Cirurgia refrativa: o que é, tipos, como é feita e recuperação

Atualizado em junho 2022

A cirurgia refrativa é indicada para tratar problemas de visão como miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia, permitindo corrigir ou melhorar a visão.

Existem vários tipos de cirurgia refrativa, sendo que a mais comum é a cirurgia Lasik, indicada para miopia, astigmatismo ou hipermetropia, e que consiste na utilização de um laser para modificar a curvatura da córnea, melhorando a forma como o olho foca imagens, permitindo uma melhor visão.

As cirurgias refrativas são realizadas pelo cirurgião oftalmológico e são procedimentos seguros e eficazes, podendo permitir que a pessoa deixe de usar óculos ou lentes de contato, dependendo do tipo de problema de visão a ser tratado. 

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

A cirurgia refrativa é indicada pelo oftalmologista para o tratamento de problemas de visão como:

  • Miopia;
  • Astigmatismo;
  • Hipermetropia;
  • Miopia com astigmatismo;
  • Hipermetropia com astigmatismo;
  • Presbiopia.

É importante consultar o oftalmologista para identificar o tipo de problema de visão e indicar o melhor tipo de cirurgia refrativa.

Tipos de cirurgia refrativa

Os principais tipos de cirurgia refrativa são:

1. Cirurgia Lasik

A cirurgia Lasik é o tipo de cirurgia refrativa mais utilizada pelo oftalmologista e é indicada para tratar problemas de visão comuns como miopia, astigmatismo ou hipermetropia. Essa cirurgia demora apenas 5 minutos em cada olho e o laser é aplicado durante cerca de 8 segundos, com a pessoa acordada e totalmente consciente. É feita aplicação de anestésicos na forma de colírio minutos antes da cirurgia para que a pessoa não sinta dor ou desconforto.

Como é feita: a cirurgia LASIK consiste na realização de uma pequena abertura (flap) na camada superficial da córnea no olho, para remover uma pequena camada de tecido do olho e aplicar o laser na córnea, modificando sua curvatura, melhorando a forma como o olho foca imagens e permitindo uma melhor visão. 

Recuperação: este tipo de cirurgia  tem uma rápida recuperação, e normalmente só causa desconforto ou dor leve nos olhos nas primeiras 24 horas, ou olhos secos. Por isso, após a cirurgia o oftalmologista pode indicar o uso de colírios para aliviar o desconforto.

Além disso, é comum o surgimento ou aumento da sensibilidade à luz, principalmente nos primeiros dias. Por esse motivo, atividades que dependam muito da visão, como dirigir, devem ser evitadas logo depois da cirurgia.

2. Cirurgia PRK

A cirurgia PRK, também chamada de ceratectomia fotorrefrativa, permite corrigir o grau de problemas de visão como miopia leve a moderada, hipermetropia ou astigmatismo, utilizando um laser que corrige a curvatura da córnea. Geralmente, essa cirurgia é recomendada pelo oftalmologista para pessoas que têm uma córnea mais fina.

Como é feita: da mesma forma que a cirurgia LASIK, a cirurgia PRK utiliza um laser para corrigir o problema de visão. A técnica consiste em remover a camada mais fina e superficial da córnea, para aplicação do laser, que é controlado por computador para mapear a superfície do olho e calcular a quantidade de tecido que deve ser removido, permitindo corrigir a curvatura da córnea e melhorar a visão. Entenda melhor como é feita a cirurgia PRK.

Recuperação: este tipo de cirurgia refrativa tem uma recuperação mais lenta que o Lasik, geralmente de 3 a 5 dias, e pode causar efeitos colaterais como dor nos olhos que pode durar várias semanas, visão desfocada, ou brilho ou halos ao redor das luzes.

3. Ceratotomia

Existem dois tipos de cirurgia de ceratotomia que podem ser realizadas pelo oftalmologista, uma para miopia, chamada de ceratotomia radial, e outra para correção de astigmatismo, chamada de ceratotomia astigmática. 

As cirurgias de ceratotomia tem como objetivo alterar o formato da córnea, e a técnica utilizada é a mesma, porém a forma como é feito o corte na córnea é diferente. 

