Trombofilia na gravidez: o que é, sintomas, riscos e tratamento

Atualizado em janeiro 2022

A trombofilia na gravidez caracteriza-se pelo aumento do risco de formação de coágulos de sangue, que pode levar à ocorrência de uma trombose, AVC ou embolia pulmonar, por exemplo. Isto acontece porque as enzimas do sangue responsáveis pela coagulação deixam de funcionar corretamente, o que pode acontecer devido a diversos fatores, incluindo a gestação.

A gravidez é um fator de risco para o desenvolvimento de eventos tromboembólicos, podendo causar sintomas como inchaço, alterações na pele, desprendimento placentário, pré-eclâmpsia, alterações no crescimento fetal, ocorrência de um parto prematuro ou mesmo de um aborto espontâneo.

Assim, caso exista maior risco da mulher desenvolver tromboembolismo ou caso apresente sinais e sintomas dessa alteração, é importante que seja regularmente acompanhada pelo obstetra, pois pode ser necessário realizar tratamento com medicamentos para evitar complicações durante a gravidez, como insuficiência placentária, sofrimento fetal ou aborto. Conheça mais sobre a trombofilia.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de trombofilia na gravidez

A maioria dos casos de trombofilia na gravidez não leva ao aparecimento de sinais ou sintomas, no entanto algumas mulheres podem apresentar:

  • Inchaço que acontece de uma hora para outra;
  • Alterações a pele;
  • Alterações no crescimento do bebê;
  • Falta de ar ou dificuldade para respirar, o que pode indicar embolia pulmonar;
  • Aumento da pressão arterial.

Além disso, como consequência a trombofilia há maior risco de acontecer o desprendimento da placenta, parto prematuro e aborto, sendo importante que as orientações do ginecologista-obstetra antes e durante a gravidez sejam seguidas.

Como é feito o diagnóstico

Os exames para confirmar o tromboembolismo na gravidez normalmente só são indicados quando a mulher possui alguns fatores de risco, não sendo indicada de forma preventiva, ou seja, antes da gravidez. Assim, os exames são indicados para mulheres que já sofreram aborto anteriormente, tiveram pré-eclâmpsia ou que possuem histórico pessoal ou familiar de tromboembolismo ou trombofilia de alto risco.

Assim, para avaliar o risco de tromboembolismo na gravidez, pode ser indicada a realização do exame do Fator V de Leiden, pesquisa de mutação da protrombina, teste da reatividade da proteína C e exame de antitrombina, sendo recomendado que esses exames sejam feitos pelas mulheres antes da gravidez e que não fazem uso de anticoagulantes.

Principais riscos

A trombofilia na gravidez pode aumentar o risco de algumas complicações tanto para a mulher quanto para o bebê, sendo os principais:

  • Aborto;
  • Diminuição da quantidade de oxigênio que chega ao bebê, resultando em sofrimento fetal;
  • Alteração no crescimento fetal;
  • Pré-eclâmpsia e eclâmpsia;
  • Insuficiência placentária e descolamento da placenta.

Além disso, nas mulheres já diagnosticadas com tromboembolismo antes de engravidar, é possível que exista maior dificuldade para implantação do embrião no endométrio.

Causas de trombofilia na gravidez

A gravidez induz um estado fisiológico de hipercoagulabilidade e hipofibrinólise, que, geralmente, protege a mulher grávida da hemorragia associada ao parto, no entanto este mecanismo pode contribuir para desenvolver uma trombofilias, que aumenta o risco da ocorrência de uma trombose venosa e de complicações obstétricas.

O risco de trombose em mulheres grávidas é 5 a 6 vezes maior que em mulheres não grávidas, no entanto, existem outros fatores que aumentam a probabilidade de desenvolver uma trombose relacionada com a gravidez, como ter antecedentes de trombose venosa, ter uma idade materna avançada, sofrer de obesidade, ou sofrer de algum tipo de imobilização, por exemplo. 

Como é feito o tratamento

Geralmente, o tratamento do tromboembolismo venoso na gravidez consiste na administração de aspirina numa dose de 80 a 100 mg/dia, que atua inibindo a agregação plaquetária. Embora este medicamento seja contraindicado durante a gravidez, principalmente no último trimestre, já que apresenta risco para o bebê, os benefícios do seu uso, em algumas situações, podem superar os potenciais riscos e, por isso, pode ser recomendado pelo médico.

Além disso, a heparina injetável como a enoxaparina, é um anticoagulante muito utilizado para a trombofilia na gravidez, e é um medicamento seguro porque que não atravessa a barreira placentária. A enoxaparina deve ser administrada diariamente, por via subcutânea, podendo ser aplicada pela própria pessoa. O tratamento deve ser realizado mesmo após o parto, durante cerca de 6 semanas.