Linfoma não Hodgkin: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

Revisão médica: Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
setembro 2022
  1. Sintomas
  2. Diagnóstico
  3. Causas
  4. Tratamento

O linfoma não Hodgkin é um tipo de câncer que se origina nas células brancas do sangue, chamadas linfócitos, que crescem de forma desordenada dentro dos gânglios linfáticos, levando ao surgimento de sintomas, como ínguas ou aumento dos linfonodos, suor noturno que pode ser intenso, dor abdominal, coceira na pele ou dificuldade para respirar, por exemplo.

Esse tipo de câncer é mais comum em pessoas com mais de 60 anos, e afeta com mais frequência homens, mas também pode surgir em mulheres ou crianças, sendo que alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento, como infecções pelo HIV, mononucleose ou hepatite, ou ainda por doenças autoimunes que afetam o sistema imunológico, como lúpus, anemia hemolítica ou artrite reumatóide.

É importante que esse tipo de linfoma seja identificado logo nos primeiros estágios, pois assim é possível evitar o espalhamento do tumor e, assim, haver maior chance de cura. O tratamento deve ser orientado pelo oncologista ou oncohematologista, podendo ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou até transplante de medula óssea.

Imagem ilustrativa número 2

Sintomas do linfoma não Hodgkin

Os principais sintomas do linfoma não Hodgkin são:

  • Aumento dos gânglios linfáticos, que não causam dor, principalmente no pescoço, atrás das orelhas, axilas e virilha;
  • Suor noturno;
  • Febre ou calafrios;
  • Perda de peso sem motivo aparente;
  • Cansaço excessivo;
  • Falta de energia para realizar as atividades do dia a dia;
  • Dor ou inchaço abdominal;
  • Náuseas ou vômitos;
  • Sensação de estômago cheio mesmo após comer pouca comida;
  • Perda do apetite;
  • Inchaço no rosto ou no corpo;
  • Sangramento fácil;
  • Aparecimento de hematomas no corpo;
  • Coceira na pele;
  • Caroços ou inchaços vermelhos ou roxos sob a pele;
  • Dor ou sensação de pressão no peito;
  • Tosse;
  • Dificuldade para respirar ou falta de ar;
  • Infecções frequentes.

Além disso, os sintomas de linfoma não Hodgkin podem variar de acordo com o local do corpo em que se desenvolve, podendo ainda surgir dor de cabeça, desânimo, fraqueza nas pernas ou nos braços, visão dupla, dificuldade para falar, confusão mental, convulsões ou paralisia, quando o linfoma afeta o cérebro.

Na maioria dos casos o linfoma não provoca qualquer tipo de sintoma, só sendo identificado em fases mais avançadas devido à alteração na medula óssea, o que interfere diretamente na produção de células sanguíneas saudáveis.

É importante que a pessoa consulte o clínico geral assim que notar o aparecimento de ínguas, principalmente se estiver acompanhado de outros sintomas, pois assim é possível que sejam feitos exames que possam confirmar o diagnóstico e, assim, iniciar o tratamento mais indicado, promovendo a qualidade de vida.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico do linfoma não Hodgkin é feito inicialmente pelo clínico geral e, em seguida, pelo oncologista por meio da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exame físico

Além disso, o médico deve solicitar exames de sangue, como hemograma completo, testes de função hepática e renal, e níveis de lactato desidrogenase (LDH), rastreio de infecções sexualmente transmissíveis, como HIV e hepatite B, e exames de imagem, como raio X, tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassom ou PET-CT.

Outros exames que o médico deve solicitar são ecocardiograma, testes de função pulmonar, biópsia do linfonodo ou do tecido afetado, mielograma, punção lombar, peritoneal ou pleural.

Estes exames servem para confirmar a existência da doença e identificar qual o tipo de tumor e o seu estadiamento, o que é essencial para a escolha do tratamento.

Possíveis causas

As causas exatas do linfoma não Hodgkin ainda não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que ocorre por mutação no DNA das células brancas do sangue, chamadas linfócitos, que passam a se multiplicar de forma descontrolada.

Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento do linfoma não Hodgkin, como:

  • Histórico familiar de linfoma não Hodgkin;
  • Idade, sendo mais comum após os 60 anos;
  • Sexo, sendo mais comum em homens do que mulheres;
  • Infecção virais, como HIV, hepatite, Epstein-barr ou HTLV 1;
  • Infecção bacteriana por Helicobacter pylori;
  • Doença celíaca;
  • Artrite reumatóide;
  • Anemia hemolítica;
  • Síndrome de Sjögren;
  • Lúpus eritematoso sistêmico (LES);
  • Uso de remédios imunossupressores para o tratamento de doenças autoimunes ou transplante de órgãos;
  • Histórico pessoal de tratamento anterior com quimioterapia ou radioterapia.

Além disso, o linfoma de Hodgkin também pode se desenvolver em crianças, sendo que o risco é aumentado em crianças que apresentam alguma doença congênita que provocam uma deficiência do sistema imunológico, como ataxia telangiectasia, síndrome de Chediak-Higashi, síndrome de Wiskott-Aldrich, síndrome linfoproliferativa ligada ao X, ou ainda devido à infecção pelo HIV ou mononucleose, por exemplo.

Como é feito o tratamento

O tratamento do linfoma não Hodgkin deve ser feito de acordo com a orientação do oncologista ou oncohematologista, e varia de acordo com o tipo e estadiamento do linfoma, podendo ser indicada a realização de cirurgia e uso de medicamentos que diminuam a proliferação do tumor, estimular a produção de células sanguíneas e melhorar a qualidade de vida da pessoa.

Assim, o tratamento para esse tipo de linfoma é feito com uma combinação de quimioterapia, radioterapia e imunoterapia, em que são indicados uso de medicamentos que atuam com o objetivo de parar a proliferação de células cancerígenas, promover a eliminação do tumor e aumentar a produção das células de defesa do organismo.

As sessões de quimioterapia duram em média 4 horas, em que a pessoa recebe medicamentos injetáveis, no entanto, quando o linfoma não Hodgkin é mais grave pode ser associado também à realização de sessões de radioterapia no local do linfoma com o objetivo de promover a eliminação do tumor. Tanto a quimioterapia quanto a radioterapia podem provocar o aparecimento de efeitos colaterais como náuseas e queda de cabelo.

Além disso, o médico também pode indicar o tratamento com transplante de medula óssea ou terapia gênica de CAR-T-cell.

O linfoma não-Hodgkin tem cura?

O linfoma não-Hodgkin tem cura, especialmente se diagnosticado nos estágios iniciais. Além disso, dependendo do tipo de tumor, estadiamento, estado de saúde geral, tipo de tratamento que vem sendo feito e quando foi iniciado, o linfoma de Hodgkin pode ter cura.

Por isso, é importante sempre fazer exames ou consultas médicas regulares, especialmente pessoas que possuem fatores de risco, para que o linfoma não Hodgkin seja diagnosticado precocemente, e o tratamento iniciado o mais rápido possível, para aumentar as chances de cura.

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Escrito por Marcela Lemos - Biomédica. Atualizado por Flávia Costa - Farmacêutica, em setembro de 2022. Revisão médica por Dr.ª Clarisse Bezerra - Médica de Saúde Familiar, em setembro de 2020.

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Revisão médica:
Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
Formada em Medicina pelo Centro Universitário Christus e especialista em Saúde da Família pela Universidade Estácio de Sá. Registro CRM-CE nº 16976.

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