Como é feita: a ceratotomia é feita através de um corte profundo na córnea utilizando um bisturi de diamante, uma lâmina de aço inoxidável ou laser, para alterar o formato da córnea e corrigir o problema de visão.

Recuperação: este tipo de cirurgia é considerada segura e eficaz, mas tem sido substituída pela cirurgia LASIK, devido ao menor tempo para recuperação e menor risco de complicações, como rompimento da córnea, catarata ou perda de visão, por exemplo.

4. Lente intraocular fácica

A cirurgia refrativa de lente intraocular fácica é indicada para os casos de miopia ou hipermetropia graves, em pessoas que possuem graus elevados ou córneas muito curvas ou finas, permitindo uma correção do problema de visão melhor do que as cirurgias que utilizam laser.

Este tipo de cirurgia refrativa dura cerca de 30 minutos para cada olho, e permite colocar uma lente corretiva de forma permanente dentro do olho, que pode ser rígida ou flexível, dependendo de cada caso. 

Como é feita: essa cirurgia é feita através de um pequeno corte no olho para colocação da lente, que pode ser implantada na frente ou atrás da íris, que é a parte colorida dos olhos, melhorando o problema de visão. 

Recuperação: esta cirurgia tem uma recuperação rápida e segura, mas deve-se evitar fazer esforços ou atividades físicas, pelo menos por 15 dias após a cirurgia, para evitar o surgimento de complicações como infecção ou inchaço da córnea, por exemplo.

Como se preparar para a cirurgia

O preparo para uma cirurgia refrativa deve incluir diversos exames como topografia, paquimetria, mapeamento da córnea, medição da pressão e dilatação da pupila. Em alguns casos, existem outros exames que também podem ser necessários como tomografia de córnea ou aberrometria ocular. 

Cuidados gerais de recuperação

A recuperação das cirurgias refrativas é bastante rápida e no próprio dia a pessoa já pode passar a enxergar tudo sem precisar de óculos ou lentes de contato. Porém, para garantir o melhor resultado possível, existem alguns cuidados que devem ser mantidos durante o primeiro mês, como: 

  • Não esfregar os olhos por pelo menos 15 dias;
  • Limpar os olhos com gaze e soro fisiológico diariamente;
  • Manter as mãos sempre limpas;
  • Usar a proteção ocular pelo tempo indicado pelo médico; 
  • Descansar e ficar de repouso para se recuperar mais rápido;
  • Usar os colírios indicados pelo médico.;
  • Não entrar na piscina ou no mar;
  • Não usar maquiagem por 30 dias;
  • Usar óculos de sol.

Nas primeiras 6 horas depois da cirurgia, o ideal é que a pessoa possa descansar deitada de barriga para cima para não pressionar os olhos. Além disso, no primeiro mês, é recomendado evitar frequentar locais com muitas pessoas e pouca circulação de ar, como cinemas ou shoppings, para diminuir o risco de infecções. 

Possíveis complicações

A cirurgia refrativa é considerada muito segura, no entanto, como em qualquer tipo de cirurgia, podem ocorrer algumas complicações como:

  • Inflamação ocular;
  • Piora dos problemas de visão;
  • Cicatriz superficial na córnea;
  • Inchaço na córnea;
  • Infecção no olho;
  • Visão embaçada ou perda da visão;
  • Sensibilidade à luz;
  • Enxergar círculos em volta das luzes;
  • Enfraquecimento da córnea;
  • Catarata.

É importante fazer acompanhamento com o oftalmologista após a realização das cirurgias refrativas, para que o médico possa identificar qualquer tipo de complicação e iniciar o tratamento mais adequado que pode envolver uso de colírios para lubrificar os olhos, corticóides ou antibióticos, por exemplo. 

Quem não deve fazer a cirurgia

As cirurgias refrativas não são recomendada para quem ainda não completou 18 anos, em caso de gravidez e também em caso de:

  • Córnea muito fina;
  • Ceratocone;
  • Doença auto-imune, como artrite reumatoide ou lúpus;
  • Herpes ocular ou outras infecções nos olhos;
  • Durante o uso de medicamentos como isotretinoína, para acne.

Caso se pretenda fazer uma correção de problemas de visão, deve-se consultar o oftalmologista para indicar o melhor tipo de tratamento.