4 doenças causadas pelo caramujo

Atualizado em junho 2023

Os caramujos podem ser responsáveis por diversas doenças, como esquistossomose, fasciolose, meningite eosinofílica e angiostrongilíase abdominal, desde que estejam infectados por parasitas, o que nem sempre acontece.

No Brasil muito raramente há relatos de doenças causadas por caramujos mas em outros países as doenças são mais frequentes. A principal diferença é que geralmente os caramujos aqui encontrados não contêm os parasitas necessários para transmitir doenças e por isso não é preciso se desesperar ao encontrar um caramujo no pé de alface ou andando pelo quintal, embora seja recomendada sua eliminação caso se note aumento na quantidade.

Os caramujos são pequenos moluscos facilmente encontrados em plantações, jardins e até mesmo nas cidades porque não têm predadores, se reproduzem rapidamente e se alimentam de plantas, podendo comer até mesmo as tintas das casas.

Imagem ilustrativa número 2

Principais doenças

As principais doenças que podem ser causadas pelos caramujos são:

1. Esquistossomose

A esquistossomose é popularmente conhecida como doença ou mal do caramujo, pois o parasita Schistosoma mansoni necessita do caramujo para que possa desenvolver parte do seu ciclo de vida e, quando chega à forma infectante, é liberado na água e infecta as pessoas por meio da penetração na pele, causando vermelhidão e coceira no local de entrada e, posteriormente, fraqueza e dor muscular.

Essa doença é mais comum em ambientes de clima tropical onde não há saneamento básico e há grande quantidade de caramujos do gênero Biomphalaria. Saiba tudo sobre a esquistossomose.

Como tratar: é importante que o médico seja consultado para que sejam indicados medicamentos antiparasitários para eliminar o parasita. Além disso, pode ser recomendado o uso de pomadas corticoesteroides para aliviar a coceira na pele, medicamentos para baixar a febre, repouso e aumentar a ingestão de água.

2. Fasciolose

A fasciolíase é uma doença infecciosa causada pelo parasita Fasciola hepatica que necessita do caramujo para completar o seu ciclo de vida, principalmente os caramujos de água doce da espécie Lymnaea columela e Lymnaea viatrix.

Os ovos desses parasitas são liberados nas fezes de animais e o miracídio, que corresponde ao estágio pré-larval desse parasita, é liberado do ovo e consegue chegar ao caramujos, infectando-os.

Nos caramujos, há desenvolvimento até a forma infectante e, em seguida, é liberado para o ambiente. Assim, as pessoas ao entrarem em contato com o caramujo ou ambiente que ele habita, pode ser infectada.

Os sintomas que podem acontecer dependem da fase e da intensidade da infecção, podendo acontecer febre, dor abdominal e inchaço do fígado.

Como tratar: o médico pode indicar o uso de medicamentos antiparasitários durante 10 dias intercalados, para eliminar o parasita. No caso de complicações no fígado, pode ser recomendada a realização de cirurgia.

3. Meningite eosinofílica (Angiostrongilíase cerebral)

A meningite eosinofílica, também chamada de angiostrongilíase encefálica, é causada pelo parasita Angiostrongylus cantonensis, que pode infectar lesmas e caracóis e infectar as pessoas através da ingestão desses animais crus ou malcozidos ou contato com o muco liberado por eles.

Como esse parasita não é bem adaptado ao organismo humano, pode se deslocar até o sistema nervoso, causando forte dor de cabeça e rigidez na nuca, por exemplo.

Um dos principais caramujos responsáveis pela meningite eosinofílica é o caramujo gigante africano, cujo nome científico é Achatina fulica. Veja mais sobre a meningite eosinofílica.

Como tratar: em caso de suspeita de meningite eosinofílica, é importante que a pessoa vá à urgência, já que o tratamento deve ser realizado no hospital para que os medicamentos sejam administrados diretamente na veia, para promover o alívio dos sintomas e diminuir a inflamação do cérebro.

4. Angiostrongilíase abdominal

Assim como a meningite eosinofílica, a angiostrongilíase abdominal é transmitida pelo caramujo gigante africano infectado pelo parasita Angiostrongylus costaricensis, que ao entrar no organismo das pessoas pode levar à sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, vômitos e febre, por exemplo.

Como tratar: até o momento não há medicamento eficaz para tratar a infecção, sendo indicado pelo médico, na maioria dos casos, o uso de medicamentos para aliviar os sintomas. Os estudos sobre uso de anti-helmínticos para tratar essa doença ainda não são conclusivos.

Como acontece o contágio

A infecção pelas doenças causadas pelos caramujos pode acontecer ao ingerir esses animais crus ou mal cozidos, ao consumir alimentos ou entrar em contato direto com as suas secreções.

Além disso, no caso da esquistossomose, não é necessário ter contato direto com o caramujo ou com as suas secreções, basta estar em um ambiente com águas poluídas, uma vez que o caramujo libera a forma infectante do parasita na água.

Como se proteger

Para evitar as doenças causadas pelo caramujo é recomendado não consumir sua carne, não tocar nele e lavar muito bem todos os alimentos que possam ter entrado em contato com estes animais ou com suas secreções. Se tocar num caramujo ou em suas secreções é recomendado lavar bem a região com água e sabão.

Além disso, deve-se lavar muito bem as frutas e verduras com água e depois deixá-las de molho durante 10 minutos, totalmente cobertas, numa mistura de 1 litro de água com 1 colher de água sanitária.

É importante também evitar os ambientes que possuem caramujos e realizar a limpeza de quintais e hortas que possam estar infestados. No momento da limpeza é recomendado evitar o contato do caramujo com as mãos utilizando luvas ou caso plástico.

É importante também recolher os ovos que costumam ficar semienterrados. O que for recolhido, deve ser colocado em um recipiente e submerso em uma solução com hipoclorito de sódio por cerca de 24 horas. Depois, a solução pode ser descartada e as conchas colocadas em um saco plástico fechado e descartadas no lixo comum.

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