O tratamento do autismo, apesar de não curar esta síndrome, é capaz de melhorar a comunicação, a concentração e diminuir os movimentos repetitivos, melhorando assim a qualidade de vida do próprio autista e também da sua família.
Para um tratamento eficaz, é indicado que seja feito com uma equipe composta por médico, fisioterapeuta, psicoterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo, que indicam terapias específicas para cada paciente, e muitas vezes devem ser feitas por toda vida. Além disso, cuidados com a alimentação e atividades como musicoterapia e equoterapia também podem contribuir muito para a melhora dos sintomas.

Assim, algumas estratégias importantes para o tratamento do autismo, seja em casos leves ou graves, incluem:
1. Remédios
Apesar de não existirem remédios específicos para tratar e curar o autismo, o médico poderá indicar medicamentos que podem combater sintomas que interferem diretamente na qualidade de vida da pessoas, como agressão, hiperatividade, compulsividade, dificuldade para lidar com a frustração, ansiedade, depressão e alterações do sono, como por exemplo clozapina, risperidona e aripiprazol.
É importante que mesmo com o uso de remédios indicados pelo médico, sejam adotadas outras estratégias que ajudem a aliviar os sintomas e, assim, ser possível no futuro diminuir a dose ou suspender o medicamento.
2. Alimentação
É importante que a alimentação da criança seja bem diversificada e rica em vitaminas e minerais, pois assim é possível garantir o crescimento saudável.
É comum que a criança com o transtorno do espectro autista tenha mais alterações nos hábitos alimentares, podendo recusar o alimento pela textura, sabor ou cheiro com mais frequência. Assim, é importante estar atento ao que a criança recusa e a forma como está preparado e tentar fazer com que consuma esse alimento de outras formas. Veja no vídeo a seguir algumas formas para ajudar a criança a comer:
3. Fonoaudiologia
O acompanhamento com o fonoaudiólogo é importante para melhorar a comunicação verbal da criança com o espectro autista com outras pessoas. Durante as sessões são realizados diversos exercícios que podem ajudar a criança a aumentar o seu vocabulário e melhorar a entoação da voz, podendo ser realizados jogos e brincadeiras para atrair a atenção da criança.
4. Musicoterapia
A música ajuda a criança a entender as emoções, aumentando sua interação com o mundo à sua volta. O objetivo não é aprender a cantar ou tocar nenhum instrumento, sendo somente importante saber ouvir e se expressar através dos sons que os instrumentos podem produzir e também através de movimentos de dança, por exemplo, num ambiente leve e descontraído.
5. Psicoterapia
A psicoterapia deve ser guiada pelo psicólogo e pode ser realizada sozinho ou em grupo, com encontros semanais. Nela pode ser utilizada a terapia comportamental, por exemplo, que pode ajudar a se vestir sozinho.
6. Terapia ocupacional
A terapia ocupacional é também indicada no tratamento do transtorno do espectro autista, sendo muitas vezes indicada em associação com a psicoterapia. O objetivo da terapia ocupacional é melhorar a qualidade de vida da pessoa e estimular a autonomia, o que é feito através de tecnologias e atividades que necessitam da ação da pessoa, assim como atividades que promovam o processo de adaptação da pessoa à sociedade e a autoconfiança.
8. Psicomotricidade
Pode ser orientada por um fisioterapeuta especialista e durante as sessões podem ser realizados diversos jogos e brincadeiras que podem ajudar a criança a focar sua atenção em apenas uma coisa de cada vez, a amarrar os sapatos, contribuindo para um melhor controle dos movimentos, combatendo os movimentos repetitivos, que são comuns em caso de autismo.
9. Equoterapia
A terapia com cavalos é muito útil para melhorar a reação de endireitamento do corpo, quando a criança está em cima do animal, a coordenação motora, o controle da respiração e desenvolver a autoconfiança do autista. As sessões geralmente duram entre 30 minutos e 1 hora. Saiba mais sobre a equoterapia.
Qual médico consultar
O médico que geralmente inicia o diagnóstico de autismo é o pediatra, no entanto, geralmente são necessários outros profissionais como o psiquiatra clínico ou o neurologista pediatra para analisar e orientar as melhores formas de tratamento.
Como cuidar da criança autista em casa
Alguns cuidados importantes que se deve ter em casa, para melhorar a qualidade de vida da criança com espectro autista, são:
- Observar se o filho possui maior facilidade para determinada tarefa, porque muitos autistas possuem aptidão para matemática, música, desenho ou informática, por exemplo;
- Respeitar as rotinas, pois o autista não tolera bem as mudanças;
- Evitar ter móveis e objetos desnecessários em casa, para protegê-los de acidentes;
- Desenvolver bons hábitos do sono, respeitando o horário de dormir, com luzes menos intensas e refeições leves antes de ir para cama.
Uma outra dica importante é evitar locais como lanchonetes e supermercados, pois existem muitos estímulos nestes locais, como luzes muito fortes e muito barulho, o que pode causar desconforto na criança.