Blastomicose: o que é, sintomas, tipos e tratamento

Revisão clínica: Marcela Lemos
Biomédica
dezembro 2021

A blastomicose, também conhecida como blastomicose sul-americana, é uma doença infecciosa causada pela inalação dos esporos do fungo Blastomyces dermatitidis, que pode afetar os pulmões ou espalhar-se pela corrente sanguínea, dando origem à forma disseminada ou extrapulmonar da doença.

A transmissão da blastomicose acontece através da inalação dos esporos do fungo que encontram-se dispersos no ar que, ao entrarem nas vias respiratórias, refugiam-se nos pulmões, onde crescem e provocam inflamação. O Blastomyces dermatitidis é considerado um fungo oportunista, podendo haver infecção tanto em pessoas que são portadoras de doenças que comprometem o sistema imunológico, como pessoas que são saudáveis, desde que apresentem diminuição do sistema imune devido a qualquer fator, como estresse ou resfriado, por exemplo.

A blastomicose pulmonar, que é a forma mais frequente da blastomicose, tem cura desde que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível, pois caso contrário, o fungo consegue multiplicar-se facilmente e atingir outros órgãos, como pele, osso e sistema nervoso, podendo causar a morte.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os sintomas da blastomicose estão relacionados com o local em que o fungo está localizado. A forma mais frequente da blastomicose é a pulmonar, em que o fungo está alojado nos pulmões, podendo causar os seguintes sintomas:

  • Febre;
  • Tosse seca ou com carro;
  • Dor no peito;
  • Dificuldade para respirar;
  • Calafrios;
  • Suores excessivos.

Na presença de sinais e sintomas possivelmente indicativos de blastomicose, é importante que o clínico geral ou infectologista seja consultado, para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado.

O diagnóstico da blastomicose é feito pelo médico a partir da avaliação dos sintomas, resultado da radiografia de tórax e dos exames laboratoriais, em que devem ser observados microscopicamente as estruturas fúngicas para que a infecção seja confirmada.

Tipos de blastomicose

Quando o fungo atinge a corrente sanguínea, é possível que chegue mais facilmente a outros órgãos e sistema, resultando no aparecimento de sinais e sintomas mais específicos. Assim, de acordo com o local em que o fungo se encontra, é possível classificar a blastomicose em alguns tipos, sendo os principais:

  • Blastomicose cutânea, em que o fungo atinge a pele e leva ao aparecimento de lesões únicas ou múltiplas na pele, que à medida que crescem, formam cicatrizes atrofiadas;
  • Blastomicose osteoarticular, que acontece quando o fungo atinge ossos e articulações, deixando o local inchado, quente e sensível;
  • Blastomicose genital, que é caracterizada por lesões genitais e é mais frequente nos homens, podendo haver inchaço do epidídimo e aumento da sensibilidade da próstata, por exemplo;
  • Blastomicose nervosa, em que o fungo atinge o sistema nervoso central e provoca o aparecimento de abscessos e, se caso não tratada, pode resultar em meningite.

O desenvolvimento desses tipos é indicativo de que a infecção está em uma fase mais avançada, o que pode tornar o tratamento mais complicado e aumentar as chances de complicações. Por isso, é fundamental que o médico seja consultado assim que surgirem os primeiros sintomas de blastomicose.

Como é feito o tratamento

O tratamento da blastomicose é feito de acordo com o estado geral de saúde da pessoa e gravidade da doença. Normalmente, os pacientes que não são considerados graves são tratados com Itraconazol por via oral. No entanto, as pessoas cuja doença está em uma fase mais avançada ou possuem contraindicação quanto ao uso do Itraconazol, o médico pode recomendar o uso de Anfotericina B.

A prevenção da blastomicose nem sempre é possível, pois os esporos dos fungos circulam facilmente no ar. As zonas perto dos rios, lagos e pântanos são zonas onde frequentemente existe este tipo de fungo.

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Escrito, atualizado e revisto clinicamente por Marcela Lemos - Biomédica, em dezembro de 2021.

Bibliografia

  • BMJ BEST PRATICE. Blastomicose. Disponível em: <https://newbp.bmj.com/topics/pt-br/1095#keyFactors>. Acesso em 30 jul 2019
  • MANUAL MSD. Blastomicose. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/fungos/blastomicose>. Acesso em 30 jul 2019
Revisão clínica:
Marcela Lemos
Biomédica
Mestre em Microbiologia Aplicada, com habilitação em Análises Clínicas e formada pela UFPE em 2017 com registro profissional no CRBM/ PE 08598.