A difteria é uma doença infecciosa rara causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae que causa inflamação e lesões das vias respiratórias, podendo também acometer a pele, sendo mais frequente em crianças entre 1 e 4 anos, apesar de poder acontecer em todas as idades.
Essa bactéria é capaz de produzir toxinas que passam para a corrente sanguínea e que podem chegar a várias partes do corpo, mas que, geralmente afetam o nariz, a garganta, a língua e as vias respiratórias. Mais raramente, as toxinas também podem afetar outros órgãos como o coração, o cérebro ou os rins, por exemplo.
A difteria pode ser transmitida facilmente de pessoa para pessoa por meio da inalação de gotículas que ficam suspensas no ar quando a pessoa com difteria tosse ou espirra. É importante que o diagnóstico seja feito logo que surgem os primeiros sintomas, pois assim é possível iniciar o tratamento de acordo com a recomendação do clínico geral ou infectologista.

Sintomas de difteria
Os sintomas de difteria podem aparecer 2 a 5 dias após o contato com a bactéria e costumam durar até 10 dias, sendo os principais:
- Formação de placas acinzentadas na região das amígdalas;
- Inflamação e dor de garganta, principalmente ao engolir;
- Inchaço do pescoço com ínguas doloridas;
- Febre alta, superior a 38ºC;
- Corrimento nasal com sangue;
- Feridas e manchas vermelhas na pele;
- Cor azulada na pele por falta de oxigênio no sangue;
- Náusea e vômito;
- Coriza;
- Dor de cabeça;
- Dificuldade em respirar.
É importante que a pessoa seja levada ao pronto socorro ou hospital mais próximo assim que surgirem os primeiros sintomas de difteria, pois assim é possível que sejam feitos exames que permitam confirmar o diagnostico da infecção e, assim, iniciar o tratamento mais adequado, evitando o agravamento da doença e transmissão para outras pessoas.
Como confirmar o diagnóstico
Normalmente o diagnóstico da difteria é iniciado com uma avaliação física, feita pelo médico, mas também podem ser pedidos exames para confirmar a infecção. Assim, é comum que o médico peça um exame de sangue e uma cultura de secreção da garganta, que deve ser proveniente de uma das placas presentes na garganta e deve ser coletada por um profissional capacitado.
A cultura da secreção da garganta tem como objetivo identificar a presença da bactéria e, quando positiva, é feito antibiograma para definir qual o antibiótico mais indicado para tratar a infecção. Devido à capacidade da bactéria de se espalhar rapidamente pela corrente sanguínea, o médico pode solicitar a realização de uma hemocultura, para identificar se a infecção já chegou no sangue.

Tratamento para difteria
O tratamento para difteria deve ser sempre orientado por um médico, que normalmente é o pediatra, já que é uma infecção mais comum nas crianças, apesar de também poder ser recomendado pelo clínico geral ou infectologista em alguns casos. Inicialmente, o tratamento é feito com uma injeção da antitoxina diftérica, que é uma substância capaz de reduzir o efeito das toxinas liberadas pela bactéria da difteria no corpo, melhorando rapidamente os sintomas e facilitando a recuperação.
No entanto, o tratamento deve ainda ser complementado com:
- Antibióticos, geralmente Eritromicina ou Penicilina: que podem ser administrados na forma de comprimidos ou como injeção, por até 14 dias;
- Máscara de oxigênio: é usada quando a respiração é afetada pela inflamação da garganta, para aumentar as quantidade de oxigênio no organismo;
- Remédios para a febre, como Paracetamol: ajudam a diminuir a temperatura corporal, aliviando o desconforto e a dor de cabeça.
Além disso, é muito importante que a pessoa, ou a criança, com difteria fique de repouso por pelo menos 2 dias, para facilitar a recuperação, além de beber bastantes líquidos durante o dia para manter o corpo bem hidratado.
Quando existe um elevado risco de transmitir a doença para outras pessoas, ou quando os sintomas são muito fortes, o médico pode aconselhar fazer o tratamento em internamento no hospital, podendo até acontecer de se ficar internado em um quarto de isolamento, para evitar a transmissão da bactéria.
Como prevenir a infecção
A principal forma de prevenção da difteria é feita por meio da vacinação que, além de proteger contra a difteria, também protege contra o tétano e a coqueluche. Essa vacina deve ser aplicada em três doses, sendo recomendado aos 2, 4 e 6 meses, devendo ser reforçada entre os 15 e 18 meses e depois entre os 4 e 5 meses. Confira mais detalhes sobre a vacina contra difteria, tétano e coqueluche.
Caso a pessoa tenha entrado em contato com algum paciente com difteria, é importante ir ao hospital para que seja administrada a injeção de antitoxina diftérica e, assim, seja evitado o agravamento e a transmissão da doença para outras pessoas. Apesar de ser mais comum em crianças, os adultos que não possuem a vacina em dia contra a difteria ou possuam o sistema imune fragilizado, são mais suscetíveis à infecção por Corynebacterium diphtheriae.