Colangite: o que é, sintomas, causa, tipos e tratamento

Atualizado em julho 2023

Colangite é a inflamação do ducto biliar causada por infecções bacterianas, resultando em sintomas como coceira na pele, inchaço dos pés e tornozelos, pele e olhos amarelados ou dor na parte superior direita do abdômen.

A causa mais comum da colangite é a obstrução do ducto biliar por pedras na vesícula, conhecido como coledocolitíase, mas também pode ser causada por alterações autoimunes, genéticas ou, mais raramente, por infecção pelo parasita Ascaris lumbricoides, por exemplo.

O tratamento da colangite é feito pelo gastroenterologista ou hepatologista, e varia de acordo com sua causa, podendo ser indicado o uso de remédios antibióticos, antiparasitários ou protetores hepáticos, e em alguns casos pode ser necessário internamento hospitalar.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de colangite

Os principais sintomas de colangite são:

  • Cansaço excessivo;
  • Coceira na pele;
  • Secura nos olhos e boca;
  • Dor muscular e nas articulações;
  • Inchaço dos pés e tornozelos;
  • Pele e olhos amarelados;
  • Urina escura e fezes claras;
  • Diarreia com muco gorduroso.

Na maior parte dos casos, a colangite não provoca qualquer sintoma e, por isso, em muitos casos, a doença continua se desenvolvendo até que seja descoberta em exames de rotina ou até comprometer gravemente o fígado.

No entanto, no caso da colangite aguda, os sintomas podem surgir de repente, podendo causar também febre, dor abdominal intensa no lado superior direito, confusão mental ou pressão baixa. Nesses casos, deve-se ir imediatamente ao hospital, pois é uma condição grave que precisa de cuidados imediatos.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da colangite é feito pelo gastroenterologista ou hepatologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exames que avaliam a função do fígado, como níveis de bilirrubina, ALT, AST, fosfatase alcalina e GGT. Veja todos os exames que avaliam o fígado.

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Além disso, o médico também deve solicitar um hemograma completo e outros exames mais específicos como dosagem de anticorpos anti-mitocondria, anticorpos anti-nucleares, por exemplo.

Exames de imagem, como ultrassom ou colangiografia podem ser indicados para avaliar as estruturas do fígado. Além disso, pode ainda ser necessária uma biópsia do fígado caso haja dúvidas sobre o diagnóstico ou para avaliar a evolução da doença.

Possíveis causas

A colangite é causada por inflamação no ducto biliar devido a uma obstrução, o que dificulta o transporte da bile para a vesícula biliar e para o intestino, resultando em acúmulo dessa substância no fígado, e favorecendo a proliferação bacteriana.

Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento da colangite como:

  • Coledocolitíase;
  • Estreitamento do ducto biliar;
  • Câncer no pâncreas ou tumor porta hepática no fígado;
  • Doenças parasitárias, como lombriga, teníase, fasciolíase ou clonorquíase;
  • Obstrução do stent biliar;
  • Impactação de pedras biliares;
  • Exame de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE);
  • Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).

Além disso, outros fatores que podem aumentar o risco da colangite aguda são alimentação rica em gordura e açúcares, estilo de vida sedentário, obesidade ou rápida perda de peso associada à cirurgia de bypass ou dietas restritivas em calorias e gorduras.

Tipos de colangite

Os principais tipos de colangite são:

1. Colangite biliar primária

A colangite biliar primária (CBP) é causada por uma reação autoimune que resulta na destruição gradual dos ductos biliares, resultando em inflamação e colestase, que é a diminuição ou interrupção do fluxo biliar.

Esse tipo de colangite pode resultar em complicações como deficiência de vitaminas A, D, E e K, aumento do colesterol, trombocitopenia ou até câncer de fígado.

2. Colangite esclerosante

A colangite esclerosante é uma inflamação crônica e progressiva no fígado causada por fibroses ou cicatrizes nos ductos biliares, que podem obstruir esses ductos. Entenda melhor o que é a colangite esclerosante.

A causa exata desse tipo de colangite não é completamente conhecida, no entanto, parece estar relacionada a fatores genéticos e ambientais, além de doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa ou doença de Crohn.

A colangite esclerosante pode primária ou secundária e levar a complicações graves como cirrose, insuficiência hepática ou até câncer de fígado ou das vesícula biliar.

3. Colangite ascendente

A colangite ascendente, ou colangite aguda, é um tipo grave de colangite em que a infecção bacteriana do ducto biliar pode afetar a árvore biliar, e se não tratada adequadamente de forma rápida pode resultar em infecção generalizada ou choque séptico.

A causa mais comum desse tipo de colangite é a coledocolitíase, mas também pode surgir por tumores ou parasitas. Entenda o que é a coledocolitíase.

Como é feito o tratamento

O tratamento da colangite deve ser feito com orientação do gastroenterologista ou hepatologista, para eliminar a obstrução das vias biliares e a infecção, assim como evitar a evolução da doença e o surgimento de complicações.

Desta forma, os tratamentos que podem ser recomendados pelo médico são:

  • Ácido ursodesoxicólico, para ajudar a bile a sair do fígado, evitando o acúmulo de toxinas no fígado;
  • Colestiramina, para ajudar a aliviar a coceira provocada pela doença;
  • Pilocarpina e colírios hidratantes, pois ajuda a hidratar as mucosas dos olhos e da boca, evitando a secura.

Além destes, o médico pode recomendar outros medicamentos, de acordo com os sintomas de cada pessoa e gravidade da doença.

No caso da colangite aguda o tratamento deve ser feito no hospital com uso de antibióticos na veia para combater a infecção, e monitoramento dos dados vitais. Em alguns casos, pode ser necessária a drenagem biliar, através da colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), ultrassom endoscópico ou cirurgia.

Além disso, nos casos mais graves, pode ainda ser necessário fazer um transplante de fígado, especialmente quando os danos já estão muito avançados. Veja como é feito o transplante de fígado.