Implante contraceptivo: o que é, vantagens e como funciona

Atualizado em maio 2023

O implante contraceptivo é um método contraceptivo que consiste em um pequeno tupo de silicone que mede cerca de 3 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro e que pode ser colocado no braço da mulher entre o 1º e 5º dia do ciclo menstrual, sob anestesia local.

Esse implante atua liberando hormônios na corrente sanguínea de forma contínua de modo a prevenir a ovulação e promover a atrofia do endométrio, o que evita a gravidez.

O implante anticoncepcional, cujo nome comercial é Implanon, deve ser aplicado pelo ginecologista no consultório após avaliação da saúde geral da mulher.

Imagem ilustrativa número 2

Como funciona o implante

O implante contraceptivo é composto por uma grande quantidade de etonogestrel, que é um hormônio sintético feminino que possui efeitos semelhantes à progesterona. O etonogestrel é liberado gradualmente na corrente sanguínea ao longo de 3 anos, evitando a ovulação. Dessa forma, não existem óvulos maduros que possam ser fecundados por um espermatozoide, caso ocorra uma relação sexual desprotegida.

Além disso, este método também deixa o muco do útero mais espesso, o que dificulta a passagem dos espermatozoides até as trompas de Falópio, o local onde normalmente acontece a fecundação.

O implante contraceptivo também altera a motilidade tubária, de forma que caso exista ovulação o óvulo não consegue ser deslocado ao longo da tuba uterina, e promove a atrofia do endométrio, evitando que ocorra implantação de possível embrião e, consequentemente, prevenindo o desenvolvimento de gravidez.

Principais vantagens

O implante anticoncepcional tem várias vantagens como o fato de ser um método prático e com uma duração de 3 anos, evitando ter que tomar a pílula todos os dias. Além disso, o implante não interfere com o contato íntimo, melhora os sintomas da TPM, permite que a mulher amamente e impede a menstruação.

Possíveis desvantagens

Embora tenha muitas vantagens, o implante não é o método contraceptivo ideal para todas as pessoas, já que também podem existir desvantagens como:

  • Período menstrual irregular, especialmente nos primeiros meses, podendo haver ausência de menstruação, sangramento de escape ou menstruação excessiva;
  • Ligeiro aumento do peso;
  • Mudanças no humor, nervosismo ou humor depressivo;
  • Diminuição da libido;
  • Precisa ser trocado no ginecologista.

Outra desvantagem é que o implante não protege contra infecções sexualmente transmissíveis, devendo ser utilizado um método contraceptivo de barreira, como a camisinha.

Principais efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns relacionados com o implante contraceptivo são período menstrual irregular, aumento de peso, dor de cabeça, dor no estômago, mudanças de humor, vaginite, dor nos seios, náuseas, tonturas, acne e diminuição da libido.

Quem não deve usar

O implante contraceptivo é um método anticoncepcional seguro, no entanto não é recomendado para mulheres que possuam trombose venosa ativa, em caso de tumor no fígado benigno ou maligno, doença no fígado grave ou inexplicada, sangramento vaginal sem causa específica, câncer de mama, durante a gravidez ou em caso de suspeita de gravidez.

Dúvidas mais comuns sobre o implante

Algumas das dúvidas mais comuns sobre o uso deste método contraceptivo são:

1. Existem sintomas depois de tirar o implante?

Após a retirada do implante contraceptivo, é possível que a mulher fique como braço mais sensível e inchaço, além de também poder haver ardor e manchas escuras na região em que o implante estava.

2. É possível engravidar?

O implante anticoncepcional é tão eficaz como a pílula e, por isso, a gravidez indesejada é muito rara. No entanto, caso o implante seja colocado após os primeiros 5 dias do ciclo, e caso a mulher não use preservativo por pelo menos 7 dias após a colocação do implante, há um risco superior de engravidar, já que não existem quantidades suficientes de hormônios que atuem na prevenção da gravidez.

Também é possível engravidar quando a mulher esquece a data de validade do implante, de forma que caso tenha relação desprotegida depois de 3 anos da colocação do implante, há maior probabilidade de gravidez.

3. Como se coloca o implante?

O implante deve ser sempre colocado por um ginecologista após anestesia no local da aplicação do implante, que deve ser colocado no braço com a ajuda de um aparelho semelhante a uma injeção. O implante pode ser retirado em qualquer momento através de um pequeno corte na pele, depois de colocar uma ligeira anestesia na pele.

O dispositivo deve ser colocado entre o 1º e 5º dia da menstruação por baixo da pele, na parte interna superior do braço não dominante, ou seja, o que não é usado para escrever.

4. Quando se deve trocar?

Normalmente, o implante anticoncepcional tem uma validade de 3 anos, devendo ser trocado antes do último dia, já que após esse momento a mulher deixa de estar protegida contra uma possível gravidez.

5. O implante engorda?

Devido à alteração hormonal causada pelo uso do implante, algumas mulheres podem apresentar tendência para engordar mais facilmente nos primeiros 6 meses. No entanto, caso se mantenha uma dieta equilibrada, é possível que o aumento de peso não aconteça.

6. O implante protege contra IST's?

O implante apenas impede a gravidez, pois, como não impede contra o contato com fluídos corporais, não protege contra infecções sexualmente transmissíveis como AIDS ou sífilis, por exemplo. Por isso, mesmo com a colocação do implante, é importante utilizar o preservativo em todas as relações sexuais.

7. Como é feita a retirada do implante?

Para retirar o implante, o médico deve fazer uma palpação no braço para identificar o local em que o implante está. Em seguida, irá marcar a extremidade do dispositivo e fará a desinfecção da pele. Depois, é feita a anestesia local e será realizada um pequeno corte para remover o implante.

Após a retirada do implante contraceptivo, o médico irá fazer o fechamento do corte, seja com fitas médicas específicas ou pontos.

8. É possível engravidar logo após a retirada do implante?

É possível ficar gravida na primeira semana após a retirada do implante, uma vez que não há concentração de hormônios suficientes para inibir a ovulação.

9. Quais medicamentos podem diminuir a eficácia do implante?

Alguns medicamentos podem interagir com o etonogestrel e diminuir a eficácia do implante contraceptivo, como fenitoína, barbitúricos, primidona, carbamazepina e rifampicina, por exemplo.

Além disso, outros medicamentos também pode diminuir o efeito, como a oxcarbazepina, topiramato, felbamato, griseofulvina, ritonavir, efavirenz e algumas plantas medicinais, como a erva de são joão.