Linfocitose: o que é, causas e o que fazer

Atualizado em outubro 2023

A linfocitose é uma situação que acontece quando a quantidade de linfócitos, também chamados de glóbulos brancos, está acima do normal no sangue.

Os linfócitos são as células responsáveis pela defesa do corpo, e, por isso, quando estão aumentados geralmente significa que o corpo está reagindo a algum microrganismo, como em caso de mononucleose, sarampo, tuberculose ou hepatite, por exemplo. Conheça mais sobre os linfócitos.

A linfocitose pode ser acontecer devido a alterações na produção dessas células, como em caso de leucemia e linfoma, por exemplo, sendo importante que o médico avalie o resultado do hemograma em conjunto com outros exames solicitados e, assim, seja possível identificar a causa da linfocitose.

Imagem ilustrativa número 1

Como saber se é linfocitose

A linfocitose é identificada por meio da realização do hemograma, que é um exame de sangue que avalia todas as células do sangue, incluindo os linfócitos. É considerado linfocitose quando são verificados mais de 3900 linfócitos por mm³ de sangue, podendo esse valor variar de acordo com o laboratório.

A avaliação da quantidade de linfócitos circulantes deve ser avaliada pelo hematologista, clínico geral ou pelo médico que solicitou o exame.

Como confirmar

Para saber se é linfocitose, insira o resultado do seu exame na calculadora a seguir:

Erro
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Mínimo admitido, pode alterar para o valor do seu laboratório
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Máximo admitido, pode alterar para o valor do seu laboratório
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Principais causas da linfocitose

O aumento do número de linfócitos pode ter diversas causas, sendo as principais:

1. Mononucleose

A mononucleose, também conhecida como doença do beijo, é causada pelo vírus Epstein-Barr que é transmitido pela saliva através do beijo, mas também pela tosse, espirro ou por meio da partilha de talheres e copos. Os principais sintomas são manchas vermelhas no corpo, febre alta, dor de cabeça, ínguas no pescoço e axilas, dor de garganta, placas esbranquiçadas na boca e cansaço físico. 

Como os linfócitos atuam na defesa do organismo, é normal que estejam altos, sendo possível verificar também outras alterações no hemograma, como a presença de linfócitos atípicos e monócitos, além de alteração de exames bioquímicos, principalmente Proteína C Reativa, a PCR.

O que fazer: Geralmente esta doença é eliminada naturalmente pela ação das células de defesa do próprio corpo, podendo ter duração de 4 a 6 semanas. Entretanto, o clínico geral poderá receitar o uso de alguns medicamentos para alívio dos sintomas como analgésicos e antipiréticos para abaixar a febre e anti-inflamatórios para diminuir as dores. Saiba como é feito o tratamento para mononucleose.

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2. Tuberculose

A tuberculose é uma doença que atinge os pulmões, passa de pessoa para pessoa, e é causada por um bactéria conhecida como bacilo de Koch (BK). Muitas vezes a doença permanece inativa, mas quando está ativa provoca sintomas como tosse com sangue e catarro, suor noturno, febre, perda de peso e de apetite.

Além dos linfócitos altos, o médico também pode verificar aumento dos monócitos, chamado de monocitose, além do aumento dos neutrófilos. No caso da pessoa apresentar sintomas de tuberculose e alterações sugestivas no hemograma, o médico pode solicitar a realização de um exame específico para tuberculose, chamado de PPD, em que a pessoa recebe uma pequena injeção da proteína presente na bactéria que causa a tuberculose e o resultado depende do tamanho da reação na pele provocada por essa injeção. Veja como entender o exame PPD.

O que fazer: O tratamento deve ser estabelecido pelo pneumologista ou infectologista, devendo a pessoa ser acompanhada regularmente. O tratamento para tuberculose dura cerca de 6 meses e é feito com antibióticos que devem ser tomados mesmo que os sintomas desapareçam. Pois mesmo na ausência de sintomas, a bactéria pode ainda estar presente e caso o tratamento seja interrompido, pode voltar a proliferar e trazer consequências para a pessoa.

O acompanhamento do paciente com tuberculose deve ser feito de forma regular com o objetivo de verificar se ainda há bacilos de Koch, sendo necessário para isso que a pessoa faça o exame do escarro, sendo recomendada a coleta de pelo menos 2 amostras.

3. Sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa causada por um vírus que acomete principalmente crianças até 1 ano. Essa doença é considerada altamente contagiosa, já que pode ser facilmente transmitida de pessoa para pessoa através de gotículas liberadas na tosse e no espirro. É uma doença que ataca o sistema respiratório, mas pode se espalhar para todo corpo provocando sintomas como manchas vermelhas na pele e na garganta, olhos vermelhos, tosse e febre. Saiba reconhecer os sintomas do sarampo.

Além dos linfócitos altos, o clínico geral ou pediatra pode verificar outras alterações no hemograma e em exames imunológicos e bioquímicos, como o aumento da PCR, que indica a ocorrência de processo infeccioso.

