A tireoide na gravidez é importante para a saúde da mãe e do bebê e qualquer disfunção deve ser identificada e tratada para não trazer complicações para o bebê que necessita dos hormônios tireoidianos da mãe até aproximadamente a 12ª semana da gestação. Após essa fase, o bebê é capaz de produzir seus próprios hormônios tireoidianos.
Os hormônios tireoidianos são o T3, T4 e TSH que podem estar aumentados ou diminuídos causando os principais problemas da tireoide na gravidez como o hipotireoidismo e o hipertireoidismo. Estes distúrbios podem ocasionar aborto espontâneo, parto prematuro ou influenciar no desenvolvimento do feto. Além disso, disfunções na tireoide podem provocar alterações no ciclo menstrual dificultando as chances de engravidar.
Por isso, é importante fazer exames preventivos para engravidar e o pré-natal para diagnosticar o hipotireoidismo ou hipertireoidismo, assegurando a saúde da mãe e do bebê. Saiba quais exames devem ser feitos quando se planeja engravidar.

As principais alterações da tireoide na gravidez são:
1. Hipotireoidismo
O hipotireoidismo é a diminuição da produção dos hormônios da tireoide durante a gravidez e pode causar na gestante aumento de sangramentos, aborto espontâneo, parto prematuro ou aumento da pressão sanguínea e pré-eclampsia. Já no bebê, o hipotireoidismo pode causar atraso no desenvolvimento mental, déficit cognitivo, diminuição do quociente de inteligência (QI) e bócio (papo).
Os sintomas mais comuns do hipotireoidismo são sonolência, cansaço excessivo, unhas fracas, queda de cabelo, diminuição dos batimentos cardíacos, prisão de ventre, pele seca, dores musculares e diminuição de memória.
O hipotireoidismo também pode acontecer no pós parto ou alguns meses após o nascimento do bebê, necessitando de tratamento. Saiba mais sobre o hipotireoidismo.
2. Hipertireoidismo
O hipertireoidismo é o aumento da produção dos hormônios da tireoide que, apesar de não ser muito comum durante a gravidez, pode causar na gestante aborto espontâneo, insuficiência cardíaca, pré-eclampsia, deslocamento de placenta ou parto prematuro. No bebê, o hipertireoidismo pode causar baixo peso ao nascer, hipertireoidismo neonatal ou morte fetal.
Os sintomas do hipertireoidismo na gravidez são calor, suor excessivo, cansaço, batimentos cardíacos acelerados e ansiedade, que muitas vezes dificultam o diagnóstico, pois esses sintomas são comuns na gestação, mas exames laboratoriais permitem diagnosticar com segurança e, assim, iniciar o melhor tratamento. Saiba mais sobre hipertireoidismo na gravidez.

Cuidados durante a gravidez
Alguns cuidados importantes durante a gravidez são:
Remédios
O tratamento do hipotireoidismo na gravidez é feito com medicamentos, como a levotiroxina, por exemplo. É importante tomar o medicamento todos os dias sempre na mesma hora. Entretanto, se esquecer de tomar uma dose, tomar assim que lembrar, tendo o cuidado de não tomar duas doses ao mesmo tempo. Deve-se fazer o acompanhamento pré-natal ou consultas com um endocrinologista pelo menos a cada 6 a 8 semanas para verificar os níveis dos hormônios da tireoide e caso seja necessário, ajustar a dose do medicamento.
No caso do hipertireoidismo na gravidez, deve-se fazer acompanhamento a cada 4 a 6 semanas e ultrassonografias de rotina no bebê. O tratamento do hipertireoidismo na gravidez deve ser iniciado imediatamente após o diagnóstico e é feito com medicamento como o propiltiouracil, por exemplo, devendo a dose ser ajustada, caso necessário. Após o parto, deve-se informar ao pediatra que teve hipertireoidismo durante a gravidez para que sejam realizados exames no bebê e, assim, verificar se o bebê também tem hipertireoidismo e, se necessário, iniciar o tratamento. Veja outros 7 exames que recém-nascido deve fazer.
Alimentação
A alimentação durante a gravidez deve ser variada e balanceada para fornecer os nutrientes necessários à mãe e ao bebê. Alguns alimentos contém iodo na sua composição que é necessário para a produção dos hormônios da tireoide, como bacalhau, ovo, fígado e banana, ajudando a manter o equilíbrio da tireoide. Nos casos de disfunção da tireoide na gravidez, recomenda-se acompanhamento com nutricionista de forma a manter uma dieta saudável. Veja mais 28 alimentos ricos em iodo.
Exames e consultas de rotina
É importante que mulheres que foram diagnosticadas com hipotireoidismo ou hipertireoidismo na gravidez sejam acompanhadas pelo médico ginecologista-obstetra ou endocrinologista para acompanhar o desenvolvimento do feto e garantir a saúde da mãe e do bebê. Entretanto, se no período entre as consultas apresentar sintomas do hipotireoidismo ou do hipertireoidismo, procurar o médico imediatamente. Saiba mais sobre o pré-natal.
Durante as consultas são solicitados exames laboratoriais dos níveis dos hormônios T3, T4 e TSH para avaliar o funcionamento da tireoide e, se necessário, ultrassom da tireoide. No caso de alguma alteração, o tratamento mais adequado deve iniciar imediatamente.