Mifepristona: o que é, para que serve e como é usada

Atualizado em abril 2023

A mifepristona é um esteroide sintético que é utilizado no aborto legal até 70 dias de gestação ou no tratamento de níveis elevados de glicose no sangue causados pela síndrome de Cushing endógena.

Este medicamento pode levar ao aborto e morte fetal quando usado durante a gravidez, não devendo ser tomado sem a indicação de um médico. Além disso, também pode provocar efeitos colaterais como sangramento vaginal, dor no abdome e náusea.

A mifepristona atualmente não está disponível no Brasil, mas em alguns países pode ser encontrada em farmácias, com nomes comerciais como Korlym ou Mifeprex, na forma de comprimidos de 200 e 300 mg. Seu uso deve ser feito somente com orientação médica.

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Para que serve

A mifepristona é indicada pelo Food and Drug Administration (FDA) nos EUA para a interrupção médica da gravidez até 70 dias de gestação, sendo usada em combinação com o misoprostol. Pode também ser usada no tratamento da hiperglicemia causada pela síndrome de Cushing. Veja mais sintomas da síndrome de Cushing.

Diferença entre mifepristona e misoprostol

A mifepristona é um esteroide sintético que bloqueia a atividade da progesterona e de outros corticoides, estimulando a produção de cortisol pelo corpo e desestabilizando a parede do útero, efeito que leva à interrupção da gravidez.

Já o misoprostol é uma prostaglandina sintética que age especialmente sobre o músculo da parede do útero, estimulando a sua contração. Entenda melhor o que é o misoprostol.

Como é usada

A forma de uso da mifepristona depende da sua indicação, podendo ser usada da seguinte forma:

  • Interrupção da gravidez: 1 comprimido de 200 mg de mifepristona por via oral em dose única, e após 24 a 48 horas, 800 mcg de misoprostol por via bucal, o que equivale a 8 comprimidos de misoprostol de 100 mcg ou 4 comprimidos de 200 mcg, colocando os comprimidos entre a bochecha e a gengiva e deixando dissolver por 30 minutos, e depois engolir o que não tiver completamente dissolvido com água;
  • Hiperglicemia devido à síndrome de Cushing endógena: 1 comprimido de 300 mg de mifepristona por via oral, junto com a refeição, diariamente. A dose pode ser aumentada em 1 comprimido a cada 2 a 4 semanas, de acordo com a indicação do médico, até o máximo de 1200 mg ou 4 comprimidos de 300 mg por dia.

Atualmente a mifepristona não se encontra disponível no Brasil e o uso de medicamentos abortivos, como o misoprostol, apenas é permitido em hospitais. Conheça outros remédios que causam aborto.

Além disso, a mifepristona deve ser usada apenas com a orientação de um médico, especialmente em mulheres grávidas, devido aos riscos para a saúde da mãe e do bebê.

Possíveis efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns da mifepristona são:

  • Dor no abdome;
  • Sangramento vaginal;
  • Náusea;
  • Vômitos;
  • Fraqueza;
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Tontura;
  • Perda do apetite;
  • Diarreia.

Embora seja comum o sangramento vaginal ser mais intenso que o da menstruação, os outros efeitos colaterais normalmente são leves.

Além disso, a mifepristona também pode causar alterações na pressão arterial, baixos níveis de potássio e glicose no sangue, mal estar e, nos casos mais graves, morte fetal e reações alérgicas, como a anafilaxia. Conheça os sintomas de anafilaxia.

Quem não deve usar

A mifepristona não é indicada em caso de histórico de reações alérgicas a este medicamento ou prostaglandinas, sangramento vaginal de causa não identificada, câncer de endométrio, insuficiência adrenal, gravidez ectópica, uso de corticoides frequente ou anticoagulantes e doenças que afetem a coagulação do sangue.

A mifepristona também não deve ser usada caso se esteja tomando alguns medicamentos, como sinvastatina, lovastatina ou antifúngicos, ou por mulheres que desejem continuar com a gravidez.