O que são xantomas, principais tipos e como tratar

Atualizado em fevereiro 2020

O xantoma corresponde ao surgimento de pequenas lesões em alto relevo na pele, formadas por gorduras que podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas principalmente nos tendões, pele, mãos, pés, glúteos e joelhos.

O aparecimento do xantoma é mais comum de acontecer em pessoas que possuem colesterol ou triglicerídeos muito elevados, apesar de também poder surgir em pessoas que não possuem alteração do colesterol.

A presença do xantoma geralmente é sinal de que há maior quantidade de colesterol circulante, o que fez com que os macrófagos, que são células do sistema imune, englobem as células de gordura, transformando-se em macrófagos espumosos e sendo depositados no tecido. Dessa forma, o xantoma não é uma doença, mas sim um sintoma associado a um defeito no metabolismo de gorduras e proteínas que carregam o colesterol no organismo.

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Principais tipos de xantoma

A formação do xantoma é mais comum de acontecer em pessoas que possuem hábitos de vida poucos saudáveis, ou seja que têm uma alimentação mais rica em gorduras e que são sedentárias, o que favorece o acúmulo de colesterol e de triglicerídeos. No entanto, o xantoma também pode acontecer como consequência de outras doenças, como diabetes descompensada, cirrose biliar ou insuficiência hepática.

De acordo com suas características e localização, os xantomas podem ser classificados em:

  • Xantelasmas: são o tipo o xantoma que se localiza na pálpebra, na forma de placas amareladas e amolecidas, geralmente, em pessoas com histórico de colesterol elevado;
  • Xantomas eruptivos: são a forma mais comum de xantoma e estão associados ao aumento dos triglicerídeos, em que surgem pequenos caroços amarelos, principalmente, nas coxas, pernas, nádegas e braços. Costumam melhorar quando os triglicerídeos se normalizam;
  • Xantomas tuberosos: nódulos amarelados que se localizam preferencialmente nos cotovelos e calcanhares de pessoas com colesterol alto;
  • Xantoma tendíneo: é o depósito que ocorre nos tendões, principalmente no tendão de aquiles, no calcanhar, ou dos dedos, e também costuma acontecer em pessoas com colesterol alto;
  • Xantomas planos: são achatados e surgem mais frequentemente nas pregas palpares, rosto, tronco e em cicatrizes.

Existe, ainda, outra forma de xantoma, que é o xantoma gástrico, em que são formadas lesões de gordura no estômago e que normalmente não causa sintomas, sendo identificado em endoscopias ou cirurgias gástricas por outros motivos. Este tipo de xantoma é raro, e não se sabe exatamente a sua causa.

O que é xantelasma?

O xantelasma é um tipo de xantoma em que as placas e lesões planas e amareladas são encontradas nos olhos, principalmente nas pálpebras, geralmente de forma simétrica. A presença do xantelasma não é contagiosa, já que trata-se de uma resposta do organismo à maior quantidade de colesterol circulante, e é mais frequente em adultos que possuem distúrbios no metabolismo das gorduras.

Apesar de não causar risco, o xantelasma pode causar incômodo na pessoa devido à visibilidade das lesões, por isso solicitam a remoção do xantelasma, que é feita por meio de cirurgia ou por meio de técnicas que destroem o xantelasma, como com ácidos, laser ou eletrocoagulação, por exemplo.

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Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico do xantoma é clínico, ou seja, é feito pelo dermatologista ou clínico geral por meio da avaliação das características dos xantomas. Em alguns casos, pode ser indicada também a realização de exame de sangue para verificar a quantidade de colesterol e triglicerídios circulantes.

Como é feito o tratamento

Caso a pessoa portadora de xantomas tenha um excesso de colesterol ou triglicerídeos detectados no exame de sangue, o médico irá indicar o tratamento para controle destes níveis, com medicamentos chamados hipolipemiantes, como Sinvastatina, Atorvastatina, e fibratos, como Fenofibrato ou Bezafibrato, por exemplo. Além disso, podem ser feitos procedimentos para retirada dos depósitos de gordura, que devem ser feitos pelo dermatologista, como:

  • Cirurgia para retirada e fechamento com pontos: é a opção mais segura, eficaz, pode se feita no ambulatório, tem baixo custo e produz excelentes resultados;
  • Cauterização química: mais indicada para lesões pequenas e superficiais. É feita através da aplicação de substâncias cáusticas como ácido tricloroacético ou combinações de ácidos;
  • Tratamento com laser: através do dióxido carbônico ultra pulsado ou de laser pulsado;
  • Criocirurgia: utilizando nitrogênio líquido ou neve carbônica;

Também é muito importante que seja feito o tratamento e controle de outras doenças associadas a alterações no metabolismo e formação de xantomas, como diabetes, câncer do fígado, hipotireoidismo ou doenças renais.

Tratamento para xantoma gástrico

O xantoma gástrico ou xantelasma gástrico são bolsas amareladas de colesterol o lipídeos, com contornos um pouco irregulares, que podem medir 1 a 2 mm, localizados no estômago. Para tratar este tipo de xantoma é necessário fazer exames de endoscopia e biópsia, e se forem descartados sinais de câncer no estômago, geralmente trata-se de uma situação benigna, e a conduta deve ser a observação, ou seja, deve-se acompanhar frequentemente para ver a evolução do problema.

Entretanto, se há risco de formação de câncer ou sinais de piora do xantoma, o médico poderá orientar a sua retirada, procedimento feito através de endoscopia.