Azia na gravidez: principais causas e o que fazer para aliviar

Revisão clínica: Tatiana Zanin
Nutricionista
setembro 2021

A azia é uma sensação de queimação na região do estômago e que pode se estender até a garganta e que é comum de surgir no segundo ou terceiro trimestre da gestação, no entanto algumas mulheres podem sentir os sintomas mais cedo.

A azia na gravidez não é grave e nem representa risco para a mãe ou para o bebê, apesar de ser bastante desconfortável. Porém, caso a azia seja acompanhada por outros sintomas como dor intensa, dor abaixo das costelas ou dor no lado direito superior da barriga, é importante ir ao médico, pois pode ser indicativo de situações mais graves e que devem ser tratadas rapidamente.

A azia na gravidez é uma situação comum e que pode ser facilmente aliviada por meio de mudanças nos hábitos alimentares, como evitar frituras, alimentos ricos em pimenta ou muito condimentados e evitar beber líquidos durante as refeições, que devem ser feitas em pequenas quantidades. Para aliviar rapidamente a queimação, pode-se tentar tomar 1 copo de leite, de preferência desnatado, pois a gordura do leite integral demora mais tempo no estômago e pode não ajudar.

Imagem ilustrativa número 2

Principais causas

A azia na gravidez costuma aparecer no segundo e terceiro trimestre na gravidez devido ao aumento da produção do hormônio progesterona, que permite o relaxamento da musculatura do útero para permitir que ele cresça e comporte o bebê.

Por outro lado, o aumento da progesterona promove a diminuição do fluxo intestinal e o relaxamento do esfíncter esofágico, que é o músculo responsável por fechar a divisão entre o estômago e o esôfago, o que acaba permitindo que o ácido gástrico retorne para o esôfago e garganta com maior facilidade, resultando nos sintomas de azia.

Além disso, com o crescimento do bebê, os órgãos acabam ficando com menos espaço no abdômen e o estômago é comprimido para cima, o que também facilita o retorno do alimento e do suco gástrico e, consequentemente, o aparecimento dos sintomas de azia.

O que fazer

Apesar da azia ser uma alteração típica da gravidez, existem alguns cuidados que ajudam a combater este problema:

  • Ficar sentada pelo menos 30 minutos após comer, evitando deitar-se;
  • Não usar roupas apertadas na barriga e no estômago;
  • Colocar um calço de 10 cm na cabeceira da cama, para evitar que o corpo fique completamente deitado na horizontal, favorecendo o refluxo e a azia;
  • Não fumar e evitar a exposição ao cigarro;

De forma geral, a azia passa após o parto, pois o estômago volta a ter mais espaço no abdômen e os hormônios femininos voltam ao normal. No entanto, mulheres que ganharam muito peso durante a gestação podem ainda ter sintomas de azia por até 1 ano após o parto. Além disso, a azia pode ser um sintoma de refluxo na gravidez, que deve ser tratada de acordo com a recomendação médica.

Remédios para azia na gravidez

Na maior parte dos casos, a azia melhora com mudanças na alimentação e no estilo de vida, mas em casos de azia constante e severa, o médico poderá indicar remédios à base de magnésio ou de cálcio, como as pastilhas de Magnésia Bisurada ou Leite de Magnésia, ou remédios como Mylanta Plus, por exemplo. No entanto, é importante lembrar que qualquer medicamento só deve ser tomado sob orientação médica, pois pode ser prejudicial para o desenvolvimento do bebê.

Outras opções são os remédios caseiros que aliviam a azia, como descascar um pedacinho de batata e comer crua mesmo. Outras opções incluem comer 1 maçã com casca, um pedacinho de pão ou 1 biscoito cream cracker porque eles ajudam a empurram o conteúdo gástrico de volta para o estômago combatendo a azia naturalmente. Confira algumas opções de remédios caseiros seguros na gravidez.

Como deve ser a alimentação

Para aliviar a gastrite na gravidez, é importante ter alguns cuidados com a alimentação, como:

  • Fazer pequenas refeições, pois evita que o estômago fique muito cheio, facilitando o retorno dos alimentos e do suco gástrico para o esôfago;
  • Não beber líquidos nas refeições, pois o líquido deixa o estômago mais cheio e distendido, dificultando o fechamento do esfíncter esofágico, que é o músculo responsável por evitar o retorno do ácido gástrico para a garganta. Assim, deve-se preferir ingerir líquidos 30 minutos antes ou após as refeições, para que não ocorra um grande acúmulo no estômago;
  • Evitar alimentos ricos em cafeína, pois essa substância estimula a movimentação gástrica, favorecendo a liberação de suco gástrico e a movimentação do estômago, o que pode desencadear a sensação de queimação da azia, especialmente quando estômago está previamente vazio;
  • Evitar alimentos condimentados, como pimenta, mostarda e temperos em cubos, podem causar irritação e inflamação no estômago, piorando os sintomas da azia;
  • Consumir iogurte natural, vegetal e grãos integrais e frutas, pois melhoram a digestão e a a flora intestinal, diminuindo o risco de ter azia.

Além disso, é recomendado evitar comer 2 horas antes de dormir, pois dessa forma é possível garantir que a digestão aconteceu corretamente. Essa medida é importante porque na posição deitada existe uma maior facilidade de o alimento retornar em direção ao esôfago, causando a azia. É importante também que, após as refeições, a mulher fique sentada, com as costas retas, para que a barriga não pressione o estômago e force a comida em direção ao esôfago.

Confira no vídeo a seguir mais sobre a azia na gravidez e como combatê-la:

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Escrito e atualizado por Marcela Lemos - Biomédica, em setembro de 2021. Revisão clínica por Tatiana Zanin - Nutricionista, em setembro de 2021.

Bibliografia

  • DALL’ALBA, Valesca et al. Health-related quality of life of pregnant women with heartburn and regurgitation. Arq Gastroenterol. Vol 52. 2 ed; 100-104, 2015
  • CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Guia de Prática Clínica: Sinais e Sintomas do Trato Gastrointestinal Azia (Acidez/ Pirose). 2018. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/Guia%20AZIA_Consulta%20Pu%CC%81blica%2028.pdf>. Acesso em 29 jan 2020
Revisão clínica:
Tatiana Zanin
Nutricionista
Formada pela Universidade Católica de Santos em 2001, com registro profissional no CRN-3 nº 15097.

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  • Como aliviar a AZIA na gravidez

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