Acumuladores compulsivos: sintomas, causas e tratamento

Atualizado em janeiro 2024

Os acumuladores compulsivos são pessoas que colecionam e mantém diversos objetos, independentemente de seu valor real, apresentando uma grande dificuldade para descartar ou separar-se de seus pertences. Por isso, é comum que a casa e o local de trabalho dessas pessoas tenham muitos objetos acumulados, interferindo na circulação e o uso de superfícies.

As pessoas com o transtorno de acumulação podem ter noção de seu problema, no entanto, existem acumuladores que podem apresentar ideias delirantes, devendo ser diagnosticadas e tratadas por um psicólogo ou psiquiatra.

O acúmulo de objetos pode ter como consequência o desgaste das relações sociais e de trabalho e, por isso, é importante que essas pessoas recebam e aceitem o apoio de seus familiares e amigos, já que a própria pessoa muitas vezes não enxerga como um problema e, por isso, não busca tratamento, que deve ser feito sob orientação de um psicólogo.

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Principais sintomas

Os principais sintomas de acumuladores compulsivos são:

  • Dificuldade para se desfazer dos objetos, independentemente do seu valor real;
  • Dificuldade para organizar seus pertences e perder objetos importantes, como dinheiro e as chaves, por exemplo;
  • Acumular objetos em todos os locais da casa, no trabalho, no carro e em alguns locais de armazenamento;
  • Ter medo excessivo de ficar sem um objeto;
  • Sentir que não podem jogar um objeto no lixo, pois poderão necessitar dele no futuro;
  • Procurar por novos objetos, mesmo quando já têm vários do mesmo;
  • Comprar coisas só porque são baratas.

Além disso, pessoas que são acumuladores compulsivos também se tornam mais isoladas, especialmente em casos mais severos, pois têm vergonha da sua própria situação e do aspecto de sua casa. Por este motivo, estas pessoas têm maiores chances de desenvolver outras doenças psiquiátricas, como a depressão, por exemplo.

Qual a diferença entre um acumulador e um colecionador?

Muitas vezes o acumulador pode ser confundido com um colecionador, ou pode até utilizar a desculpa de fazer coleção, apenas que os outros não o vejam de forma estranha.

No entanto, uma forma fácil de distinguir ambas as situações é que, normalmente, o colecionador tem orgulho em mostrar e organizar a sua coleção, enquanto o acumulador pode adquirir objetos que não têm relação entre si e prefere manter em segredo, além de esconder os objetos que acumula, resultando em uma maior dificuldade para se organizar.

Possíveis causas

Não se conhece a causa exata que leva uma pessoa a fazer acumulação excessiva de objetos, no entanto, é possível que esteja relacionado com fatores genéticos, com o funcionamento cerebral ou com eventos estressantes da vida da pessoa.

Como é feito o tratamento

O tratamento para acumuladores compulsivos pode ser feito através da terapia comportamental, sendo que o psicólogo procura descobrir a causa da ansiedade que está causando o desejo de guardar as coisas. No entanto, este tratamento pode demorar vários anos para fazer efeito pois requer muita dedicação da pessoa.

Os remédios antidepressivos podem, também, ser utilizados para complementar o tratamento, ajudando o paciente a evitar o desejo de acumulação compulsiva, mas, nesse caso, devem ser indicados por um psiquiatra.

Normalmente os acumuladores compulsivos não procuram tratamento porque não percebem que a sua situação é uma doença, pelo que os familiares e amigos tomam um papel muito importante em ajudar a pessoa a se curar.

Possíveis complicações

Embora a acumulação possa parecer um transtorno pouco preocupante, a verdade é que pode ter vários riscos para a saúde, especialmente relacionados com alergias e infecções frequentes, já que o excesso de objetos torna mais difícil a tarefa de limpar a casa, facilitando o acúmulo de bactérias, fungos e vírus.

Além disso, dependendo do grau de acúmulo de objetos, também pode haver o risco de quedas acidentais ou até de soterramento, já que os objetos podem cair por cima da pessoa.

Já a nível psicológico, acumuladores compulsivos também têm maior tendência a ficar isolados e podem desenvolver quadros de depressão graves, especialmente quando reconhecem o problema mas não desejam, ou não podem, fazer o tratamento.