Fases do trabalho de parto (e o que fazer em cada uma)

Atualizado em novembro 2021
Evidência científica

As fases do trabalho de parto normal ocorrem de forma seguida e, incluem, de forma geral, a dilatação do colo do útero, período expulsivo e a saída da placenta. Geralmente, o trabalho de parto inicia-se espontaneamente entre as 37 e as 40 semanas de gestação e, existem sinais que indicam que a grávida vai entrar em trabalho de parto, como a expulsão do rolhão mucoso, que é a saída de um liquido gelatinoso, rosado ou acastanhado pela vagina e a rotura da bolsa das águas, que é quando começa a sair o líquido amniótico transparente.

Além disso, a grávida começa a ter contrações irregulares, as quais vão se intensificando, até ficarem regulares e com intervalos de 10 em 10 minutos. Saiba como identificar as contrações.

Assim, quando a grávida tem estes sintomas deve ir para o hospital ou maternidade, pois o nascimento do bebê está próximo.

Imagem ilustrativa número 1

1ª Fase - Dilatação

A primeira fase do parto é caracterizado pela presença de contrações e ao processo de dilatação do colo do útero e do canal de parto até que atinja 10 cm.

Esta fase é dividida em latente, em que a dilatação do colo do útero é menor que 5 cm e é caracterizada pelo aumento gradual da atividade uterina, presença de contrações uterinas irregulares e aumento das secreções cervicais, havendo perda do tampão mucoso, e ativa, em que a dilatação é superior a 5 cm e a mulher já começa a apresentar contrações regulares e dolorosas.

A duração da primeira fase do trabalho do parto pode variar de mulher para mulher, no entanto dura em média 8 a 14 horas. Durante esse período é comum que a mulher sinta dores devido às contrações, que ficam mais regulares e com intervalo menor entre uma e outra à medida que é verificada maior dilatação do colo do útero e do canal vaginal.

O que fazer nesta fase: Nesta fase a grávida deve ir para a maternidade ou hospital para ter assistência dos profissionais de saúde. Para diminuir as dores a grávida deve inspirar de forma lenta e profunda durante cada contração, como se estivesse cheirando uma flor e expirar como se estivesse apagando uma vela.

Além disso, pode caminhar lentamente ou subir escadas, pois ajudará o feto a posicionar-se para sair e, caso a mulher esteja deitada pode virar-se para o lado esquerdo, para facilitar uma melhor oxigenação do feto e diminuir a dor. Conheça outras formas naturais para induzir o parto.

No hospital, durante a primeira fase do trabalho de parto é realizado o toque vaginal a cada 4 horas para acompanhar a dilatação e encorajar movimentos para a posição vertical. Além disso, no caso das mulheres que apresentam baixo risco de necessitarem anestesia geral, a ingestão de líquidos e de alimentos é permitido.

2ª Fase - Expulsão

O seguimento da fase ativa do trabalho de parto se dá pela fase de expulsão, em que o colo do útero já atingiu a dilatação máxima e se inicia a fase do período expulsivo, que pode demorar entre 2 e 3 horas.

O início da fase de expulsão recebe o nome de período de transição, que é relativamente curta e bastante dolorosa e o colo do útero adquire uma dilatação entre 8 e 10 cm ao final do período. Ao ser verificada dilatação adequada, a mulher deve começar a fazer força para a descida da apresentação fetal. Além disso, a posição para realização do parto pode ser escolhida pela gestante, desde que esteja confortável e que favoreça a segunda fase do trabalho de parto.

O que fazer nesta fase: Durante esta fase a mulher deve seguir as instruções que lhe são dadas para favorecer o parto. Assim, é recomendado que a mulher realize o movimento de empurrar seguindo o seu próprio empuxo, além de ser importante manter a respiração controlada.

Durante essa fase, podem ser realizadas também algumas técnicas para diminuir o trauma no períneo, como massagem perineal, realização de compressas quentes ou proteção perineal com as mãos, não sendo recomendada a realização de pressão manual no colo do útero ou episiotomia, que corresponde à realização de um pequeno corte no períneo para facilitar o nascimento.

Apesar da episiotomia ser uma prática recorrente, a sua realização não é recomendada em mulheres que não possuem indicação, isso porque os benefícios dessa técnica são contraditórios e não há evidências científicas suficientes, além de que foi observado que a realização desse procedimento de forma rotineira não promove proteção ao assoalho pélvico e corresponde à principal causa de dor, sangramento e complicações durante e após o parto.

3ª Fase - Dequitação: Saída da placenta

A fase da dequitação é a fase 3 do trabalho de parto e ocorre depois do nascimento do bebê, sendo caracterizada pela saída da placenta, que pode sair espontaneamente ou ser retirada pelo médico. Nessa fase é normalmente feita a administração de ocitocina, que é um hormônio que favorece o trabalho de parto e o nascimento do bebê.

O que fazer nesta fase: Nessa fase, após o nascimento do bebê, a equipe de obstetrícia e enfermagem irá fazer uma avaliação geral na mulher, além de realizar a tração controlada do cordão umbilical.

Após o nascimento e na ausência de verificação de sinais de complicações na mãe ou no bebê, o recém nascido é colocado em contato com a mãe para que seja feita a primeira amamentação.