O que fazer: Deve-se consultar o clínico geral ou pediatra assim que surgirem os sintomas, pois mesmo que não exista um tratamento específico para o sarampo, o médico indicará medicamentos que aliviem os sintomas. A vacinação é a melhor maneira de prevenir o surgimento do sarampo e é indicada para crianças e adultos e a vacina é disponibilizada gratuitamente nos postos de saúde. 

4. Hepatite

A hepatite é uma inflamação no fígado causada por diferentes tipos de vírus ou até mesmo provocada pelo uso de determinados medicamentos, drogas ou ingestão de toxinas. Os principais sintomas da hepatite são pele e olhos amarelos, perda de peso e apetite, inchaço do lado direito da barriga, urina escura e febre. A hepatite pode ser transmitida por meio da partilha de agulhas contaminadas, relações sexuais desprotegidas, água e alimentos contaminados com fezes e contato com sangue de uma pessoa contaminada.

Como a hepatite é causada por vírus, a sua presença no organismo estimula o funcionamento do sistema imunológico, havendo aumento no número de linfócitos. Além de alterações no leucograma e no hemograma, que normalmente indica anemia, o médico deve também avaliar a função do fígado através de exames como TGO, TGP e bilirrubina, além de exames sorológicos para identificação do vírus da hepatite.

O que fazer: O tratamento para hepatite é feito de acordo com a causa, no entanto no caso de ser causada por vírus, pode ser recomendado pelo infectologista, hepatologista ou clínico geral o uso de antivirais, repouso e aumento da ingestão de líquidos. No caso da hepatite medicamentosa, deve ser recomendado pelo médico a substituição ou suspensão do medicamento responsável pelo dano ao fígado. Conheça o tratamento para cada tipo de hepatite.

5. Leucemia Linfocítica Aguda 

A leucemia linfocítica aguda (LLA) é um tipo de câncer que surge na medula óssea, que é o órgão responsável pela produção das células do sangue. Esse tipo de leucemia é chamada de aguda pois os linfócitos recentemente fabricados na medula óssea são encontrados circulantes no sangue, sem que tenham sofrido processo de maturação, sendo portanto denominado linfócitos imaturos.

Como os linfócitos presentes circulantes não conseguem desempenhar sua função corretamente, há maior produção de linfócitos pela medula óssea na tentativa de compensar essa deficiência, o que resulta em linfocitose, além de poder haver outras alterações no hemograma, como plaquetopenia, que é a diminuição da quantidade de plaquetas.

É o tipo de câncer mais comum na infância, com muitas chances de cura, mas também pode acontecer em pessoas adultas. Os sintomas da LLA são palidez da pele, sangramentos no nariz, roxos nos braços, pernas e olhos, ínguas no pescoço, virilha e axilas, dor nos ossos, febre, falta de ar e fraqueza.

O que fazer: É importante procurar o pediatra ou clínico geral assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas de leucemia, para que a pessoa possa ser logo encaminhada para o hematologista para que sejam realizados exames mais específicos e o diagnóstico possa ser confirmado. Na maioria das vezes, o tratamento para LLA é feito com quimioterapia e radioterapia e, em alguns casos, é recomendada a realização de transplante de medula óssea. Veja como é feito o transplante de medula óssea.

6. Leucemia Linfocítica Crônica

A leucemia linfocítica crônica (LLC) é um tipo de doença maligna, ou câncer, que se desenvolve na medula óssea. É chamada de crônica pois consegue ser observado circulante no sangue tanto linfócitos maduros quanto imaturos. Essa doença normalmente desenvolve-se lentamente, sendo os sintomas mais difíceis de serem percebidos.

Muitas vezes a LLC não provoca sintomas, mas podem surgir em alguns casos, como ínguas nas axilas, virilhas ou pescoço, suor a noite, dor do lado esquerdo da barriga causado pelo aumento do baço e febre. É uma doença que atinge principalmente idosos e mulheres em idade acima de 70 anos.  

O que fazer: É fundamental uma avaliação de um clínico geral e nos casos em que a doença for confirmada será necessário o encaminhamento para um hematologista. O hematologista vai confirmar a doença através de outros exames, inclusive a biópsia de medula óssea. No caso da confirmação da LLC, o médico indica o início do tratamento, que consiste, em geral, na realização de quimioterapia e transplante de medula óssea.  

7. Linfoma 

O linfoma também é um tipo de câncer que surge de linfócitos doentes e pode afetar qualquer parte do sistema linfático, mas geralmente atinge o baço, timo, amídalas e as ínguas. Existem mais de 40 tipos de linfomas, mas os mais comuns são linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin, sendo que os sintomas são muito parecidos entre eles como caroços na região do pescoço, virilha, clavícula, barriga e axila, além de febre, suor noturno, emagrecimento sem causa aparente, falta de ar e tosse.

O que fazer: Com o surgimento dos sintomas é recomendado procurar um clínico geral que vai encaminhar para oncologista ou hematologista que vai pedir outros exames, além do hemograma, para confirmar a doença. O tratamento só vai ser indicado depois do médico definir o grau da doença, mas normalmente é realizada quimioterapia, radioterapia e transplante de medula óssea.