Corpos cetônicos na urina: causas, sintomas e o que fazer

Revisão clínica: Marcela Lemos
Biomédica
novembro 2022

A presença de corpos cetônicos na urina, situação chamada de cetonúria, normalmente é sinal de que está havendo um aumento da degradação dos lipídios para gerar energia, uma vez que os estoques de carboidratos estão comprometidos, o que pode acontecer nos casos de diabetes descompensada, jejum prolongado ou dieta restrita, por exemplo.

A dosagem de corpos cetônicos na urina é utilizada principalmente em pessoas com diabetes do tipo 1 com o objetivo de verificar a resposta da pessoa ao tratamento. Assim, quando o tratamento com insulina não é realizado conforme orientação do médico, é possível identificar uma elevada quantidade de corpos cetônicos, caracterizando a cetonúria, o que pode aumentar o risco de complicações, como a cetoacidose diabética.

Na presença de sintomas como sede excessiva, vontade frequente para urinar e hálito com sabor metálico, é importante que o médico seja consultado, já que pode ser indicativo da presença de corpos cetônicos na urina, que deve ser tratado logo em seguida, já que pode causar desidratação, acidose metabólica e coma, em alguns casos.

Imagem ilustrativa número 1

Causas de corpos cetônicos na urina

A presença de corpos cetônicos na urina pode ser resultado de diversas situações, sendo as principais:

  • Diabetes do tipo 1 descompensada;
  • Cetoacidose diabética;
  • Jejum prolongado;
  • Problemas do pâncreas;
  • Prática excessiva de exercícios;
  • Dieta pobre em carboidrato e rica em gordura;
  • Gravidez;
  • Febre, principalmente se for devido a doenças infecciosas;
  • Vômito frequente.

Dessa forma, nem sempre corpos cetônicos positivos na urina é sinal de problemas, podendo apenas indicar que a pessoa encontra-se em jejum ou está fazendo uma dieta muito restritiva, por exemplo.

No entanto, quando a presença de corpos cetônicos é acompanhada de sintomas ou de grande quantidade de açúcar no sangue, pode significar que a pessoa está com diabetes descompensado, sendo importante consultar um endocrinologista para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível, evitando complicações.

Como é feito o exame

A quantidade de corpos cetônicos na urina pode ser medida por meio de exame de urina convencional, em que se pode observar a mudança de cor na fitinha utilizada nesse exame, indicando cetonúria.

No entanto, é importante que esse valor seja confirmado a partir da realização de outro exame de urina ou de exame de sangue, uma vez que o grau de hidratação da pessoa, por exemplo, pode interferir no resultado, fornecendo resultados falso-positivos, quando a pessoa está desidratada, ou falso-negativo quando a pessoa bebe muita água.

Entenda como é feito o exame de urina.

Sintomas de corpos cetônicos na urina

Os principais sintomas que podem ser indicativos de corpos cetônicos na urina são:

  • Sede excessiva;
  • Vontade frequente para urinar;
  • Hálito com sabor metálico;
  • Cansaço;
  • Pele avermelhada;
  • Dor abdominal;
  • Náuseas.

Normalmente quando há corpos cetônicos na urina há também no sangue, sendo essa situação denominada cetose. Conheça mais sobre a cetose.

O que fazer

É importante que o excesso de corpos cetônicos tanto na urina quanto no sangue seja investigado e tratado pelo médico, uma vez que o acúmulo de corpos cetônicos no sangue pode resultar em vários problemas para a saúde, como desidratação, desbalanço eletrolítico, acidose e, até mesmo, coma.

A partir da identificação da causa de cetonúria, o médico pode indicar o uso da insulina, reposição de líquidos por via intravenosa ou a adequação da alimentação, de modo que contenha quantidades ideais de carboidratos, proteínas e gordura na dieta. 

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Escrito por Marcela Lemos - Biomédica. Atualizado por Manuel Reis - Enfermeiro, em novembro de 2022. Revisão clínica por Marcela Lemos - Biomédica, em novembro de 2022.

Bibliografia

  • Campuzano Maya Germán(1), Arbeláez Gómez Mario(2) Médico especialista en Hematología y Patología Clínica.(1) Profesor ad honoren, Facultad de Medicina, Universidad de Antioquia. Director Laboratorio Clínico Hematológico. Médico especialista en Medicina Interna y Nefrología. Profesor Titular. Jefe, Sección de Nefrología.(2) Departamento de Medicina Interna, Facultad de Medicina, Universidad de Antioquia, Medellín, Colombi. El Uroanálisis: Un gran aliado del médico. Revista Urología Colombiana. 2007
Revisão clínica:
Marcela Lemos
Biomédica
Mestre em Microbiologia Aplicada, com habilitação em Análises Clínicas e formada pela UFPE em 2017 com registro profissional no CRBM/ PE 08598.