Homocisteína: o que é, quando fazer o exame e o que significa alta e baixa

Atualizado em dezembro 2023

A homocisteína é um aminoácido que está relacionado com o surgimento de doenças cardiovasculares como AVC, doença coronariana, trombose ou infarto cardíaco, por exemplo, já que seus níveis elevados podem causar alterações nos vasos sanguíneos.

Normalmente, o cardiologista ou clínico geral pode pedir um exame de homocisteína para observar a quantidade deste aminoácido no sangue, avaliando a necessidade de iniciar um tratamento para prevenir os problemas cardiovasculares referidos anteriormente, caso o valor seja elevado.

Os valores normais de homocisteína nos exames de sangue devem estar abaixo de 15 µmol/L, apesar deste valor poder variar um pouco a depender do laboratório que analisa, e o exame deve ser feito em jejum de até 12 horas ou de acordo com a recomendação do médico.

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Quando o exame é indicado

O exame de homocisteína é normalmente indicado pelo médico com o objetivo de investigar o risco de doenças cardiovasculares, já a quantidade aumentada desse aminoácido na circulação está relacionada com um maior risco de infarto, trombose e AVC, por exemplo.

Além disso, a dosagem de homocisteína pode ser útil para monitorar problemas relacionados com a tireoide, já que pode ser notada alteração nos níveis circulantes desse aminoácido, e doenças renais. Assim, é importante que o resultado do exame de homocisteína seja avaliado pelo médico em conjunto com o resultado de outros exames de sangue que possam ter sido solicitados.

Valores de referência

Os valores normais de referência podem variar entre laboratórios, no entanto, normalmente a quantidade de homocisteína no sangue é considerada normal quando se encontra entre 5 e 15 µmol/L. Valores acima deste normalmente representam maior risco cardiovascular, uma vez que a homocisteína pode levar a alterações nos vasos sanguíneos e favorecer a agregação plaquetária, levando à formação de trombos.

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Para avaliar o risco cardiovascular, os valores de referência usualmente são:

  • Risco baixo de doença cardiovascular: entre 15 e 30 µmol/L;
  • Risco intermediário de doença cardiovascular: entre 30 e 100 µmol/L;
  • Risco elevado de doença cardiovascular: maior que 100 µmol/L.

De acordo com a concentração de homocisteína no sangue, o médico pode indicar a melhor forma de tratamento. Valores abaixo do valor de referência também devem ser tratados, já que pode resultar na falha do sistema imunológico e de combate ao estresse oxidativo, podendo levar a morte das células e a efeitos tóxicos no organismo.

Alguns medicamentos podem interferir no resultado do exame, aumentando os níveis de homocisteína no sangue. Por isso, é importante informar no laboratório se está fazendo uso de algum medicamento para que seja levado em consideração no momento da análise.

Como entender o resultado

O resultado da homocisteína deve ser avaliado pelo médico levando em consideração o resultado de outros exames de sangue, bem como o histórico de saúde da pessoa.

1. Homocisteína baixa

A homocisteína baixa é quando é verificada uma concentração de homocisteína menor que 5 µmol/L, o que pode acontecer principalmente devido à suplementação com vitamina B ou ácido fólico, especialmente na gravidez, pois essas substâncias diminuem a concentração de homocisteína no sangue.

Normalmente valores ligeiramente abaixo do valor de referência não é preocupante, no entanto quando a concentração de homocisteína é muito baixa pode resultar em danos para o organismo, já que há diminuição da produção de antioxidantes, fazendo com que as substâncias tóxicas fiquem acumuladas no organismo.

Quando o valor de homocisteína está muito diminuído e sem razão aparente é recomendado consultar um clínico geral para avaliar o problema, uma vez que pode ser sinal de baixa produção deste aminoácido.

O que fazer: quando se conhece a causa da diminuição da homocisteína, como a suplementação de vitamina B ou ácido fólico, por exemplo, o médico normalmente recomenda a interrupção ou alteração da dosagem da suplementação até que a concentração de homocisteína volte ao normal.

Em outras situações, pode ser recomendada alteração na dieta, de modo a consumir menos alimentos ricos em vitamina B6 e B12, como peixes, banana, abacate e vegetais, e em folato, como feijão, espinafre e lentilha, por exemplo.

2. Homocisteína alta

É considerado homocisteína alta quando a concentração desse aminoácido no sangue é maior que 15 µmol/L, o que pode acontecer como consequência de uma alimentação rica em proteínas, principalmente carne vermelha, já que esse alimentos é rico nesse aminoácido, o que pode provocar lesões nas paredes dos vasos sanguíneos, levando ao surgimento de doenças cardiovasculares.

Além disso, a homocisteína pode estar aumentada devido a:

  • Alterações genéticas que podem interferir no metabolismo da homocisteína, como a mutação do metileno;
  • Baixa ingestão de alimentos com vitamina B6, B12 ou ácido fólico;
  • Alterações da tireoide;
  • Doença renal;
  • Uso de alguns remédios;
  • Tabagismo;
  • Infecção pelo SARS-CoV-2, nos casos mais graves.

Sempre que for verificado aumento dos níveis de homocisteína é importante consultar o médico, pois valores aumentados desse aminoácido está relacionado com maior risco de trombose, o que pode colocar a vida em risco. Isso acontece porque a homocisteína aumentada pode agir diretamente nos vasos sanguíneos e ativar as plaquetas e os fatores de coagulação, resultando no trombo.

Dessa forma, para avaliar o risco de trombose, o médico normalmente solicita, além da dosagem de homocisteína no sangue, a dosagem dos fatores de coagulação, níveis de plaquetas, e dímero-d, além de investigação da mutação do metileno, dosagem das vitaminas e dos hormônios tireoidianos para investigar a causa do aumento da homocisteína.

Como baixar a homocisteína

O tratamento para baixar a homocisteína deve ser indicado pelo médico em conjunto com o nutricionista, pois assim é possível definir a melhor estratégia para diminuir os níveis desse aminoácido no sangue de acordo com a sua causa.

Assim, pode ser recomendada a realização de alterações na dieta, como aumento do consumo de alimentos ricos em ácido fólico e vitaminas B6 e B12, como feijão, brócolis, espinafre, nozes, banana e peixe grelhado, por exemplo, além de ser recomendado evitar o consumo de carnes vermelhas e frutos do mar.

É importante que esses alimentos sejam consumidos de acordo com a recomendação do nutricionista, isso porque caso sejam consumidas grandes quantidades, a concentração de homocisteína no sangue pode aumentar, representando também aumento do risco de complicações, principalmente relacionadas com o sistema cardiovascular.

Em alguns casos, quando a alimentação não é suficiente para baixar a homocisteína, o médico pode ainda receitar o uso de suplementos alimentares com ácido fólico, vitamina B12, taurina ou betaína para ajudar a diminuir a quantidade de homocisteína no sangue.

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