O que é e como tratar a distrofia muscular de Becker

Atualizado em novembro 2016

A Distrofia Muscular de Becker é uma doença genética que provoca a destruição gradual de vários músculos voluntários, ou seja, os músculos que conseguimos controlar, como os do quadril, ombros, pernas ou braços, por exemplo.

Geralmente é mais comum em homens e os primeiros sintomas surgem na infância ou durante a adolescência, iniciando com uma perda leve e gradual da força em quase todos os músculos do corpo, mas especialmente nos ombros e quadril.

Embora esta doença não tenha cura, é possível fazer tratamento médico para aliviar os sintomas e ter boa qualidade de vida e expectativa de vida de até 50 anos.

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Como é feito o tratamento

O tratamento para a distrofia muscular de Becker é feito para aliviar os sintomas de cada pessoas e, por isso, pode variar em cada caso. Porém, as formas mais comuns de tratamento incluem:

  • Remédios corticoides, como Betametasona ou Prednisona: ajudam a reduzir a inflamação dos músculos enquanto protegem as fibras musculares e o seu volume. Desta forma é possível manter a função do músculo por mais tempo;
  • Fisioterapia: ajuda a manter o movimento dos músculos, alongando-os e evitando que fiquem muito contraídos. Assim, é possível reduzir o número de lesões nas fibras musculares e nas articulações;
  • Terapia ocupacional: são sessões que ensinam a viver com as novas limitações provocadas pela doença, treinando novas formas para fazer as atividades diárias básicas como comer, andar ou escrever, por exemplo.

Além disso, pode ainda ser necessário fazer cirurgias, especialmente se os músculos ficarem mais curtos ou muito contraídos, para soltá-los e corrigir o encurtamento. Já quando as contraturas surgem nos músculos dos ombros ou costas, podem provocar deformações na coluna vertebral que precisam ser corrigidas com cirurgia também.

Já na fase mais grave da doença, é comum o surgimento de complicações mais graves como problemas no coração e dificuldade para respirar, devido à destruição do músculo cardíaco e dos músculos da respiração. Nesses casos, um cardiologista e pneumologista podem ser indicados para ajudar a adaptar o tratamento.

Principais sintomas

Os primeiros sintomas da distrofia muscular de Becker geralmente aparecem entre os 5 e os 15 anos de idade, podendo incluir sinais como:

  • Dificuldade gradual para caminhar e subir escadas;
  • Quedas frequentes sem razão aparente;
  • Perda de massa muscular;
  • Enfraquecimento dos músculos do pescoço e braços;
  • Cansaço excessivo;
  • Perda de equilíbrio e coordenação;

Na maioria dos casos a criança pode deixar de caminhar até aos 16 anos, pois a evolução da doença é mais rápida nos membros inferiores. No entanto, quando os sintomas surgem mais tarde que o normal, a capacidade para andar pode se mantar até entre os 20 e os 40 anos.

Como é feito o diagnóstico

Na maioria dos casos o pediatra pode suspeitar deste tipo de distrofia apenas avaliando os sintomas e observando a perda de tecido muscular, por exemplo. No entanto, alguns testes de diagnóstico como biópsia muscular, testes cardíacos e raio X podem ajudar a confirmar a presença de Distrofia Muscular de Becker.

O que pode causar a distrofia

A Distrofia Muscular de Becker surge devido a uma alteração genética que inibe a produção da proteína distrofina, uma substância muito importante para manter as células musculares intactas. Assim, quando esta proteína está em baixa quantidade no organismo, os músculos não conseguem funcionar corretamente, começando a surgir lesões que destroem as fibras musculares.

Por ser uma doença genética, este tipo de distrofia pode ser passado de pais para filhos ou surgir devido a uma mutação durante a gestação.