A Escala de Glasgow, também conhecida por Escala de Coma de Glasgow, é uma técnica que foi desenvolvida na Universidade de Glasgow, na Escócia, para avaliar situações de trauma, nomeadamente de traumatismo cranioencefálico, permitindo a identificação de problemas neurológicos, a avaliação do nível de consciência da pessoa e ainda prever o prognóstico.
A Escala de Glasgow permite determinar o nível de consciência da pessoa através da observação do seu comportamento. A avaliação faz-se através da sua reatividade perante determinados estímulos, em que são observados 3 parâmetros: abertura ocular, reação motora e resposta verbal.

Como se determina
A determinação da Escala de Glasgow deve ser realizada em casos em que se desconfie de trauma cranioencefálico e deve ser feita cerca de 6 horas após o trauma, já que durante as primeiras horas, na maior parte dos casos, as pessoas são sedadas para serem intubadas ou para sentirem menos dor, o que pode interferir na na avaliação do nível de consciência. Saiba o que é um traumatismo cranioencefálico, quais os sintomas e como é feito o tratamento.
A determinação deve ser realizada por profissionais de saúde com treinamento adequado, através da reatividade da pessoa perante determinados estímulos, tendo em conta 3 parâmetros:
Variáveis | Escore | |
---|---|---|
Abertura ocular | Espontânea | 4 |
Quando estimulado pela voz | 3 | |
Quando estimulado pela dor | 2 | |
Ausente | 1 | |
Não aplicável (edema ou hematoma que possibilita a abertura dos olhos) | - | |
Resposta verbal | Orientada | 5 |
Confusa | 4 | |
Apenas palavras | 3 | |
Apenas sons/gemidos | 2 | |
Sem resposta | 1 | |
Não aplicável (pacientes intubados) | - | |
Resposta motora | Obedece a ordens | 6 |
Localiza a dor/estímulo | 5 | |
Flexão normal | 4 | |
Flexão anormal | 3 | |
Extensão anormal | 2 | |
Ausência de resposta | 1 |
O traumatismo cranioencefálico pode ser classificado como leve, moderado ou grave, de acordo com a pontuação obtida pela Escala de Glasgow.
Em cada um dos 3 parâmetros, é atribuído um escore entre 3 e 15. Escores perto de 15, representam um nível de consciencial normal e escores inferiores a 8 são considerados casos de coma, que são os casos mais graves e com mais urgência de tratamento. Um escore de 3 pode significar morte cerebral, no entanto, é necessário avaliar outros parâmetros, para o confirmar.
Possíveis falhas do método
Apesar de ser um método amplamente utilizado, a Escala de Glasgow apresenta algumas falhas, como a impossibilidade de avaliar a resposta verbal em pessoas que estejam intubadas ou afásicas, e exclui a avaliação dos reflexos do tronco cerebral. Além disso, caso a pessoa esteja sedada, a avaliação do nível de consciência também pode ser dificultada.