O que é derrame pericárdico, sintomas, principais causas e tratamento

Revisão médica: Drª. Ana Luiza Lima
Cardiologista
fevereiro 2021

O derrame pericárdico corresponde ao acúmulo de sangue ou líquidos na membrana que envolve o coração, o pericárdio, resultando no tamponamento cardíaco, o que interfere diretamente no fluxo de sangue para os órgãos e tecidos, e, por isso, é considerada uma situação grave e que deve ser tratada o mais rápido possível.

Essa situação é, na maioria das vezes, consequência da inflamação do pericárdio, conhecida como pericardite, que pode ser causada por infecções bacterianas ou virais, doenças autoimunes alterações cardiovasculares. É importante que a causa da pericardite e, consequentemente, do derrame pericárdico seja identificada para que possa ser iniciado o tratamento.

O derrame pericárdico tem cura quando é diagnóstico é feito logo assim que surgem os sintomas e o tratamento é iniciado logo em seguida de acordo com as orientações do cardiologista, sendo, assim, possível evitar complicações fatais para o coração.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas do derrame pericárdico

Os sintomas do derrame pericárdio variam de acordo com a velocidade de acúmulo de líquido e quantidade acumulada no espaço pericárdico, o que influencia diretamente na gravidade da doença. Os sintomas do derrame estão relacionados com a alteração no fornecimento de sangue e oxigênio para o corpo, o que pode resultar em:

  • Dificuldade para respirar;
  • Piora do cansaço, quando em posição deitada;
  • Dor no peito, geralmente atrás do esterno ou no lado esquerdo do peito;
  • Tosse;
  • Febre baixa;
  • Aumento da frequência cardíaca.

O diagnóstico do derrame pericárdico é feito pelo cardiologista a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa, análise do histórico de saúde, e realização de exames como ausculta cardíaca, raio-x de tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma.

Principais causas

O derrame pericárdico é normalmente consequência de uma inflamação do pericárdio, conhecida como pericardite, e isso pode acontecer devido a infecções por bactérias, vírus ou fungos, doenças autoimunes, como artrite reumatoide ou lúpus, hipotireoidismo, uso de medicamentos para controlar a pressão alta, ou devido ao acúmulo de ureia no sangue como consequência da insuficiência renal.

Além disso, a pericardite pode acontecer devido a câncer no coração, metástases de câncer de pulmão, mama ou leucemia, ou devido a lesões ou traumas no coração. Assim, essas situações podem provocar a inflamação do tecido que reveste o coração e favorecer o acúmulo de líquidos nessa região, dando origem ao derrame pericárdico. Conheça mais sobre a pericardite.

Como deve ser o tratamento

O tratamento para pericardite é indicado pelo cardiologista de acordo com a causa do derrame, quantidade de líquido acumulado e da consequência que ele pode trazer ao funcionamento do coração.

Assim, no caso de derrame pericárdico de grau leve, em que há baixo risco de comprometimento da função cardíaca, o tratamento consiste no uso de medicamentos como aspirina, anti-inflamatórios não esteroides como ibuprofeno ou de corticoides como a prednisolona, que diminuem a inflamação e os sintomas da doença.

Porém, se houver risco de problemas cardíacos, pode ser necessária a retirada deste líquido através de:

  • Pericardiocentese: procedimento que consiste na introdução de uma agulha e um cateter no espaço pericárdico para drenar o líquido acumulado;
  • Cirurgia: utilizada para drenar o líquido e reparar lesões no pericárdio que causam o derrame;
  • Pericardiectomia: consiste na remoção, através de cirurgia, de uma parte ou de todo o pericárdio, utilizado principalmente no tratamento de derrames pericárdicos recorrentes.

Dessa forma, é importante que o diagnóstico e tratamento sejam feitos o mais breves possível para evitar a ocorrência de complicações.

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Escrito por Marcela Lemos - Biomédica. Atualizado por Flávia Costa - Farmacêutica, em fevereiro de 2021. Revisão médica por Drª. Ana Luiza Lima - Cardiologista, em fevereiro de 2016.

Bibliografia

  • DOMINGUES, Vital S. Tamponamento Cardíaco da Etiologia ao Tratamento. Cuidados Intermédios em Perspectiva. Vol 1. 29-35, 2012
Revisão médica:
Drª. Ana Luiza Lima
Cardiologista
Médica Cardiologista, formada pela Universidade Federal de Pernambuco, em 2008 com registro profissional nº CRM/PE – 16886.