Toxoplasmose na gravidez: sintomas, riscos e tratamento

Atualizado em março 2023

A toxoplasmose na gravidez pode provocar sintomas como febre baixa, mal-estar geral, ínguas no pescoço e dor de cabeça. No entanto, na maioria dos casos, a toxoplasmose na gravidez é assintomática, sendo identificada apenas durante os exames do pré-natal.

É importante que a toxoplasmose seja identificada na gravidez para que seja possível prevenir complicações para o bebê, principalmente quando a infecção acontece no terceiro trimestre de gestação, em que há maior facilidade do parasita atravessar a barreira placentária e atingir o bebê. No entanto, as complicações mais graves acontecem quando a infecção é no primeiro trimestre de gravidez, que é quando o bebê está se desenvolvendo, havendo chances de haver má-formações do feto ou aborto, por exemplo.

A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo parasita Toxoplasma gondii (T. gondii), que pode ser transmitida para a gestante através do contato com o solo contaminado, do consumo de carnes mal cozidas ou mal higienizadas de animais contaminados pelo parasita ou através do contato desprotegido com fezes de gatos infectados. Conheça mais sobre a toxoplasmose.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da toxoplasmose na gravidez

Os principais sintomas da toxoplasmose na gravidez são:

  • Febre baixa;
  • Mal-estar;
  • Ínguas inflamadas, principalmente no pescoço;
  • Dor de cabeça.

Na maioria das vezes, a toxoplasmose não leva ao aparecimento de sinais e sintomas, no entanto como é comum que na gravidez a mulher apresente o sistema imune menos ativo, de forma que podem ser notados sintomas.

É importante que a toxoplasmose na gravidez seja diagnosticada para que o tratamento seja logo iniciado e sejam prevenidas complicações para o bebê. Dessa forma, mesmo que não existam sintomas, é recomendado que a gestante faça exames para identificar o parasita no primeiro e no terceiro trimestre de gestação, sendo possível que o médico verifique se a mulher está infectada, teve contato com o parasita ou adquiriu imunidade.

Se for descoberto que a mulher foi contaminada recentemente, e possivelmente durante a gravidez, o obstetra pode solicitar um exame chamado amniocentese para verificar se o bebê foi afetado ou não. A ultrassonografia também é necessária para avaliar se o bebê foi afetado, especialmente no final da gestação. 

Como acontece a contaminação

A contaminação com o Toxoplasma gondii pode acontecer através do contato com fezes de gatos contaminados pelo parasita ou por meio do consumo de água contaminada ou de carnes cruas ou mal cozidas de animais infectados pelo T. gondii. Além disso, a contaminação pode acontecer de forma acidental depois de mexer na areia do gato infectado, por exemplo.

Os gatos domésticos criados apenas com ração e que nunca saem de casa, tem muito menos risco de estarem contaminados, quando comparamos com os que vivem na rua e se alimentam de tudo o que encontram pelo caminho. No entanto, independentemente dos hábitos de vida do gato, é importante que seja levado regularmente ao veterinário para que seja desparasitado.

A toxoplasmose na gravidez é grave?

A toxoplasmose na gravidez é grave principalmente quando a mulher é infectada no terceiro trimestre de gravidez, já que há maior chance de contaminação do bebê e, consequentemente, complicações. No entanto, quando a infecção acontece no primeiro trimestre de gestação, apesar de haver menor chance de atingir o bebê, pode representar maiores riscos para o bebê, já que ainda está em desenvolvimento.

Por isso, é importante que a mulher realize exames para identificar a infecção pelo parasita e, caso haja necessidade, iniciar o tratamento indicado pelo médico.

Riscos da toxoplasmose na gravidez

Os riscos da toxoplasmose variam de acordo com o trimestre da gravidez que a infecção acontece, sendo os principais

  • Aborto espontâneo;
  • Parto prematuro;
  • Malformações do feto;
  • Baixo peso ao nascer;
  • Morte ao nascer.

Após o nascimento, os riscos para o bebê que nasce com toxoplasmose congênita são:

  • Alterações no tamanho da cabeça do bebê;
  • Estrabismo, que é quando um dos olhos não fica na direção correta;
  • Inflamação dos olhos, podendo evoluir para a cegueira;
  • Icterícia intensa, que é pele e olhos amarelados;
  • Aumento do fígado;
  • Pneumonia;
  • Anemia;
  • Inflamação do coração;
  • Convulsões;
  • Surdez;
  • Retardo mental.

A toxoplasmose também pode não ser detectada no momento do nascimento, podendo se manifestar meses ou até anos depois do nascimento.

É importante que a mulher tenha cuidados durante a gestação para evitar a contaminação e diminuir o riscos para o bebê, sendo importante evitar o consumo de carne crua ou mal cozida e lavar bem as mãos, evitando não só a toxoplasmose mas também outras infecções que podem acontecer. Confira outras dicas para não pegar toxoplasmose na gravidez.

Como deve ser o tratamento

O tratamento para toxoplasmose na gravidez é feito através do uso de antibiótico para tratar a mãe e reduzir o risco de transmissão ao bebê.

Os antibióticos e a duração do tratamento irão depender do estágio da gravidez e da força do seu sistema imune. Os antibióticos que podem ser usados incluem Pirimetamina, Sulfadiazina, Clindamicina e Espiramicina. Se o bebê já estiver infectado, o seu tratamento também é feito com antibióticos e deverá ser iniciado logo após o nascimento.

Entenda melhor como é feito o tratamento para toxoplasmose na gravidez.