

Além do ultrassom, outro exame que o médico deve solicitar é o de beta-HCG, que na mola hidatiforme completa encontra-se com os níveis muito elevados, geralmente acima de 100.000 mUI/mL. 

Já na mola hidatiforme parcial, os níveis de beta-HCG podem estar com valores normais para a idade gestacional ou até abaixo dos valores de referência. Confira os valores de referência para o beta-HCG.

Outros exames que o médico pode solicitar para avaliar os sintomas são exames de tireoide, hemograma completo, testes de função renal e hepática, fatores de coagulação sanguínea e raio X de pulmão.

Possíveis causas

A mola hidatiforme é causada por alterações genéticas durante a fecundação, resultando em uma multiplicação anormal de células da placenta.

Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de mola hidatiforme, como:

  • Gravidez antes dos 20 anos ou após os 35 anos;
  • Histórico anterior de gravidez molar;
  • Histórico de abortos espontâneos ou infertilidade;
  • Hábito de fumar.

Além disso, outro fator que pode aumentar o risco de mola hidatiforme é a dieta pobre em carotenos, que são precursores da vitamina A. 

Tipos de mola hidatiforme

A mola hidatiforme pode ser classificada em dois tipos, que são:

1. Mola hidatiforme completa

A mola hidatiforme completa é o tipo mais comum, causada pela fecundação de um óvulo sem núcleo, por dois espermatozoides ou um espermatozoide que depois se duplica, fazendo com que o óvulo fecundado tenha apenas DNA do pai.

Esse tipo de mola hidatiforme é caracterizada pela ausência do feto e do líquido amniótico, placenta grossa e com cistos, e massa na cavidade uterina com aparência de “tempestade de neve”.

2. Mola hidatiforme parcial

A mola hidatiforme parcial é causada pela fecundação de um óvulo normal, por dois espermatozoides.

Nesse tipo de mola hidatiforme, ocorre a formação do feto, que apresenta malformações, além de ser caracterizada pela presença de pouco líquido amniótico e placenta com cistos, com aspecto semelhante a “queijo suíço”.

Como é feito o tratamento

O tratamento da mola hidatiforme deve ser feito com orientação do obstetra, e deve ser feito o mais rápido possível para a remoção da mola hidatiforme, e assim evitar complicações.

Os principais tratamentos para a mola hidatiforme são:

  • Esvaziamento do útero, através da dilatação e curetagem uterina. Saiba como é feita a curetagem;
  • Histerectomia, que é a remoção do útero, especialmente em mulheres com mais de 40 anos ou que já possuem filhos.

Além disso, o médico deve  monitorar os níveis de beta-HCG, sendo que no caso da mola hidatiforme completa, o exame deve ser feito 1 vez por semana ou a cada 15 dias, até que valores se encontrem normais ou negativos, após 3 exames consecutivos. 

Após obter os resultados negativos de beta-HCG, deve-se ainda realizar o acompanhamento médico, repetindo o exame 1 vez por mês, durante 6 meses.

Já no caso da mola hidatiforme parcial, o exame de beta-HCG deve ser feito 30 dias após o tratamento.

No entanto, nos casos em que os níveis de beta-HCG permanecem altos, que é indicativo de doença trofoblástica gestacional persistente, invasiva ou câncer, o médico deve encaminhar a mulher para uma consulta com um oncologista, de forma a iniciar o tratamento com quimioterapia. Veja os principais tipos de doença trofoblástica gestacional

Quem teve mola hidatiforme pode engravidar?

A mulher que teve mola hidatiforme pode engravidar, após a cura da doença, sendo que no caso da mola hidatiforme completa o obstetra pode liberar para engravidar após 6 meses com resultados negativos de beta-HCG.

Já no caso da mola hidatiforme parcial, após 30 dias do resultado negativo de beta-HCG, o médico pode liberar a mulher para engravidar.

Possíveis complicações

As mola hidatiforme pode causar algumas complicações como:

  • Pré-eclâmpsia;
  • Embolia pulmonar;
  • Edema agudo do pulmão.

Essas complicações são graves e podem colocar a vida da mulher em risco, ocorrendo principalmente quando o tratamento da mola hidatiforme não é feito rapidamente e a gravidez evolui para o segundo trimestre.

Além disso, mesmo após o tratamento, o tecido trofoblástico pode continuar proliferando e evoluir para a neoplasia trofoblástica gestacional, ou seja, câncer.